Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Embora as mulheres estudem mais, elas ainda ganham menos que os homens. É o que mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (7), véspera do Dia Internacional da Mulher.Entre os trabalhadores com nível superior completo, o salário das mulheres equivale a 60% dos rendimentos pagos aos homens na mesma função. Elas recebem cerca de R$ 2,2 mil enquanto os homens R$ 3,8 mil.A proporção se mantém mesmo quando o nível de ensino da mulher é superior ao do homem. O levantamento mostra que 59,9% das mulheres ocupadas estudaram onze anos ou mais, contra 51,9% dos homens trabalhadores.“Isso indica que mesmo com grau de escolaridade mais elevado as discrepâncias salariais não diminuem”, diz a pesquisa do IBGE. O estudo mostra também que apesar de as mulheres serem a maioria da população brasileira, nem metade está trabalhando. Nas seis regiões estudadas 44,4% das mulheres tinham emprego, a maioria das ocupações, entretanto, não é reconhecida formalmente.“Das mulheres ocupadas, 37,8% tinham trabalho com carteira assinada no setor privado, enquanto entre os homens o percentual foi de 48,6%”, aponta o documento do IBGE.Os dados fazem parte de análises de pesquisas sobre emprego realizadas pelo IBGE entre janeiro de 2003 e janeiro de 2008.
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 400 pessoas se reuniram hoje (7) no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, para pedir o fim da violência doméstica contra as mulheres e a implantação de um juizado especial para tratar desses casos. Na véspera do Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã (8), os manifestantes percorreram as ruas da cidade segurando cartazes e placas com fotos de vítimas e frases de protesto. A vice-diretora do Movimento de Mulheres de São Gonçalo e organizadora da passeata, Selma da Rocha, explica que, atualmente, os casos são analisados por um juizado criminal, responsável por julgar também todos os outros crimes cometidos na cidade.“O juizado existente aqui está sobrecarregado”, afirma. “Precisamos de um específico para lidar com a violência doméstica como determina a Lei Maria da Penha, que precisa ser cumprida.”Durante a passeata pelas ruas do centro da cidade, as manifestantes distribuíram ainda rosas e folhetos com endereços de unidades de atendimento às vítimas e o número de telefone 180, para denúncias de agressores. A ligação é gratuita. Elas também fizeram para um abaixo-assinado, solicitando audiência com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador José Carlos Murta Ribeiro, para tratar de forma urgente da implantação do Juizado de Violência Doméstica e Familiar.Também participaram da manifestação integrantes da Campanha Laço Branco, que tem o objetivo mobilizar os homens pelo fim da violência contra a mulher. “Nós temos que incentivar nossas mulheres a procurarem ajuda e não sugerir que esperem a agressão se repetir. Como colegas, familiares e admiradores, devemos alertá-las”, disse o militar Fernando Dinelly, integrante do movimento.A prefeitura de São Gonçalo também se manifestou a favor da instalação do juizado. Segundo a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Marisa Chaves, disse que há reclamações das vítimas sobre a lentidão no atendimento."Algumas mulheres têm que esperar sete, oito meses no juizado criminal e acabam desistindo da ação", ressaltou. A subsecretária acrescentou que o juizado "é uma questão de necessidade" e que o município está pronto para colaborar com o Tribunal de Justiça.
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (7) ao discursar em Manguinhos, favela localizada às margens da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, que era preciso uma intervenção “pesada” do governo nas favelas do estado.“Mas não uma intervenção com a polícia, para fazer guerra além das guerras que as pessoas já têm. Uma intervenção pra gente cuidar de garantir às pessoas de bem, às mulheres, às crianças desse complexo uma vida digna.”A exemplo do discurso que fez mais cedo no Complexo do Alemão, Lula afirmou que as obras lançadas por ele e o governador do Rio, Sérgio Cabral, em Manguinhos, no Complexo do Alemão e na Rocinha não são eleitoreiras.“Não é para fazer uma ruazinha na véspera de eleição por que o governador não tem eleição esse ano, eu não posso mais concorrer, é por que acho que precisamos resgatar a decência e a dignidade.”Lula falou sobre as manchetes dos jornais que, segundo ele, trazem apenas notícias negativa do Rio de Janeiro. “Se dependesse dos jornais, das manchetes, a gente não levantaria, ficaria todo mundo deitado o tempo inteiro.”O presidente fez um apelo aos jovens para que não entrem na criminalidade. “Se o estado não estiver presente com educação, lazer, cultura, emprego, o jovem não tem outra saída, ele vai pegar a primeira coisa que se apresentar próximo dele e aí pode ser coisa ruim que leva um jovem a morrer antes de virar adulto”.E completou: “queria pedir para a juventude aqui, não há nenhuma razão para desespero, mesmo na situação adversa, olhe o tempo que vocês tem a vida, 15 anos, 16 anos, vocês estão com a vida toda para construir”. As obras em Manguinhos prevêem investimentos de R$ 358,7 milhões, com a participação de R$ 246,2 milhões de recursos federais. De acordo com dados da Presidência da República, cerca de 11,8 mil famílias serão beneficiadas com a instalação de redes de água, esgoto e drenagem. Serão construídas ainda creches e escolas de ensino técnico profissionalizante, ensino médio, complexos esportivos e centros de geração de renda.
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aolançar obras do Programa de Aceleração do Crescimento, hoje (7),no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, o presidente LuizInácio Lula da Silva disse que foi importante não ter anunciado o PACantes das eleições de 2006, pois o programa teria sido classificadode eleitoreiro.“Vocêsiriam ler em manchetes de jornais que estávamos lançando um programaapenas com interesse eleitoral, e Deus é tão justo e tão grande queabriu a minha consciência para começar essa obra do PAC exatamente emum momento em que eu não disputo mais eleições no Brasil, porque omandato termina em 2010.” Atualmente,um programa do governo federal, o Territórios da Cidadania, lançado nomês passado, é questionado legalmente pela oposição sob a alegação deser eleitoreiro, já que neste ano haverá eleições municipais.Opresidente disse aos moradores da comunidade do Alemão que aministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, é a “mãe” do PAC, poiscoordena as ações do programa e vai fiscalizar se as obras estão com andamento adequado. Lula afirmou que vai cobrar agilidade dos ministrosque têm projetos envolvidos nas obras, como o das Cidades, MárcioFortes. Dastrês favelas do Rio de Janeiro onde hoje o presidente lança obras, a que recebe o maior volume de recursos, R$ 601,7milhões, é oComplexo do Alemão. Desse total, R$ 451,2 milhões vêm do governo federal.Dados divulgados pela Presidência da República estimam que 26,7 milfamílias da região vão ser beneficiadas com obras como saneamento,moradia, iluminação pública e alargamento e pavimentação de ruas.
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília -
A caderneta de poupançaregistrou captação líquida (depósitos menos retiradas) em fevereiro de R$1,388 bilhão de acordo com números divulgados hoje (7) na internet pelo BancoCentral.
O resultado representa 17% a mais do que no mesmo período do ano passado. Este é o 18omês consecutivo que a poupança registra captação líquida positiva.
Os poupadores depositaram R$91,837 bilhões e sacaram R$ 90,449 bilhões. O rendimento creditado ficou em R$1,231 bilhão. O saldo total dosrecursos em cadernetas de poupança subiu para R$ 240,292 bilhões contra os R$ 237,659 de janeirodeste ano.
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os 30 brasileiros impedidos de entrar na Espanha na última terça-feira (4) foram deportados por preconceito, avalia Jucineide Rangel, mãe da estudante Patrícia Rangel, que fazia parte do grupo. Ela diz que aguarda com ansiedade oretorno da filha, previsto para hoje (7).
“Ogrupo que ela estava era heterogêneo. Tinha pessoas com criançano colo, gente que já morava na Espanha e que veio ao Brasilvisitar parente, gente que tinha dupla nacionalidade. A únicacoisa que ela [a polícia espanhola] focalizou éque eram brasileiros, latinos e marroquinos. Detectou gente que elesconsideram menores”, afirmou Jucineide hoje em entrevista àRádio Nacional.
Segundoinformações fornecidas por Patrícia à mãe,por telefone, o governo espanhol tem grande preocupaçãocom o número de turistas sul-americanos que chega ao país para trabalhar, especialmente com os casos de prostituição.
“Essepessoal vem clandestino. Eles não podiam falar nada dissodela. A Patrícia faz mestrado no Brasil, trabalha em estágioremunerado. Não podiam dizer 'essa menina veio se prostituirou tirar o nosso emprego'. Talvez, se eles tivessem analisado bemesses detalhes, nem tivessem barrado eles.”
Jucineide conta que a filha permaneceu “amedrontada” durante todo o tempoem que foi mantida em uma pequena sala do aeroporto de Madri, assimque desembarcou no país. Segundo o relato da filha àmãe, Patrícia chorava muito e ficou sem comer e beberdurante grande parte do primeiro dia, além de ter tido seuspertences levados pela polícia espanhola.
“Atéo antibiótico foi retirado dela. Ela interrompeu o tratamento.[A sala] não tem grade, mas tem alojamento, já épreparada para quem vai ficar retido no aeroporto. Ela estava sembanho, sem escovar os dentes, sem lavar o rosto desde o dia que elaviajou.”
O grupode brasileiros saiu do Rio de Janeiro na última terça-feira, mas, no caso de Patrícia e de um colega que a acompanhava,o destino final era a cidade de Lisboa, em Portugal, onde fariam umaapresentação em um congresso.
“Ela égraduada em relações internacionais e agora fazmestrado em ciências políticas. Portugal, todo ano, fazum congresso sobre ciências políticas. Ela foi convidadapelo governo de Lisboa a apresentar a tese de mestrado. Iriaapresentar ontem pela manhã no congresso.”
Jucineide considerou positiva a atitude do governo brasileiro em relaçãoao governo espanhol, mas acredita que é preciso fazer mais.
“Porenquanto, estou até gostando um pouco da atitude [dogoverno brasileiro] porque parece que ele está serevoltando, pedindo satisfação ao governo espanhol. Umcônsul até ligou dizendo para a gente não sepreocupar que eles já estariam tomando providências.Acho que eles agiram, mas não adiantou nada, porque opreconceito, pelo que minha filha falou, é contra brasileiro.”
A mãedestacou ainda que pretende aguardar a chegada de Patríciapara compreender melhor os detalhes em relação aotratamento recebido enquanto foi mantida na Espanha, mas nãodescarta a possibilidade de mover uma ação na justiçacontra o governo espanhol. Segundo ela, os pré-requisitosexigidos pelo país estavam em dia e não havia razãopara a sua filha ser barrada.
“Elestêm o comprovante de confirmação do congresso queiriam participar, têm toda a documentação. Elatem o seguro saúde, que é obrigatório, estálevando a quantidade de euro diária que precisa, tem cartãode crédito internacional. Tudo que eles estão alegandoé mentira. Até a passagem de ida e volta eu compreijunto com ela e [fizemos] a reserva do albergue.”
JucineideRangel disse que o último contato com a filha foi umtelefonema na noite de ontem (6). Patrícia confirmou que seria deportada para o Brasil. O vôo saiu hoje (7) às 8h deMadri (meio-dia na Espanha).
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Receita Federal doBrasil informou que, a partir de meio-dia, estará disponívelna internt o acesso do contribuinte ao número do recibo deentrega do Imposto do Renda de 2007.Por medida de segurançapara acessar a informação o contribuinte precisaráconfirmar alguns dados, como informar o número do CPF, dotítulo de leitor, data de nascimento, nome da mãe ouCNPJ da fonte pagadora.As perguntas serãofeitas de forma aleatória, como acontece com consultastelefônicas a cartões de crédito. Somente depoisde validadas as respostas, será fornecido o número dorecibo.A Receita decidiu tomaressa iniciativa para auxiliar os contribuintes que não dispõemdessa informação. Neste ano, o dado passou a a serobrigatório na declara do Imposto de Renda.
Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Condiçõesprecárias e falta de explicações e de apoiocompõem o quadro descrito por dois dos brasileiros que foram repatriados da Espanha e chegaram ao Aeroporto Internacional deGuarulhos (SP) por volta das 7h de hoje.O promotor de vendasMarcos Vinicius da Silva dos Santos, 23 anos, conta que ia fazerconexão em Madri para ir a Paris (França), mas foibarrado. “Fomos tratados praticamente como animais, sem saberporque estava acontecendo aquilo com a gente”, diz, sobre apermanência no Aeroporto Internacional de Madri. Santosrelata que sua bagagem está retida e que ele foi mantido numasala fechada, com muitas câmeras, e que todos os brasileirosque estavam no local tiveram os documentos apreendidos. Segundo ele,bastava se identificar como brasileiro para ser levado ao recinto.Ele acrescenta que há pessoas há uma semana nessasituação, e que elas não têm contato comautoridades que possam interceder. “A partir do momento em quefomos detidos, não tivemos acesso a nada.”Questionadosobre preconceito na conduta dos espanhóis, ele responde queacha que houve, porque só sul-americanos eram barrados:“Cidadão europeu estava entrando facilmente”.Acabeleireira Lucimeire de Souza Rocha, 21 anos, foi barrada ao tentarentrar em Madri na volta de dois meses de férias. Ela contaque mora na Espanha há um ano e três meses, e que estavapreparando a documentação de casamento com o namoradoespanhol. “Eles me detiveram e disseram que eu ia ser deportada.Não me deram explicação nenhuma e nãoquiseram explicação do meu advogado”, afirma.Agoiana, que está no quinto mês de gravidez, diz que ospoliciais não se importaram com sua condição.Conta que ficou dois dias sem alimentação nem águanuma sala com várias pessoas, com idosos entre eles. “Nãodeixaram passar ninguém. Trataram todo mundo como cachorro”,compara.Rocha, no entanto, comenta que ainda pretende voltarao país europeu. “Meu namorado vai vir e vamos casar aqui,para ver se deixam a gente entrar.”
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A violência doméstica contra as mulheres, denunciada hoje (7) por entidades feministas do município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, está sendo tratada como prioridade pelo governo estadual. A afirmação é da presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Cecília Soares.“Sabemos que em outros municípios isso [o problema da violência doméstica] também é grave, mas São Gonçalo tem mostrado estatísticas altíssimas”, reconheceu. “Por isso, será incluído nas nossas ações com prioridade.”Cecília Soares garantiu que até junho o Cedim lançará um plano com ações de combate à violência em todo o estado. A idéia é expandir e melhorar as 12 delegacias especializadas e os 23 centros de referência, responsáveis pelas demandas de 92 municípios.“Estamos longe de ter uma delegacia e um Juizado de Violência Doméstica e Familiar em cada um dos municípios do Rio, mas queremos pólos de referência por região e a criação de serviços menores nos municípios do entorno” , destacou a presidente do conselho.O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a aderir o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, de 2007. Com a iniciativa, o governo federal a pretende investir R$ 1 bilhão na prevenção e atendimento às mulheres vítimas de violência em todo o país.
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador José Carlos Murta Ribeiro, disse que não há previsão para instalação de um Juizado de Violência Doméstica e Familiar no município fluminense de São Gonçalo.Essa foi a principal reivindicação das mulheres da cidade, que hoje (7) promovem uma manifestação para cobrar ações de combate a violência. Elas também fizeram um abaixo-assinado solicitando uma reunião com o presidente do TJ.De acordo com Murta Ribeiro, dados sobre a violência contra a mulher em São Gonçalo ainda não chegaram ao Tribunal de Justiça, que precisa fazer levantamentos antes de implantar juizados. “Essa reivindicação não chegou”.Informado sobre a manifestação das moradoras de São Gonçalo, ele disse que “se for o caso”, e após um estudo completo sobre a situação no local, o tribunal poderá instalar um juizado na cidade. Murta reconhece a necessidade da criação de varas criminais na cidade, em decorrência expansão da criminalidade no município. “Temos dificuldade [de implantar juizados] porque, anteriormente, extinguimos duas varas. A época não tínhamos os mesmos índices de criminalidade. Agora, vemos que precisa até mesmo de uma vara criminal comum”.Segundo o Instituto de Segurança Pública, São Gonçalo está entre os municípios fluminenses com os maiores índices de violência doméstica (praticada por parentes, companheiros ou ex-companheiros) no Rio. A capital fluminense tem dois juizados para cuidar dos casos de violência doméstica. Um funciona na centro e o outro em Campo Grande, zona oeste. O Tribunal de Justiça pretende instalar outras duas unidades em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e Jacarepaguá, zona oeste, ainda este ano.