Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 400 pessoas se reuniram hoje (7) no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, para pedir o fim da violência doméstica contra as mulheres e a implantação de um juizado especial para tratar desses casos. Na véspera do Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã (8), os manifestantes percorreram as ruas da cidade segurando cartazes e placas com fotos de vítimas e frases de protesto. A vice-diretora do Movimento de Mulheres de São Gonçalo e organizadora da passeata, Selma da Rocha, explica que, atualmente, os casos são analisados por um juizado criminal, responsável por julgar também todos os outros crimes cometidos na cidade.“O juizado existente aqui está sobrecarregado”, afirma. “Precisamos de um específico para lidar com a violência doméstica como determina a Lei Maria da Penha, que precisa ser cumprida.”Durante a passeata pelas ruas do centro da cidade, as manifestantes distribuíram ainda rosas e folhetos com endereços de unidades de atendimento às vítimas e o número de telefone 180, para denúncias de agressores. A ligação é gratuita. Elas também fizeram para um abaixo-assinado, solicitando audiência com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador José Carlos Murta Ribeiro, para tratar de forma urgente da implantação do Juizado de Violência Doméstica e Familiar.Também participaram da manifestação integrantes da Campanha Laço Branco, que tem o objetivo mobilizar os homens pelo fim da violência contra a mulher. “Nós temos que incentivar nossas mulheres a procurarem ajuda e não sugerir que esperem a agressão se repetir. Como colegas, familiares e admiradores, devemos alertá-las”, disse o militar Fernando Dinelly, integrante do movimento.A prefeitura de São Gonçalo também se manifestou a favor da instalação do juizado. Segundo a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Marisa Chaves, disse que há reclamações das vítimas sobre a lentidão no atendimento."Algumas mulheres têm que esperar sete, oito meses no juizado criminal e acabam desistindo da ação", ressaltou. A subsecretária acrescentou que o juizado "é uma questão de necessidade" e que o município está pronto para colaborar com o Tribunal de Justiça.