08/03/2008 - 17h41

Tremor de terra no Brasil é mais comum do que se imagina, diz professor

Deborah Souza
Da Agência Brasil
Brasília - Os tremores de terra que vêmatingindo algumas regiões brasileiras, como os que abalarammunicípios do Ceará no mês passado e de MinasGerais, em dezembro de 2007, são mais comuns no Brasil que seimagina. A afirmação é do chefe e professor doObservatório Sismológico da Universidade de Brasília(UnB), Lucas Vieira Barros.“Os abalos sísmicosaconteciam no Brasil e nós não sabíamos, porqueexistiam poucas estações sismográficas”, disseBarros, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira,da Rádio Nacional.Segundo o  professor, opaís precisa de um monitoramento eficiente, distribuindo estaçõessismográficas, para identificar onde existem tremores de terrae avaliar o potencial da magnitude dos abalos em de cada um desses locais. “Infelizmente, não é possívelprever um tremor de terra com antecedência. Então, alémde um monitoramento eficiente, seria interessante interagir com ogoverno sobre a necessidade de gerar medidas de precauçõespara reduzir os efeitos desses tremores".

08/03/2008 - 17h28

Mulher tem espaço significativo nos movimentos sociais, avalia coordenadora do MST

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nos movimentos sociais,as mulheres têm conseguido espaços significativos, commais representatividade e em pé de igualdade com os homens. Aavaliação é de uma das coordenadoras nacionaisdo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marina dosSantos.“Isso se dápela demonstração da liderança, da capacidade,que historicamente as mulheres sempre tiveram”, avalia Marina. Elaintegra o MST há 20 anos, desde quando tinha 14 anos, noacampamento Idema, oeste do Paraná. Já no inícioda sua participação, conta, assumiu tarefas noacampamento. “Sempre fui muito estudiosa, disciplinada e assim fuiconquistando espaço na militância, na liderança,nos espaços de coordenação”, diz, ementrevista à Agência Brasil.Dentro doMST, ela exemplifica, a direção é compostaigualmente por homens e mulheres, em mesmo número e “sem umser vice do outro”. “O processo que a gente tem hoje de paridadeno movimento é uma grande conquista que o MST teve, a partirda conquista das mulheres”, avalia.No movimento detrabalhadores rurais, por exemplo, a dirigente afirma que as mulherestêm uma comissão na Via Campesina Internacional paradebater “a garantia da participação das mulheres,garantir na pauta as políticas públicas que atendam asnecessidades das mulheres rurais como um todo”. Entre ospontos debatidos, estão o acesso à educaçãopública de qualidade, a serviços de saúde e agarantia de acesso feminino à divisão dos lucros dapropriedade rural familiar. Entre os desafios, além daeducação, “que elas se incorporem nos cursos deformação política”, informa acoordenadora.Para Marina dos Santos, a representatividadeobservada nos movimentos sociais não tem se refletido nosespaços formais de poder. “Esse avanço dos movimentossociais é uma forma que nós temos que avançarainda nos espaços institucionais”, afirma.Aassessora parlamentar do Centro Feminista de Estudos e Assessoria(Cfemea) Natália Mori endossa essa visão: “A gentetem uma péssima participação política dasmulheres nos espaços institucionalizados, reconhecidos,enquanto nos espaços da sociedade civil organizada, dosmovimentos sociais, as mulheres estão muito presentes, essetem sido um espaço onde elas têm investido”.Nodizer de Mori, pelo menos três fatores dificultam aparticipação política feminina: valoresculturais, a posição dos partidos e a estrutura dosistema político. “Ainda é muito oneroso para asmulheres se candidatar, ou assumir um cargo, pelo sistema patriarcalque ainda é muito presente na nossa sociedade, queimpossibilita que as mulheres se vejam livres dos afazeres doméstico,por exemplo”, observa.

08/03/2008 - 17h14

Paraná abre inscrições para programa de alfabetização de adultos

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A Secretaria de Educação do Paraná está com as inscrições abertaspara o programa Paraná Alfabetizado, desenvolvido pelo governo doestado em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Segundo o coordenador do programa, Wagner Roberto do Amaral, a meta é alfabetizar este ano mais 100 mil jovens, adultos e idosos."Para  isso contamos com o apoio de instituiçõesdos governos federal, estadual e municipal e, principalmente,da sociedade civil a quem pedimos que dê orientações quando encontraralguém analfabeto. Formamos no estado uma verdadeira rede de apoio à alfabetização”,  ressaltou o professor.De acordo com o coordenador, de 2004, ano da implantação do programa no estado, até o final do ano passado, foram atendidas 216mil pessoas. Desse total, cerca de 145 mil concluíram o curso.A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  mostra que em 2006 havia 508 mil pessoas analfabetas no Paraná.“Essa é uma realidade que está mudando. Esse número já não é mais correto pois aí ainda não estão computados os alfabetizandos do programa”.Também estão abertas as inscrições para alfabetizadores que queiram participar do programa. A atuação é voluntária e não há vínculo empregatício. Eles recebem uma bolsa-auxílio de R$ 280 pormês. As vagas ofertadas são, preferencialmente, para professoreshabilitados da rede pública estadual e municipal e, nos locais dedifícil acesso, para pessoas que tenham o ensino médio completo.

Para se matricular é necessário procurar uma  escola pública estadual. Mais  informações sobre o programa podem ser obtidas no site ou pelo telefone 0800-416200.

08/03/2008 - 17h02

Ibama abre consulta pública para definir animais de estimação

Camila Vassalo
Da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abriu consulta pública sobre uma listaprévia com mais de 50 espécies da fauna silvestre nativa que podem ter permitidas a criação e a comercialização e quais devem sair da lista. O Ibama quer saber os tipos de aves e de répteis que serão considerados animais de estimação.A consultapública está disponível no endereço eletrônico www.ibama.gov.br até dia 6 de abril. Quandoterminar o prazo o Ibama terá mais 30 dias para sistematizar todas ascontribuições e editar a portaria final.

Qualquer pessoa pode contribuir,desde que envie para o e-mail: fauna.sede@ibama.gov.br opiniões justificadas sobre asespécies a serem incluídas ou excluídas da lista. Serãoanalisadas somente as contribuições que estejam dentro dos critériosestabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

De acordo com o diretor de UsoSustentável, Biodiversidade e Floresta do Ibama, Antonio Carlos Humel, essa éuma iniciativa pioneira do Conama. Ele disse também que a Resolução do Conama n°.394/2007veio no sentido de regulamentar as espécies que podem ser comercializadas, já que atualmente não existe nenhuma lei definindo quais são essas espécies.

“É importante frisar que apopulação não compre animais silvestres em feira ou beira de estrada, poisestará contribuindo para a exploração predatória e contrabando de animais”,explica o diretor. Segundo ele, "culturalmente a população brasileira semprecriou alguma forma [de animal], principalmente aves, como de estimação".

Humel disse que o Ibama está providenciando a lista prevista na Resolução doConama n°.394/2007 com espécies da fauna silvestre que poderiam ser comercializadas em pet shops (lojas de animais),lembrando que essas espécies devem ser oriundas de criadouros devidamenteregularizados pelo órgão.

08/03/2008 - 16h55

Pesquisadores manifestam expectativa por rede de informações sobre células-tronco

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com o adiamento da decisãodo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Artigo 5º da Lei deBiossegurança, que autoriza o uso de células-troncoembrionárias em pesquisas, o Ministério da Saúdemanteve a decisão de criar o Instituto Nacional de TerapiaCelular (INTC). Pesquisadores da área manifestam expectativadiante da possibilidade. O ministro da Saúde, JoséGomes Temporão, informou na última quinta-feira (6) quea rede brasileira de terapia celular deverá estar em atividadeem abril. Segundo Temporão, o INTC será uma rede deconhecimentos virtual, para troca de experiências sobrepesquisas com células-tronco por um conjunto de instituiçõesde pesquisas, centros universitários e institutos, como oInstituto Nacional do Câncer (Inca) e o Ludwig em SãoPaulo. Há dois anos o país conta com uma rede de bancode sangue de cordão umbilical e placentário, com quatrolaboratórios e cerca de 5 mil cordões armazenados.

Para o pesquisador AntônioCampos de Carvalho, do Instituto Nacional de Cardiologia deLaranjeiras, no Rio de Janeiro, a iniciativa do governo éfundamental para que o Brasil permaneça na posiçãode destaque que alcançou nessa área e possa oferecer àsociedade as melhores opções em termos de medicinaregenerativa no futuro.

“A criação de uminstituto nacional permitirá organizar e coordenar as pequisase criar as condições de infra-estrutura para que osgrupos de pesquisa tenham acesso mais fácil a reagentes,equipamentos, cursos de treinamento para os estudantes e técnicos”,prevê. “Com uma coordenação centralizada, pensoque avançaremos com mais rapidez e eficiência naspesquisas e aplicações das células-tronco.”

Carvalho avalia que a interrupçãodo julgamento no STF não irá interferir no resultadofinal, e que deve ser indeferida a ação direta deinconstitucionalidade (Adin) contra o uso das células-troncoembrionárias. “Espero apenas que o Supremo não adie ojulgamento por muito tempo, pois essa indefiniçãocertamente não ajuda no desenvolvimento da pesquisa”,comenta.

Para o pesquisador JoséEduardo Krieger, diretor do Laboratório de Genética eCardiologia Molecular do Instituto do Coração doHospital das Clínicas de São Paulo, a criaçãodo INTC consolida um posicionamento do governo federal de financiarmais pesquisas.

“Os agentes de financiamento forammuito felizes quando aproveitaram esse nicho de oportunidade que foia criação de uma coisa nova nesses últimos seteanos: a perspectiva de fazer a reparação de órgãosadultos com terapias celulares e fazer o investimento, porqueidentificaram que existia uma massa crítica incipiente depesquisadores no país”.

Krieger lamentou o adiamento no STF:“Foi muito ruim na medida em que o país deu um exemplo demaneira relativamente rápida ao colocar uma regulaçãonessa área e, com a colocação dessa Adin efinalmente agora com o julgamento, começa-se a se questionarisso. Talvez, para o gosto dos pesquisadores, essa lei [a Lei deBiossegurança] nãofosse tão abrangente quanto a gente queria, mas ela foi muitoimportante porque deu passos gradativos e uma série desalvaguardas”.

Na avaliação doprofessor Stevens Rehen, do Departamento de Anatomia da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ), a criação do INTCajudará os pesquisadores a trabalhar em conjunto.

“Talvez eu tenha como contribuirpara treinar outros pesquisadores em outras regiões do Brasilna minha área de pesquisas, eu quero aprender com outrospesquisadores de outras áreas, de outros estados, e é apartir de redes de conhecimento, redes virtuais e reais, onde a gentepossa interagir fisicamente, trazer estudantes, levar estudantes, quea gente vai ter condições de competir como naçãopara o desenvolvimento de novas tecnologias baseadas emcélulas-tronco”, afirma o professor, que preside a SociedadeBrasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC).

Rehen espera que o STF nãodemore a julgar novamente a Adin que decidirá se os cientistaspoderão usar células-tronco embrionárias empesquisas. “Isso acaba gerando uma desaceleração nosinvestimentos federais e nos grupos de pesquisas que têm comoprioridade investir nessa área”, afirma o pesquisador, quetrabalha com a produção em grande escala decélulas-tronco embrionárias com o objetivo e teste emanimais com lesões medulares.

De 2005 para cá, osMinistérios da Saúde e da Ciência e Tecnologiainvestiram cerca de R$ 24 milhões em pesquisas comcélulas-tronco. Naquele ano, o Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou45 projetos na área, dos quais 39 eram pesquisas com célulasadultas e seis com embrionárias. Nesses projetos foraminvestidos R$ 10 milhões, sendo R$ 2 milhões para aspesquisas com células-tronco embrionárias.

A lista de pesquisadores que tiveramprojetos com células-tronco embrionárias aprovadosinclui três cientistas de São Paulo (Mayana Zatz, Lygiada Veiga Pereira e José Eduardo Krieger, da Universidade deSão Paulo – USP), dois do Rio de Janeiro (AntônioCarlos Campos de Carvalho e Stevens Rehen, da Universidade Federal doRio de Janeiro – UFRJ) e uma de Goiás (Lídia Guillo,da Universidade Federal de Goiás – UFG). Há estudossobre mecanismos de diferenciação e uso terapêuticoda células-tronco embrionárias, sobre a expansãoin vitro desse tipo de células e controle de suadiferenciação.

08/03/2008 - 16h13

CBTU tem mais de R$ 2 bilhões no PAC para investir no transporte sobre trilhos até 2010

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Companhia Brasileira de TrensUrbanos (CBTU), vinculada ao Ministério das Cidades, deve investir até 2010 cerca de R$ 2,5 bilhões em obras demelhoria e expansão nos sistemas de metrôs e de trensurbanos de passageiros em todo o país, no âmbito doPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC).

O programa foi lançado pelogoverno federal em janeiro de 2007 e prevê investimentos totaisde R$ 503,9 bilhões em quatro anos, dos quais R$ 274,8 bilhõespara energia, R$ 170,8 bilhões para infra-estrutura social eurbana e R$ 58,3 bilhões para logística.

A CBTU atua nos sistemas própriosdos metrôs de Belo Horizonte (MG) e de Recife (PE) e nossistemas de trens urbanos que também pertencem àempresa, que são os de João Pessoa (PB), Maceió(AL) e Natal (RN). Além disso, atua nas companhias que foramestadualizadas e que respondem pelos projetos dos metrôs deSalvador (BA) e Fortaleza (CE).

“Com isso tudo, os investimentosda CBTU até 2010 no governo Lula vão chegar àcasa dos R$ 2,5 bilhões. A aplicação dessesrecursos está em andamento e os resultados estão sendomuito bem aceitos no Ministério das Cidades e na Casa Civil[da Presidência da República]”, afirmou àAgência Brasil o diretor-técnico da CBTU, MarcusVinicius Quintella.

Segundo ele, a empresa nãoestá perdendo nada. “Estamos dentro do cronograma. Háuma meta de trabalho definida e eu estou muito satisfeito com aatuação da CBTU hoje no PAC”.

Quintella informou que em Salvador,as obras do metrô estão sendo retomadas, com intençãode entregar à população o primeiro trecho atédezembro deste ano. Ele destacou que por decisãogovernamental, no que se refere a trem urbano hoje no país,“onde houver dinheiro do governo federal, a CBTU vai estarpresente”.

Nesse contexto, ele citou comonovidade o fato de a CBTU estar presente na conclusão da Linha2 - Verde - do Metrô de São Paulo, com repasse dogoverno federal de cerca de R$ 270 milhões.

“Não é recurso doPAC, mas é uma dotação voluntária dogoverno federal”, destacou Quintella. A CBTU fiscaliza o processode aplicação da verba federal.

A companhia também participado projeto de construção da Linha 3 do Metrô doRio de Janeiro, que ligará a capital fluminense a Niteróie São Gonçalo, em travessia sob a Baía deGuanabara. O governo federal repassou R$ 5 milhões para osestudos preliminares do projeto.

A CBTU atua também nosprojetos dos metrôs de Brasília (DF), Curitiba (PR) eTeresina (PI), cujos convênios estão em andamento.

“A CBTU está bastanteengajada na parte de trens urbanos. O governo [federal] estámuito preocupado com essa parte da mobilidade urbana”.Segundo o diretor da CBTU, osprojetos de expansão e melhoramento dos sistemas incluídosno PAC serão entregues ao público em etapasescalonadas. “O objetivo é ficar tudo pronto até ofinal do governo Lula, em 2010”. Ao longo desse período,várias obras serão inauguradas”.

08/03/2008 - 15h34

Diretor da CBTU diz que não há mais possibilidade de extinção da empresa

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo federal jádescartou a hipótese de extinção da CompanhiaBrasileira de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao Ministériodas Cidades. A notícia foi confirmada pela assessoria deimprensa do ministério. O diretor-técnico da CBTU,Marcus Vinicius Quintella, afirmou à Agência Brasilque “não há mais possibilidade de extinçãoda empresa”.

Quintella enfatizou que a CBTUtrabalha atualmente com outro objetivo: a expansão. Eleacrescentou que não há mais hoje a ameaça deestadualização dos sistemas de metrô de BeloHorizonte (MG) e de Recife (PE).

“Isso é uma tranqüilidadepara todo mundo trabalhar. E os sistemas estão sendodesenvolvidos com esse novo norte”. Com isso aumenta o poderdecisório e de atuação da CBTU, analisou.

Quintella assegurou que a CBTU agoratem novo foco, destacando a recuperação da empresa queestava “muito sucateada” também em termos salariais.

“O nosso corpo técnico foiperdido. Então, é importante para nós recuperara auto-estima dos nossos funcionários e melhorar o que vai sero futuro das cidades brasileiras na parte da mobilidade urbana, com aespinha dorsal sendo sempre o trilho”.

O diretor técnico afirmou queos repasses orçamentários e os convêniosreferentes ao transporte urbano sobre trilhos no país ficamagora a cargo da CBTU.

Segundo Quintella, a CBTU enfrentamuitos problemas de qualificação, como resultado dasperdas de pessoal especializado nos níveis superior e técnico.Para ele, o baixo salário é um entrave para arecuperação dos antigos funcionários, inclusivepara atrair novos servidores.

“O sujeito não éatraído pelo salário que a empresa estáoferecendo. Isso vem dificultando bastante a ação daCBTU”

Quintella disse que o quadro denível técnico também se ressente da falta depessoal especializado. Em Recife e Belo Horizonte, por exemplo, ondefuncionam as oficinas de manutenção de trens da CBTU, aempresa contrata pessoal, treina e, ao cabo de seis a oito meses,esses funcionários vão para a iniciativa privada, queoferece salários mais altos.

“Nossas oficinas são umareferência muito importante no país. Só que nósnão conseguimos manter esse pessoal aqui dentro. Quer dizer,treinamos pessoal para a iniciativa privada. Isso é um custopara o país muito elevado”.

No momento, a CBTU estárecontratando engenheiros aposentados, na tentativa de reconstruir amemória da empresa. A falta de pessoal especializado traz umproblema maior de risco de acidentes.

“Se eu não tiver manutençãonos sistemas de Belo Horizonte e Recife, nós estamos botandoem risco pessoas. Estamos transportando entre 150 mil e 180 milpessoas em Belo Horizonte e outras tantas em Recife e o risco émuito elevado. Não podemos arriscar. Por isso, estamostentando sensibilizar o governo em relação aoorçamento, que sofreu um corte  forte”. O diretor não soube precisar,entretanto, o valor proposto para orçamento da companhia esteano, nem o percentual cortado. “Eu garanto o seguinte: o corte foimuito alto. Foi cortada uma grande parte do nosso orçamento eisso deixou todo mundo aqui muito preocupado”.

08/03/2008 - 15h02

Tese de doutorado revela maior insatisfação de mulheres com atendimento bancário

Priscila Galvão
Da Agência Brasil
Brasília - Pesquisa quantitativa feita com mais de 5 mil clientes de bancos, realizada pelo administrador Raul Damásio Perillo, constatou que o atendimento nas agências da forma como é feito hoje satisfaz um pouco mais aos homens do que às mulheres.

A pesquisa é parte da tese de doutorado do administrador e mostra que educação e cortesia dos funcionários, segurança e credibilidade estão entre os pontos de maior insatisfação.

De acordo com Raul Damásio, essa não é uma diferença extremamente significativa, mas é real. “Como os bancos em geral não distinguem o gênero dos seus clientes, fazem um atendimento igual que satisfaz menos as mulheres do que os homens”, afirma.

Em entrevista a Agência Brasil, Raul Damásio, disse que a pesquisa  detectou aspectos específicos do atendimento bancário com os quais as mulheres estão menos satisfeitas: a gerência, ou seja a maneira como as clientes mulheres são atendidas; os produtos disponíveis e a forma como são oferecidos ao cliente; a forma como os bancos recebem as informações sobre as características do produto e como respondem e a questão de apoio sem patrocínio.

“Como as mulheres estão mais habituadas hoje do que no passado com o mundo das finanças, elas se tornam mais exigentes. Os produtos e o atendimento dos bancos não foi pensado para atender as diferenças que as mulheres têm e sim para um cliente genérico [basicamente] homens. Essa [falta de] atenção às diferenças pode ser também uma das causas para a menor satisfação das mulheres que a pesquisa constatou”,afirma.

Segundo Raul Damásio, cada vez mais os bancos estão buscando o atendimento remoto, pela internet, e deixando de lado o atendimento pessoal. “Isso pode fazer diferença lá na frente. Muitos clientes querem um atendimento mais humanizado e essa é uma equação que será difícil fechar de uma maneira ideal. A indústria bancária terá pela frente nos próximos anos esse desafio de encontrar o equilíbrio entre o atendimento remoto e o atendimento pessoal”.

Damásio recomenda que, ao desenvolver as estratégias de comunicação com os clientes, ao fazer o treinamento dos seus funcionários e dos seus gerentes, os bancos devem levar em consideração as diferenças de gênero.O trabalho foi apresentado no Programa de Pós-Graduação do Instituto de Psicologia (IP) da UnB. Segundo Damásio, a pesquisa tem dados fortes para dizer que essa diferença existe. "Pesquisas mais aprofundadas poderiam ser feitas para investigar as causas dessas diferenças”.

08/03/2008 - 14h50

Mulheres cearenses pedem jornada menor e criticam mercantilização do corpo

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 600 mulherescearenses realizaram na manhã de hoje (8), em Fortaleza, umacaminhada em defesa de bandeiras feministas. Segundo a organizaçãodo evento, notrajeto entre a Praça do Carmo e a Praça do Ferreiro, as manifestantes reivindicaram a redução da jornada de trabalho e a regulamentaçãodo comércio aos domingos. “O eixo de nossamobilização é a crítica ao modelo dedesenvolvimento capitalista, dentro do qual as mulheres sãotratadas de forma desigual. Muitas delas têm que realizarduplas ou triplas jornadas de trabalho, o que impede até mesmo maior participação política”, disseTiciana Studart, 28 anos, ativista articuladora da Marcha Mundialdas Mulheres no Ceará. Outros palavras de ordem da manifestação foram a legalização doaborto e a violência contra as mulheres. Em frente a uma  loja de rede internacional de fastfood , elas protestaram também “contra a cultura alimentarimposta pelas transnacionais”, informou Studart.As ativistas fizeram uma mensagem de repúdio ao que chamam de mercantilização do corpo e da vidadas mulheres, representados, segundo Ticiana Studart, pela publicidade de cigarro, cerveja e carros. Para a líder, ao exploraremimagens de mulheres sensuais, essas mensagens publicitárias reforçam a cultura de padrõesideais de beleza.Apoiaram a caminhadafeminista em Fortaleza a União Brasileira de Mulheres,Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CentralÚnica dos Trabalhadores (CUT), organizações nãogovernamentais feministas e ambientalistas.

08/03/2008 - 13h18

Aborto, violência doméstica e mídia são temas na marcha de mulheres em São Paulo

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Legalizaçãodo aborto, igualdade salarial, fim da violência domésticae mudança na forma de tratamento da mulher pela mídiasão alguns dos temas nas faixas, camisetas e bandeirasexibidas na Marcha Mundial de Mulheres.Cerca de 800 pessoas,segundo a Polícia Militar, participam neste momento do ato, nocentro da capital paulista. Pelos cálculos da organização,são 5 mil.O evento reúneintegrantes de vários movimentos feministas e militantes departidos políticos, reivindicando principalmente a igualdadeentre os gêneros. Os homens são nítida minoria namanifestação.“A marcha reivindica uma sériede pontos específicos, que no conjunto buscam a igualdade decondições”, diz Nalu Faria, uma das coordenadoras damanifestação. “Para uma sociedade ser realmenteigualitária, ela tem que incorporar as bandeirasfemininas.”A manifestação prosseguirádurante a tarde e será encerrada com um show emhomenagem ao Dia Internacional da Mulher.

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