Conselho Sul-Americano de Defesa reforçará integração da segurança, diz diretor da PF

02/03/2008 - 16h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa, proposta pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim,  poderá contribuir para intensificar a integração entre os órgãos de segurança dos países da região. A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Roberto Troncon.Ele destacou que embora o conselho vise a integração das Forças Armadas, “que têm uma  missão diferente daquela da Polícia Federal, de certa maneira e de modo indireto, mas fornecendo apoio logístico, as Forças Armadas estão inseridas no enfrentamento do crime, de modo geral, e em especial do tráfico de drogas”.Troncon considera que, nesse contexto, a integração das Forças Armadas da América do Sul vai impactar positivamente, “de modo indireto”, no combate ao crime organizado.  A nova entidade poderá reforçar a luta contra o tráfico internacional de drogas, apontou. O diretor disse que ao longo de toda a extensa fronteira brasileira, a Polícia Federal tem solicitado e recebido apoio do comando da Aeronáutica e do Exército. Esse apoio se dá em nível  logístico, “tanto do Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia  para identificação de motivos ilícitos e de pistas clandestinas, quanto nos postos de controle fluvial também na região mais inóspita, que é a selva amazônica. Então, a gente tem tido uma interação muito maior hoje do que era  há dez ou 15 anos”.Na luta contra as drogas, Roberto Troncon assegurou que toda contribuição do Estado, por meio de seus vários órgãos, e da sociedade civil, é sempre bem-vinda. “Trata-se de um problema mundial. O comércio ilícito existe porque continuam existindo consumidores”, defendeu.A Venezuela será o primeiro país a ser visitado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o objetivo de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, a viagem deverá ocorrer entre os dias 10 e 12 deste mês. Em seguida, serão feitas visitas à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai. O ministro deverá visitar todos os países da região.A idéia é que o conselho estabeleça uma política de defesa consolidada na América do Sul, uniformizando as discussões  de problemas da região para participação em fóruns internacionais. A unificação de uma base industrial na área da defesa, envolvendo questões como a estrutura de comunicação e transportes, também deverá ser abordada pelo ministro Jobim, informou a assessoria.O fomento a discussões bilaterais, como o apoio do Brasil às vítimas de enchentes na Bolívia, deverá constar da pauta. Com o conselho, serão criados mecanismos mais ágeis de interlocução entre as nações sul americanas.