Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Condiçõesprecárias e falta de explicações e de apoiocompõem o quadro descrito por dois dos brasileiros que foram repatriados da Espanha e chegaram ao Aeroporto Internacional deGuarulhos (SP) por volta das 7h de hoje.O promotor de vendasMarcos Vinicius da Silva dos Santos, 23 anos, conta que ia fazerconexão em Madri para ir a Paris (França), mas foibarrado. “Fomos tratados praticamente como animais, sem saberporque estava acontecendo aquilo com a gente”, diz, sobre apermanência no Aeroporto Internacional de Madri. Santosrelata que sua bagagem está retida e que ele foi mantido numasala fechada, com muitas câmeras, e que todos os brasileirosque estavam no local tiveram os documentos apreendidos. Segundo ele,bastava se identificar como brasileiro para ser levado ao recinto.Ele acrescenta que há pessoas há uma semana nessasituação, e que elas não têm contato comautoridades que possam interceder. “A partir do momento em quefomos detidos, não tivemos acesso a nada.”Questionadosobre preconceito na conduta dos espanhóis, ele responde queacha que houve, porque só sul-americanos eram barrados:“Cidadão europeu estava entrando facilmente”.Acabeleireira Lucimeire de Souza Rocha, 21 anos, foi barrada ao tentarentrar em Madri na volta de dois meses de férias. Ela contaque mora na Espanha há um ano e três meses, e que estavapreparando a documentação de casamento com o namoradoespanhol. “Eles me detiveram e disseram que eu ia ser deportada.Não me deram explicação nenhuma e nãoquiseram explicação do meu advogado”, afirma.Agoiana, que está no quinto mês de gravidez, diz que ospoliciais não se importaram com sua condição.Conta que ficou dois dias sem alimentação nem águanuma sala com várias pessoas, com idosos entre eles. “Nãodeixaram passar ninguém. Trataram todo mundo como cachorro”,compara.Rocha, no entanto, comenta que ainda pretende voltarao país europeu. “Meu namorado vai vir e vamos casar aqui,para ver se deixam a gente entrar.”