Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O saldo comercial -diferença entre as importações e as exportações- chegou a US$ 882 milhões em fevereiro deste ano, o que correspondeu a menos de um terço do registrado no mesmo período do ano passado (US$2,899 bilhões).A queda no saldocomercial se explica pelo crescimento em ritmo maior das importaçõesdo que das exportações.No mês passado,com 19 dias úteis as exportações somaram US$12,800 bilhões, enquanto no mesmo período do anopassado o valor foi US$ 10,129 bilhões. No caso dasimportações, o total foi de US$ 11,918 bilhões,contra US$ 7,230 bilhões em fevereiro de 2007.Na quinta semana defevereiro de 2008 as exportações somaram US$ 2,981bilhões e as importações, US$ 3,075 bilhões,o que resultou em déficit comercial de US$ 94 milhões.Nos 41 dias úteisacumulados do ano o saldo comercial é de US$ 1,826 bilhão,com média diária de US$ 44,5 milhões. No ano, asexportações somam US$ 126,077 bilhões e asimportações, US$ 24,251 bilhões. Em 2007, o saldo comercial no mesmo período foi de US$ 5,415 bilhões, com exportações de US$ 21,113 bilhões e importações de US$ 15,698 bilhões.As informaçõesforam divulgadas na página do Ministério deDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nainternet. Às 15h30, o secretário de ComércioExterior do ministério, Welber Barral, concede entrevistacoletiva com informações detalhadas da balançacomercial em fevereiro.
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governocolombiano acusou o Equador de manter relaçõespolíticas com as Forças Armadas Revolucionáriasda Colômbia (Farc). O ministro da Defesa equatoriano, MiguelCarvajal, qualificou a afirmação como “fabricada” e rechaçou que seu governo tenha acordos políticos oumilitares com os guerrilheiros.. As informações são da agência argentina Telam.
Na noitede ontem (2), o diretor da polícia da Colômbia, generalOscar Naranjo, anunciou que documentos encontrados no computadorpessoal do chefe guerrilheiro Raúl Reyes – morto no últimosábado (1) durante uma operação militarcolombiana – são “extremamente reveladores” e que, no seuentender, revelam uma relação entre o Equador e asFarc.
Oassassinato de Reyes e de outros 16 integrantes da guerrilha ocorreu na fronteira entre a Colômbia e o Equador, dolado equatoriano. O acontecimento provocou uma crisepolítica regional que inclui ainda a Venezuela e seupresidente, Hugo Chávez, que pediu a retirada das forçasmilitares colombianas da região fronteiriça.
Naranjoafirmou que, entre os documentos, há um correio eletrônicode 18 de fevereiro assinado por Reyes e encaminhado aos “camaradas dosecretariado [da guerrilha]”. O documento daria conta de queo ministro da Segurança equatoriano, Gustavo Larrea, “emnome do presidente [do Equador], tem interesse emoficializar as relações com a direção dasFarc”.
Segundo ogeneral colombiano, em um dos documentos escritos por Reyes, constavaque o Equador "oferece sua ajuda na luta das Farc pelointercâmbio humanitário e saídas políticas”.O chefe guerrilheiro escreveu ainda que as autoridades equatorianas “solicitam de nossochefe, Manuel Marulanda, um suporte queimpulsione a gestão de Correa [presidente equatoriano] na questão da troca humanitária”.
“Os interrogatórios derivados deste documento creditamrespostas concretas, que mostrem à Colômbia e ao mundoqual é a relação do governo equatoriano com umgrupo terrorista como as Farc”, disse Naranjo. O presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou, na noite de ontem,que seu governo decidiu mobilizar tropas na fronteira com a Colômbiae expulsou de seu território o embaixador de Bogotá emQuito (capital do Equador), Carlos Holguín, como resposta àviolação de sua soberania feita pela Colômbia.
Correaanunciou ainda que convocou para hoje (3) o Conselho Nacional de Segurançae que já pediu a reunião do Conselho Permanente daOrganização dos Estados Americanos (OEA), da ComunidadeAndina de Nações (CAN) e do Mercosul para tratar do quequalificou como “a mais grave agressão que o presidenteÁlvaro Uribe [da Colômbia] já demonstrouao Equador”.
Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - É preciso acabarcom a guerra fiscal de redução generalizada do ImpostoSobre Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS) entre os estados do país porque “ela, hoje, nãoestá mais funcionando como instrumento de desenvolvimento dasáreas menos desenvolvidas do país, já queefetivamente os estados mais ricos também estão fazendoguerra fiscal, e porque ela está gerando uma situaçãode anarquia tributária”.Foi o que afirmou osecretário de Política Econômica do Ministérioda Fazenda, Bernard Appy, ao defender diante de empresáriospaulistas a discussão e aprovação do projeto dereforma tributária enviado ao Congresso na semana passada. Elevisitou a Federação das Indústrias do Estado deSão Paulo (Fiesp).O secretário situou a guerrafiscal entre os estados como uma das “distorções maisimportantes a serem corrigidas” pela reforma. Disse que a disputagera uma insegurança futura às empresas, pois nãohá garantia de que a redução de impostos obtidajunto ao governo do seu estado em determinado momento seja melhor doque aquela que será concedida a seguir a concorrentes de outroestado.Ele afirmou que aguerra fiscal também cria insegurança jurídicaem relação ao passado. “Há inclusive várioscasos determinando a cobrança retroativa do imposto que deixoude ser pago pelas empresas. Isso é uma bagunça total. OSupremo Tribunal Federal toma uma decisão, os estados mudam alegislação para escapar de uma decisão doSupremo. Ele manda cobrar retroativamente, os estados têmaprovado legislações proibindo cobrançaretroativa do imposto. Só que essas legislaçõesvão cair também no Supremo”.
Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério da Fazenda prevê que a União vai deixar de arrecadar R$ 42 bilhões em contribuições e impostos se for aprovada a proposta de reforma tributária enviada ao Congresso na semana passada. O objetivo dessa renúncia fiscal é estimular o aumento das contratações de trabalhadores, da produção e das exportações. O governo espera compensar essa perda com a arrecadação proporcionada pelo crescimento econômico e o combate à sonegação de impostos.A estimativa e a expectativa foram expostas pelo secretário de Política Econômica, Bernard Appy, ao apresentar a proposta aos empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e à imprensa. A arrecadação em 2007 foi de R$ 615,043 bilhões.A proposta enviada ao Congresso unifica impostos e propõe a redução ou eliminação de tributos. De acordo com Appy, o governo estima que deixará de arrecadar R$ 24 bilhões com a desoneração, para as empresas, das folhas de pagamentos de trabalhadores registrados; outros R$ 13 bilhões com a desoneração dos investimentos; e R$ 5 bilhões com a desoneração dos investimentos empresariais em produção. O decréscimo da arrecadação, definido como o custo da transição, se dará em etapas ao longo do período de 2010 a 2016.Segundo a cartilha da reforma, a tributação às empresas sobre a folha de pagamento dos empregados varia de 42,3% a 50,8%. O governo pretende desvincular da folha salarial as contribuições que não têm ligação direta com o trabalho, como uma taxa de 0,2% para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a contribuição de salário-educação, de 2,5%.“Nós estamos propondo uma redução de 6 pontos percentuais da contribuição patronal sobre a folha, que passaria de 20% para 14%, começando no segundo ano após a aprovação da reforma e indo até o sétimo ano, ou seja, em princípio, de 2010 a 2015. E o que tem no texto da reforma é que é obrigação do governo federal enviar um projeto de lei estabelecendo a desoneração da folha salarial 90 dias após a aprovação da reforma. Com a extinção da contribuição de salário-educação, neste caso substituída por um aumento no IVA Federal [Imposto Sobre o Valor Adicionado], estamos aumentando para 8,5% a desoneração da folha salarial”, afirmou Appy.O secretário explicou como se daria a desoneração das exportações. "Primeiro, com a transição para o destino, nós eliminamos a resistência dos Estados a ressarcir créditos de ICMS que foram pagos em outros estados. Segundo, estamos propondo o sistema de compensação de débitos e créditos que vai ser factível a partir do funcionamento da nota fiscal eletrônica e da escrituração fiscal digital. Os dois estão juntos".A idéia, explica Appy, é que empresas que têm créditos acumulados possam, nesse sistema, trocá-los com empresas que têm débitos, seja de IVA Federal, seja de ICMS. "No final desse processo, nós vamos ter a desoneração completa das exportações e, no que diz respeito aos tributos federais, daqui a uns três anos já teremos condições de implantar esse sistema”.Para desonerar os investimentos, o governo oferece reduzir para zero o prazo que as empresas têm de esperar atualmente "para apropriação dos créditos de ICMS para a compra de máquinas e equipamentos, ao longo do período de transição, de 2010 a 2016, e também a redução de 24 meses para zero do prazo de PIS-Cofins”, explica o secretário de Política Econômica.
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa, proposta pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, poderá contribuir para intensificar a integração entre os órgãos de segurança dos países da região. A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Roberto Troncon.Ele destacou que embora o conselho vise a integração das Forças Armadas, “que têm uma missão diferente daquela da Polícia Federal, de certa maneira e de modo indireto, mas fornecendo apoio logístico, as Forças Armadas estão inseridas no enfrentamento do crime, de modo geral, e em especial do tráfico de drogas”.Troncon considera que, nesse contexto, a integração das Forças Armadas da América do Sul vai impactar positivamente, “de modo indireto”, no combate ao crime organizado. A nova entidade poderá reforçar a luta contra o tráfico internacional de drogas, apontou. O diretor disse que ao longo de toda a extensa fronteira brasileira, a Polícia Federal tem solicitado e recebido apoio do comando da Aeronáutica e do Exército. Esse apoio se dá em nível logístico, “tanto do Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia para identificação de motivos ilícitos e de pistas clandestinas, quanto nos postos de controle fluvial também na região mais inóspita, que é a selva amazônica. Então, a gente tem tido uma interação muito maior hoje do que era há dez ou 15 anos”.Na luta contra as drogas, Roberto Troncon assegurou que toda contribuição do Estado, por meio de seus vários órgãos, e da sociedade civil, é sempre bem-vinda. “Trata-se de um problema mundial. O comércio ilícito existe porque continuam existindo consumidores”, defendeu.A Venezuela será o primeiro país a ser visitado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o objetivo de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, a viagem deverá ocorrer entre os dias 10 e 12 deste mês. Em seguida, serão feitas visitas à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai. O ministro deverá visitar todos os países da região.A idéia é que o conselho estabeleça uma política de defesa consolidada na América do Sul, uniformizando as discussões de problemas da região para participação em fóruns internacionais. A unificação de uma base industrial na área da defesa, envolvendo questões como a estrutura de comunicação e transportes, também deverá ser abordada pelo ministro Jobim, informou a assessoria.O fomento a discussões bilaterais, como o apoio do Brasil às vítimas de enchentes na Bolívia, deverá constar da pauta. Com o conselho, serão criados mecanismos mais ágeis de interlocução entre as nações sul americanas.
Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O contribuinte terá à disposição, pela internet, umsistema de consulta para verificar o número do recibo de entrega da declaração doImposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2007. Os ajustespara oferecer o serviço pela internet estão sendofinalizados por técnicos da Receita Federal. A estimativa da Receita é que o sistema esteja funcionando até a próxima sexta-feira (7).O númerodo recibo é uma exigência para o envio da declaraçãodo Imposto de Renda de 2008, anunciada pelo coordenador nacional doPrograma de Imposto de Renda, Joaquim Adir, no mêspassado. Inicialmente, a Receita havia divulgado que quem não tinha guardado o número do recibo, teria que ir a uma de suas unidades pessoalmente para resgatá-lo.Segundo informaçõesda assessoria de comunicação da Receita Federal, aconsulta pela internet estará atrelada a uma série de perguntaspessoais que o contribuinte terá que responder. Depois de validar os dados, o contribuintesó terá acesso ao número do recibo da declaraçãoentregue no ano passado, já que os extratos com declaraçõesanteriores só estão disponíveis paraquem tem certificado digital.O MinistérioPúblico Federal do Rio de Janeiro manifestou-se contrárioà exigência da apresentação do númerodo recibo da declaração de 2007 para a entrega dadeclaração do imposto de 2008 e encaminhou à Receita, no último dia 26, pedido de suspensão da obrigatoriedade. O órgão chegou a alertar a Receita sobre umpossível questionamento judicial. O autor da solicitação, o procurador da República Gustavo Magno Albuquerque temeque haja grandes filas nas unidades da Receita Federal e argumenta quea exigência pode acarretar prejuízos à arrecadação e também aoscontribuintes. A declaração do IR 2008 tem que ser entregue até o dia 30 de abril. O contribuinte que entregar depois do prazo fica sujeito a multa e juros sobre o atraso no pagamento. No ano passado, aReceita recebeu 23,2 milhões de declarações. A expectativa para 2008, de acordo com o coordenador Joaquim Adir, é que sejam entregues 24 milhões. A estimativa é que 90% dos contribuintes utilizem a internet para enviar a declação do imposto de renda.
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério do Esporte divulgou nota em reposta a reportagem da revista Veja desta semana, que afirma que o programa Segundo Tempo é alvo de denúncias de desvio de dinheiro por meio de organizações não-governamentais ligadas ao PC do B, partido do ministro Orlando Silva. O ministério alega que prestou todos os esclarecimentos solicitados, em diversas ocasiões, e mesmo assim foi publicada matéria em “tom agressivo”, que não dá aos leitores oportunidade de “conhecer a verdade” sobre os questionamentos feitos ao ministério. “Ao contrário, ao suprimir questões essenciais para a compreensão do histórico de implantação e o atual estágio de organização do programa Segundo Tempo, [a revista] priva o leitor de avaliar critica e autonomamente a questão”, diz o texto. O Segundo Tempo oferece aulas de reforço escolar, esporte e alimentação no contraturno escolar, ou seja, quando os alunos não estão em sala de aula.Leia a íntegra da nota:O Ministério do Esporte recebeu durante quase um mês os jornalistas da Revista Veja para prestar todas as informações necessárias para esclarecer dúvidas sobre o Programa Segundo Tempo. Os repórteres enviaram dois questionários, que foram prontamente atendidos. Na última semana, o ministro Orlando Silva Junior recebeu, em seu gabinete por quase duas horas, o editor e o jornalista que assina a matéria, a fim de dirimir quaisquer dúvidas. Ainda assim, Veja solicitou um encontro com o Secretário Nacional de Esporte Educacional, Julio Filgueira, responsável pelo programa, que por mais duas horas prestou todas as informações detalhadas sobre o programa ao repórter Ricardo Brito. Menos de vinte e quatro horas após esta última conversa, ele voltou a fazer contato com a assessoria do Ministério alegando que seu editor lhe cobrava novos questionamentos e encaminhou, por escrito, perguntas que já haviam sido respondidas anteriormente pelo Ministro e pelo Secretário Nacional. Novamente as respostas foram prontamente enviadas. Assim nenhuma pergunta ficou sem resposta, tendo inclusive sido entregues relatórios, planilhas e gráficos que sustentam as informações prestadas, uma vez que o Ministério entende que é dever de um gestor público prestar todos os esclarecimentos à imprensa e à sociedade. Apesar de tudo isso, a revista Veja publicou na edição desta semana matéria com tom agressivo e sem dar a oportunidade aos seus leitores de conhecer a verdade sobre os questionamentos feitos ao Ministério do Esporte. Ao contrário, ao suprimir questões essenciais para a compreensão do histórico de implantação e o atual estágio de organização do Programa Segundo Tempo, priva o leitor de avaliar critica e autonomamente a questão. Quem tiver acesso ao conjunto dos documentos e informações prestadas, perceberá que algumas questões ficaram sem resposta: Por que Veja omitiu, por exemplo, que o Ministério do Esporte tem atuado com rigor em todas as situações que envolvem a execução dos convênios citados? Por que Veja omitiu que, ao contrário do que diz a matéria, o processo de escolha dos parceiros locais do Programa Segundo Tempo atende a um conjunto de requisitos legais e técnicos devidamente informados e listados ao jornalista? Por que Veja omitiu que a maioria absoluta dos convênios que visam a implantação do Programa, em todo o País, referem-se a convênios com Estados e Municípios, órgãos governamentais? Por que Veja omitiu que o conjunto dos convênios relacionados na matéria e objetos de rigorosa apuração não estão mais vigentes, tendo sido suspensos repasses e inclusive denunciados e rescindidos pelo próprio Ministério em períodos muito anteriores à suposta “investigação” do veículo? Finalmente, por que Veja omitiu todo o processo de qualificação e contínuo aperfeiçoamento a que o Programa Segundo Tempo está submetido? Citamos, por exemplo, a priorização do estabelecimento de parcerias com órgãos públicos, o processo de implantação do Sistema de Controle e Monitoramento e o recente processo de capacitação de coordenadores de núcleos e monitores, onde mais de três mil profissionais foram capacitados e compartilharam das diretrizes gerenciais e pedagógicas do Programa em todo o País. Seguramente por que a publicação integral das informações prestadas levaria o leitor a crer e confirmar que o Programa Segundo Tempo, consolidou-se como projeto de inclusão social através do esporte e cumpre com sua finalidade de atenção à criança e ao adolescente. A resposta contundente que se pode esperar do Ministério do Esporte nesse momento se materializa nas centenas de milhares de rostos dos beneficiados em todos os estados da federação, nos cerca de quatro mil coordenadores de núcleos – professores de educação física, esporte e pedagogia – e cerca de doze mil estagiários e monitores.
Julio Cruz Neto*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Venezuela e Equador reagiram duramente à operação militar que resultou na morte do porta-voz e número 2 dasForças Armadas Revolucionáriasda Colômbia (Farc), Raúl Reyes, além de outros guerrilheiros. A operação do governo colombiano ocorreu ontem do lado equatoriano da fronteira, segundo o governo do Equador.O presidente de Venezuela, Hugo Chávez, ordenou o envio de tropas para a fronteira com a Colômbia e o fechamento da embaixada venezuelanaen Bogotá. Ele disse ter falado sobre o assunto com seu o presidente do Equador,Rafael Correa, que chamou de volta o embaixador FranciscoSuescum e acusou a Colômbia de violação de soberania.Correa disse que os militarescolombianos adentraram por dois quilômetros no território equatoriano e "massacraram" guerrilheiros enquanto dormiam. Ele enviou nota de protesto às autoridades da Colômbiae disse que "se acabaram os abusos e ultrajes do governocolombiano".Na manhã de sábado, o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, havia telefonado para Correa para comunicá-lo sobre a operação, que já havia ocorrido. Correa mandou suas tropas ao local e teve a comprovação de que as mortes ocorreram em território equatoriano (na província Sucumbíos). Correa, segundo o site do governo equatoriano, sustenta que "claramente seinvadiu o espaço aéreo equatoriano" (teria havido um bombardeio aéreo) e "certamente" osguerrilheiros "foram localizados con ajuda de tecnologia de ponta depotências estrangeiras e extrarregionais". O presidente disse também que os militares colombianos entraram no Equador para levar o cadáver de RaúlReyes e deixaram outros 15 corpos no local, "que nossas Forças Armadas encontraram, assim como duas guerrilheiras heridas".
Agência Telam
Buenos Aires (Argentina) - A morte do porta-voz internacional e número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, ocorrida ontem (1º), foi recebida por um setor da sociedade colombiana com intranqüilidade, mas outras pessoas celebraram e penduraram a bandeira da Colômbia nas fachadas das casas.Setores políticos assinalaram que a morte de Reyes é o mais forte golpe contra as Farc em toda a história da guerrilha, por demonstrar que a cúpula não é “intocável” como se pensava.Familiares de reféns expressaram preocupação de que seus parentes paguem o preço da operação realizada pelas Forças Armadas da Colômbia, em parceria com a polícia.A ex-ministra da Defesa e atual senadora governista Martha Lucía Ramírez argumentou que a morte de Luis Edgar Devia, nome real de Reyes, reflete o êxito da política de segurança do presidente Álvaro Uribe.“Os fatos e o tempo estão nos dando razão. Sinto um grande alívio pela Colômbia e me sinto muito satisfeita realmente porque esta política de segurança democrática do presidente Uribe está dando resultado”, disse a congressista. O ex-presidente Ernesto Samper (1994-1998) disse que foi um “golpe no coração das Farc” porque o líder insurgente dirigiu a ala política do grupo guerrilheiro durante muitos anos.Ele acredita que foram afastadas as possibilidade de saída política para o conflito com as Farc, mas, por outro lado, vê uma "porta aberta" para que Uribe capitalize a morte de Reyes e consiga um "acordo humanitário”.O diretor do semanário comunista Voz, Carlos Lozano, afirmou que com a morte de Reyes, a guerrilha deve buscar uma saída negociada depois de 44 anos de ações bélicas. Ele reconheceu que foi “um golpe na parte política, naqueles que vinham trabalhando e estabelecendo contatos com todos os facilitadores e mediadores da paz, que buscavam Reyes para comunicações”, comentou Lozano, que mantém permanente contato com os rebeldes.Vários dirigentes do opositor Polo Democrático Alternativo expressaram que o país deve preparar-se para uma possível ofensiva violenta do grupo guerrilheiro. “Indubitavelmente, vai haver uma reação de curto, médio e longo prazo. Em curto prazo, um endurecimento das Farc que pode afetar a vida dos seqüestrados. Nessa medida, é chave que o governo colombiano reaja rapidamente buscando o acordo humanitário”, disse o senador Gustavo Petro. Um setor da população expressou “felicidade” pela morte do número dois das Farc, por considerá-lo “um homem que morreu em sua lei”. Alguns cidadãos içaram na fachada de suas casas a bandeira da Colômbia, o que ocorreu principalmente em cidades pequenas e lugares isolados do país, pelo que informaram meios de comunicações locais.
Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Quatropessoas morreram carbonizadas na queda de um avião monomotorna Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã dehoje (2). A aeronave caiu e explodiu ao lado de um galpãopróximo a uma concessionária de veículos, naAvenida das Américas, por volta das 11h45, logo apósdecolar do aeroporto de Jacarepaguá.Segundoinformações da Empresa Brasileira de Infra-estruturaAeroportuária (Infraero), o avião modelo Cirrus SR 20aterrissou para abastecimento e decolou às 11h43. Pelosprefixos informados à torre de controle de vôos (SIFU eSDQT), funcionários da Infraero disseram que o monomotor haviasaído de uma fazenda no interior de São Paulo e seguiapara aeroclube em Santa Catarina.Logo depois da decolagem, opiloto teria comunicado à torre que havia muita fumaçano avião e que retornaria ao aeroporto.O vendedorCésar Souza, da concessionária vizinha ao local daqueda do avião, viu toda a trajetória do monomotor epensou que o avião cairia em cima da loja.“Euestava no setor de seminovos atendendo um casal, quando percebemos aaproximação do avião. Ele voava muito baixo equase batendo nos postes de iluminação da Avenida dasAméricas. Havia fumaça e de repente o piloto desviou aaeronave em direção ao galpão que estávazio, parecendo que já sabia que ia cair”, narrou atestemunha.Aassessoria de imprensa da Agência Nacional de AviaçãoCivil (Anac) informou que o piloto foi identificado como FredericoCarlos Xavier de Tolla e que seus documentos e do monomotor estavamem dia.Ainda segundo a Anac, por ser depequeno porte, o avião não tinha caixa-preta. A agência informou que o acidente será investigado pelaAeronáutica, que tem 90 dias para concluir o trabalho.Os corpos das quatro vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal do Riode Janeiro, mas segundo os peritos, estão bastante desfiguradose é impossível fazer identificação visual.