Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governocolombiano acusou o Equador de manter relaçõespolíticas com as Forças Armadas Revolucionáriasda Colômbia (Farc). O ministro da Defesa equatoriano, MiguelCarvajal, qualificou a afirmação como “fabricada” e rechaçou que seu governo tenha acordos políticos oumilitares com os guerrilheiros.. As informações são da agência argentina Telam.
Na noitede ontem (2), o diretor da polícia da Colômbia, generalOscar Naranjo, anunciou que documentos encontrados no computadorpessoal do chefe guerrilheiro Raúl Reyes – morto no últimosábado (1) durante uma operação militarcolombiana – são “extremamente reveladores” e que, no seuentender, revelam uma relação entre o Equador e asFarc.
Oassassinato de Reyes e de outros 16 integrantes da guerrilha ocorreu na fronteira entre a Colômbia e o Equador, dolado equatoriano. O acontecimento provocou uma crisepolítica regional que inclui ainda a Venezuela e seupresidente, Hugo Chávez, que pediu a retirada das forçasmilitares colombianas da região fronteiriça.
Naranjoafirmou que, entre os documentos, há um correio eletrônicode 18 de fevereiro assinado por Reyes e encaminhado aos “camaradas dosecretariado [da guerrilha]”. O documento daria conta de queo ministro da Segurança equatoriano, Gustavo Larrea, “emnome do presidente [do Equador], tem interesse emoficializar as relações com a direção dasFarc”.
Segundo ogeneral colombiano, em um dos documentos escritos por Reyes, constavaque o Equador "oferece sua ajuda na luta das Farc pelointercâmbio humanitário e saídas políticas”.O chefe guerrilheiro escreveu ainda que as autoridades equatorianas “solicitam de nossochefe, Manuel Marulanda, um suporte queimpulsione a gestão de Correa [presidente equatoriano] na questão da troca humanitária”.
“Os interrogatórios derivados deste documento creditamrespostas concretas, que mostrem à Colômbia e ao mundoqual é a relação do governo equatoriano com umgrupo terrorista como as Farc”, disse Naranjo. O presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou, na noite de ontem,que seu governo decidiu mobilizar tropas na fronteira com a Colômbiae expulsou de seu território o embaixador de Bogotá emQuito (capital do Equador), Carlos Holguín, como resposta àviolação de sua soberania feita pela Colômbia.
Correaanunciou ainda que convocou para hoje (3) o Conselho Nacional de Segurançae que já pediu a reunião do Conselho Permanente daOrganização dos Estados Americanos (OEA), da ComunidadeAndina de Nações (CAN) e do Mercosul para tratar do quequalificou como “a mais grave agressão que o presidenteÁlvaro Uribe [da Colômbia] já demonstrouao Equador”.