Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo federal jádescartou a hipótese de extinção da CompanhiaBrasileira de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao Ministériodas Cidades. A notícia foi confirmada pela assessoria deimprensa do ministério. O diretor-técnico da CBTU,Marcus Vinicius Quintella, afirmou à Agência Brasilque “não há mais possibilidade de extinçãoda empresa”.
Quintella enfatizou que a CBTUtrabalha atualmente com outro objetivo: a expansão. Eleacrescentou que não há mais hoje a ameaça deestadualização dos sistemas de metrô de BeloHorizonte (MG) e de Recife (PE).
“Isso é uma tranqüilidadepara todo mundo trabalhar. E os sistemas estão sendodesenvolvidos com esse novo norte”. Com isso aumenta o poderdecisório e de atuação da CBTU, analisou.
Quintella assegurou que a CBTU agoratem novo foco, destacando a recuperação da empresa queestava “muito sucateada” também em termos salariais.
“O nosso corpo técnico foiperdido. Então, é importante para nós recuperara auto-estima dos nossos funcionários e melhorar o que vai sero futuro das cidades brasileiras na parte da mobilidade urbana, com aespinha dorsal sendo sempre o trilho”.
O diretor técnico afirmou queos repasses orçamentários e os convêniosreferentes ao transporte urbano sobre trilhos no país ficamagora a cargo da CBTU.
Segundo Quintella, a CBTU enfrentamuitos problemas de qualificação, como resultado dasperdas de pessoal especializado nos níveis superior e técnico.Para ele, o baixo salário é um entrave para arecuperação dos antigos funcionários, inclusivepara atrair novos servidores.
“O sujeito não éatraído pelo salário que a empresa estáoferecendo. Isso vem dificultando bastante a ação daCBTU”
Quintella disse que o quadro denível técnico também se ressente da falta depessoal especializado. Em Recife e Belo Horizonte, por exemplo, ondefuncionam as oficinas de manutenção de trens da CBTU, aempresa contrata pessoal, treina e, ao cabo de seis a oito meses,esses funcionários vão para a iniciativa privada, queoferece salários mais altos.
“Nossas oficinas são umareferência muito importante no país. Só que nósnão conseguimos manter esse pessoal aqui dentro. Quer dizer,treinamos pessoal para a iniciativa privada. Isso é um custopara o país muito elevado”.
No momento, a CBTU estárecontratando engenheiros aposentados, na tentativa de reconstruir amemória da empresa. A falta de pessoal especializado traz umproblema maior de risco de acidentes.
“Se eu não tiver manutençãonos sistemas de Belo Horizonte e Recife, nós estamos botandoem risco pessoas. Estamos transportando entre 150 mil e 180 milpessoas em Belo Horizonte e outras tantas em Recife e o risco émuito elevado. Não podemos arriscar. Por isso, estamostentando sensibilizar o governo em relação aoorçamento, que sofreu um corte forte”. O diretor não soube precisar,entretanto, o valor proposto para orçamento da companhia esteano, nem o percentual cortado. “Eu garanto o seguinte: o corte foimuito alto. Foi cortada uma grande parte do nosso orçamento eisso deixou todo mundo aqui muito preocupado”.