Mulheres cearenses pedem jornada menor e criticam mercantilização do corpo

08/03/2008 - 14h50

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 600 mulherescearenses realizaram na manhã de hoje (8), em Fortaleza, umacaminhada em defesa de bandeiras feministas. Segundo a organizaçãodo evento, notrajeto entre a Praça do Carmo e a Praça do Ferreiro, as manifestantes reivindicaram a redução da jornada de trabalho e a regulamentaçãodo comércio aos domingos. “O eixo de nossamobilização é a crítica ao modelo dedesenvolvimento capitalista, dentro do qual as mulheres sãotratadas de forma desigual. Muitas delas têm que realizarduplas ou triplas jornadas de trabalho, o que impede até mesmo maior participação política”, disseTiciana Studart, 28 anos, ativista articuladora da Marcha Mundialdas Mulheres no Ceará. Outros palavras de ordem da manifestação foram a legalização doaborto e a violência contra as mulheres. Em frente a uma  loja de rede internacional de fastfood , elas protestaram também “contra a cultura alimentarimposta pelas transnacionais”, informou Studart.As ativistas fizeram uma mensagem de repúdio ao que chamam de mercantilização do corpo e da vidadas mulheres, representados, segundo Ticiana Studart, pela publicidade de cigarro, cerveja e carros. Para a líder, ao exploraremimagens de mulheres sensuais, essas mensagens publicitárias reforçam a cultura de padrõesideais de beleza.Apoiaram a caminhadafeminista em Fortaleza a União Brasileira de Mulheres,Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CentralÚnica dos Trabalhadores (CUT), organizações nãogovernamentais feministas e ambientalistas.