29/06/2010 10:23

NEWS IN ENGLISH – An exiled Zelaya awaits chance to return

Renata Giraldi Reporter Agência Brasil

Brasília – On June 28, 2009, in an action supported by the Armed Forces, the Congress and the Supreme Court, the president of Honduras, Manuel Zelaya, was removed from office and sent out of the country. At the moment he has political asylum in the Dominican Republic but remains in constant contact with followers in Honduras and foreign authorities. It is believed that Zelaya wishes to return to his country and get back into politics.
Since the removal of Zelaya, Honduras has had regularly scheduled elections, with Porfirio Lobo winning. However, Lobo and his government are still not internationally recognized as legitimate. One of the main sticking points in Lobo’s attempts to be accepted as the rightful president of Honduras is the status of Zelaya.
Zelaya’s followers consider him a democrat. But most of those presently in power in Honduras see him as an authoritarian figure who attempted to illegally amend the constitution so he could remain in power.

Allen Bennett – translator/editor The News in English
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29/06/2010 10:18

NEWS IN ENGLISH – Honduras remains ostracized by most of international community

Renata Giraldi Reporter Agência Brasil

Brasília – Exactly a year after soldiers hustled the elected president, Manuel Zelaya, out of the country, putting in place an unelected administration headed by the president of the legislature and supported by the military and Supreme Court, Honduras remains suspended from the Organization of American States. The country is now ruled by the government of Porfirio Lobo, elected at the end of 2009 in regularly scheduled elections, but many Latin American nations do not recognize Lobo or his administration, considering it the fruit of an illegal coup. Lobo has been on a road show around the continent trying to convince his neighbors that he is legitimate.
The OAS, in particular, has doubts about human rights, as well as the independence of the legislative and judicial branches of government.  An OAS delegation is scheduled to arrive in Honduras this week to check on the situation. Neighbors, especially members of the Union of South American Nations (“Unasur” - Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Colombia, Ecuador, Paraguay, Peru, Suriname and Venezuela), are concerned about the status and rights of Zelaya and his followers.
The visit by the OAS delegation and the fact that this week Lobo will participate in Latin American System Integration meetings are seen as indications that Honduras will soon be accepted back into the international community.

Allen Bennett – translator/editor The News in English
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29/06/2010 - 10h17

Crianças e jovens sul-africanos surpreendem-se em visita à Casa Brasil

Vinicius Konchinski
Enviado especial

Joanesburgo (África do Sul) – Cem crianças e jovens de comunidades pobres de Joanesburgo, África do Sul, visitaram hoje (29) a Casa Brasil. Em um projeto conjunto dos governos brasileiro e da província de Gauteng, eles foram convidados para conhecer o espaço, criado para promover o Brasil internacionalmente durante a Copa do Mundo.

Os visitantes de hoje são os primeiros de um total de 600 meninos e meninas que devem passar pela Casa Brasil até o encerramento do mundial. Em visitas guiadas pelos estandes e exposições, eles se surpreenderam com os costumes e dimensões do Brasil.

“Não sabia que o Brasil tinha [aproximadamente] 200 milhões de habitantes”, disse Qenehelo Letuma, 17 anos. “É quatro vezes mais do que temos aqui na África do Sul. É grande demais.”

Qenehelo é aluno de um projeto de educação esportiva desenvolvido em Vereeniging, na região metropolitana de Joanesburgo. Ele foi um dos selecionados pelo Programa da Juventude, que leva os visitantes à Casa Brasil.

Ele acompanhou atentamente, junto com colegas da área em que mora, as pequenas palestras sobre cada uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Assistiu também a vídeos sobre a arquitetura, a arte e a moda brasileiras. Ele achou “estranhas” as roupas criadas por estilistas brasileiros.

“Não sei como as pessoas andam na rua assim”, disse ele, bem-humorado.

Seu colega, Lucky Hthoesane, 17, também se surpreendeu com a moda nacional. Além disso, gostou de conhecer as invenções brasileiras nas áreas de videogames e vídeos em três dimensões.

“Nunca tinha pensado que vocês também faziam essas TVs”, disse, depois de assistir a uma apresentação de um formato de vídeo desenvolvido no Brasil.

Até os adultos que acompanhavam os jovens saíram surpresos. O coordenador do projeto esportivo de Vereeniging, Mpumelelo Mtimkulu, reconheceu semelhanças entre a África do Sul e o Brasil.

“Há um lugar chamado Natal lá e um aqui”, disse ele. “Deve ser uma consequência da colonização portuguesa”.

Mtimkulu considera a visita dos jovens sul-africanos ao local um privilégio. Segundo ele, lá eles aprendem da forma que mais gostam: brincando.

Edição: Tereza Barbosa

29/06/2010 - 10h12

Programas de geração de renda ampliam autoestima de portadores de transtornos mentais

Luana Lourenço e Lisiane Wandscheer
Enviadas Especiais

Goiânia e Porto Alegre - Depois de sete tentativas de suicídio, a artesã Maria Aparecida Sales hoje lida de forma diferente com a depressão. É entre linhas, agulhas, bordados e conversas ao redor de uma grande mesa que ela tem conseguido conviver com o transtorno mental. Cida é uma das 30 associadas do projeto Gerarte, iniciativa de geração de renda associada ao tratamento nos centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Goiânia.

“Aprendi a fazer chaveiros, a bordar, a fazer muita coisa. E isso traz esperança e coisas boas. Antes não tinha com o que ocupar a mente. Para quem vivia internada com depressão isso aqui hoje é o paraíso”, conta Cida enquanto faz o acabamento de um coração de feltro verde e amarelo.

Projetos como o Gerarte são parte da estratégia de mudança do atendimento hospitalar de pacientes de saúde mental para os serviços de base comunitária. Junto com os Caps, as residências terapêuticas e o benefício De Volta Pra Casa, os centros de convivência e arte sustentam a reforma psiquiátrica.

“Os associados têm que fazer parte do programa de saúde mental: vêm dos Caps ou fazem acompanhamento ambulatorial”, explica a arte-terapeuta Heloísa de Araújo.

De acordo com o Ministério da Saúde, há pelo menos 393 experiências de saúde mental e economia solidária mapeadas em todo o país. Em Goiânia, o Gerarte, criado em 2008, inaugurou a segunda unidade em janeiro deste ano e tem oficinas de costura, bijuterias, tapeçaria, pintura, tear e papel. “A renda é dividida entre todos, de acordo com os turnos trabalhados. Cada associado tem recebido mais ou menos R$ 90 ou R$ 100 [por mês]”, calcula Heloísa.

Para a artesã Maria de Fátima Machado, que sofre de esquizofrenia, melhor que o dinheiro no fim do mês é a convivência com o grupo durante as oficinas. “Só vivia em casa, doente, não me tratava. Depois que vim para cá mudou, estou feliz aqui. É a terapia que eu faço.”

Em Porto Alegre, o Grupo Geração POA, criado em 1996, atende usuários da saúde mental e pessoas com doenças do trabalho. Segundo a terapeuta ocupacional Kátia Barfknecht, a ideia é fazer a reinserção social e possibilitar que essas pessoas se organizem para criar cooperativas.

“Quando criamos esse espaço, queríamos possibilitar que elas pudessem circular em toda a cidade e não ficassem restritas ao tratamento nos centros de Atendimento Psicossocial, os Caps”, explica Kátia.

Eduardo Silva (nome fictício a pedido do entrevistado) é um dos mais antigos do grupo de geração de renda da capital gaúcha. Ele conta que fazia o atendimento psicológico em um posto de saúde onde recebeu indicações para participar do Geração POA.

Além de fazer artesanato, os integrantes do grupo aprendem a comercializar a produção. “Paramos de fazer cartões pintados. Hoje, entre mandar um cartão e mandar um e-mail as pessoas preferem o e-mail, por isso estamos inovando os cartões com origami e aprendendo a fazer móbiles”, destaca.

Em Pernambuco, mais de 120 pessoas fazem parte da oficina de geração de renda do município de Camaragibe, a 10 quilômetros de Recife. Os produtos são vendidos em uma banca dentro da prefeitura e em outros pontos da cidade. O lucro é dividido: parte vai para a manutenção da oficina e a outra para o bolso dos artesãos.

Elaine Ramos de Souza tem dois filhos que sofrem de esquizofrenia e depressão. Um deles levou um tiro durante um assalto e ficou paraplégico. Os três participam da oficina de artesanato e ganham, juntos, cerca de R$ 200 por mês - um acréscimo à renda familiar que se limita à pensão por invalidez recebida por um dos filhos.

“Eu prefiro que meus filhos fiquem perto de mim. Internar não é uma boa solução. A oficina é uma boa terapia, mas serve também para ajudar nos gastos mensais”, garante Elaine.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

29/06/2010 - 10h02

Barbacena celebra a loucura em festival no mês de julho

Vitor Abdala
Enviado Especial

Barbacena (MG) - A loucura, que já foi motivo de desconforto para a população de Barbacena, por causa dos maus-tratos e das mortes ocorridas em hospícios ao longo do século 20, é celebrada em um festival anual na cidade mineira, desde 2006. O Festival da Loucura reúne shows, exposições e apresentações teatrais, além de um congresso médico que discute a saúde mental.

A edição deste ano será realizada entre os dias 15 e 18 de julho e tem, entre as atrações confirmadas, o escritor Ariano Suassuna e o músico Zeca Baleiro. “Se, no passado, Barbacena foi apontada como a Cidade dos Loucos, hoje a gente vê que a cidade está tentando dar a volta por cima”, afirma Lucimar Pereira, coordenadora do Museu da Loucura, também localizado no município.

A loucura não é celebrada apenas no festival. Todo ano, durante o carnaval, pessoas com problemas mentais que moram em Barbacena desfilam no bloco Tirando a Máscara, que reúne pacientes, ex-internos e outros moradores.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

 

29/06/2010 - 9h57

Ex-pacientes relembram sofrimentos vividos em antigo hospício

Vitor Abdala
Enviado Especial

Barbacena (MG) - Elza Campos e Marlene de Almeida, 63 anos, se conheceram ainda crianças, mas não é possível dizer que tiveram uma infância comum. As duas cresceram no Hospício de Barbacena, internadas como loucas, com centenas de outros pacientes. João Gonçalves, 49 anos, também cresceu no hospital.

Hoje, mesmo com problemas mentais, eles não estão mais internados no hospício. Há alguns anos, os três vivem em residências terapêuticas na cidade mineira, com outros ex-pacientes do hospital psiquiátrico. Apesar disso, não conseguem se esquecer das décadas de abandono e dos maus-tratos sofridos dentro da instituição.

“A gente sofria muito. Os pacientes ficavam nas celas, que tinham até rato. Tinha aquelas injeções grossas e a gente ficava impregnado [sob efeito de drogas]. A gente não saía, ficava só lá no pátio. Tinha também os choques”, conta Elza Campos.

Hoje, Elza pode se deslocar sozinha pela cidade. Ela relembra o sofrimento com um olhar distante, sentada num banco em frente ao hospital onde antigamente era mantida presa e isolada. Em meio à entrevista, puxa orgulhosa, de dentro da bolsa, duas toalhas de mesa com a imagem de frutas que ela mesma pintou.

Sentados ao lado de Elza no banco em frente ao antigo hospício, estão João e Marlene. Ex-pacientes da instituição, os dois partilham as mesmas memórias que sua colega. Corpulento, João conta que chegou a ficar preso, atrás das grades, dentro do hospício.

Já Marlene se lembra de uma interna que mordia os outros pacientes e mostra uma cicatriz no braço direito.

A conversa sobre o passado no hospício é rapidamente substituída pelas lembranças mais recentes, que também são as mais felizes. Na década de 90, o hospício de Barbacena começou a se adequar às novas regras propostas pela reforma psiquiátrica brasileira.

Tratamentos antigos como o eletrochoque e o isolamento de pacientes deram lugar a técnicas mais modernas e humanizadas. Aos poucos, as enfermarias foram transformadas em casas no terreno do hospital. Os portões da instituição foram abertos. Os internos ganharam o direito de circular pela cidade.

Em 1994, havia 600 pacientes internados no hospital. Hoje são apenas 215. Muitos foram transferidos para as residências terapêuticas, casas comuns no meio da cidade, em que ex-pacientes vivem sob os cuidados do Estado. Ex-internos como João, Marlene e Elza começaram a fazer viagens e a conhecer cidades como Porto Alegre, São João Del Rei (MG) e Brasília.

João e Marlene, que são namorados, planejam se casar. Por enquanto, Marlene ainda precisa visitar a casa de João nos finais de semana, mas, em breve, os dois poderão morar em uma casa terapêutica só deles.

“A gente trabalha numa perspectiva de reinserção social. A gente dá a liberdade para a pessoa criar sua própria autonomia”, conta a assistente social Adriane Oliveira, que supervisiona algumas residências terapêuticas.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

 

29/06/2010 - 9h54

Barbacena: mais de 160 pessoas com problemas mentais vivem em 25 residências terapêuticas

Vitor Abdala
Enviado Especial

Barbacena (MG) - Paulo César adora carros e conhece toda a vizinhança. José Raimundo gosta mesmo é de tocar uma sanfona. Antônio Rodrigues prefere tomar sol na pracinha em frente a sua casa e cuidar desse espaço público como se fosse seu lar. Já Maria de Fátima vive um romance com Tomaz Aquino há vários anos. Todos eles moram juntos, na cidade mineira de Barbacena.

A casa seria apenas uma residência normal, em uma pacata cidade do interior do país, se não fosse por um detalhe: seus sete moradores passaram anos internados em um hospício e hoje, por ainda sofrerem de problemas mentais, vivem no local sob os cuidados do Estado.

Trata-se de uma das 25 casas terapêuticas de Barbacena, que, por décadas, foi conhecida como a Cidade dos Loucos, por concentrar sete hospícios e milhares de pacientes com distúrbios mentais.

As residências terapêuticas, que abrigam mais de 160 pessoas no município, fazem parte da política nacional de acabar com os hospícios e permitir a convivência social e familiar aos pacientes com problemas mentais. Essas casas são voltadas para aqueles que não têm laços familiares e tampouco podem viver sozinhas por ter algum tipo de dependência.

A casa de Paulo César, José Raimundo, Antônio, Maria de Fátima e Tomaz, por exemplo, conta com quatro cuidadores, profissionais que acompanham e ajudam os ex-internos, e uma profissional de serviços gerais, que ajuda a organizar o local. A supervisão fica por conta dos técnicos de referência, como a psicóloga Leila Maria Stefani.

As residências terapêuticas, que funcionam em Barbacena há oito anos, são casas alugadas com dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). Em geral, são ambientes grandes porque precisam abrigar até oito moradores.

“No início, havia uma resistência dos moradores das redondezas e até mesmo dos proprietários, que não queriam alugar suas casas para residências terapêuticas. Hoje quase não tem mais essa resistência. As pessoas passaram a entender como elas funcionam. E os moradores [ex-pacientes] passaram inclusive a se integrar com a vizinhança”, conta Leila Maria.

Ela cita o caso de Paulo César, carinhosamente conhecido dentro da casa e pelos vizinhos como Bolinha. Apesar de ser um adulto, na faixa dos 40 anos, Bolinha parece ter a mente de uma criança, com dificuldades de falar e de se locomover. Mas, segundo a psicóloga, ele se integrou completamente à comunidade. “Hoje ele conhece todo mundo e é até convidado para aniversários aqui na vizinhança. As pessoas sempre passam aqui na rua e brincam com ele.”

Em breve, a casa deve perder dois de seus moradores. É que o casal Maria de Fátima e Tomaz Aquino deixará o espaço em busca de privacidade. Para isso, a prefeitura a procura um novo local para servir de residência terapêutica aos dois, que precisa ser adaptado porque Maria tem dificuldades de locomoção e Tomaz usa uma cadeira de rodas.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo
 

29/06/2010 - 9h50

Museu guarda memória de sofrimento e maus-tratos em hospícios de Barbacena

Vitor Abdala
Enviado Especial

Barbacena (MG) – As gerações mais novas podem ter uma noção do sofrimento que atingia os internos dos hospícios de Barbacena (a cidade chegou a ter sete instituições desse tipo) por meio de uma visita ao Museu da Loucura, inaugurado em 1996, nas dependências do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena.

Trata-se de um pequeno museu, que reúne fotos, relatos e objetos que mostram como era o dia a dia dos internos de Barbacena. O último aparelho de eletrochoque usado em um paciente também está lá.

A coordenadora do Museu da Loucura, a pedagoga Lucimar Pereira, conta que o equipamento foi adotado até a década de 90. O aparelho deixou de ser usado depois que uma paciente morreu em decorrência de uma sessão de choques elétricos.

Também é possível ver as grades das celas que separavam os internos considerados mais agressivos e uma enorme seringa que era usada para aplicar medicamentos. Segundo Lucimar, a mesma agulha era usada em todas os pacientes, sem qualquer cuidado com a higiene.

No museu, os visitantes também conhecem a história de João Adão, o último a sofrer uma lobotomia no hospital. O procedimento radical, que envolve uma cirurgia cerebral, transformava o homem em um “ser vegetativo”, conta Lucimar.

Nascida em Barbacena, a coordenadora do museu afirma que a inauguração do espaço, em 1996, causou um mal-estar na cidade. “Tínhamos um preconceito em relação ao hospital e aos doentes. Quando a gente via o azulão na rua, você logo identificava que era paciente, era doido do hospital. A gente tinha medo, tinha receio”, lembra a pedagoga.

Segundo Edson Brandão, que pesquisa a história da loucura no município, a vida do cidadão de Barbacena era permeada pela presença do hospital, apesar da distância que sempre houve entre a cidade e a instituição. “Eu tinha horror de entrar nesse lugar. É uma chaga que a cidade leva, até por um erro capital que se cometeu do distanciamento. A cidade sempre esteve muito distante disso aqui. O cidadão barbacenense sente um desconforto em relação ao assunto.”

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

29/06/2010 09:50

NEWS IN ENGLISH – Enormous business losses due to World Cup

Alana Gandra Reporter Agência Brasil

Rio de Janeiro – There is a lot of debate about whether or not there are losses of productivity due to World Cup soccer games. But the president of the Rio de Janeiro Shopkeeper Club (“Clube dos Diretores Lojistas”), Aldo Gonçalves, says there is no doubt that sales drop significantly every time Brazil plays. “Sales fall around 50% and that is a fact. Stores close early before the games and most do not open again. Only shopping centers open again after a game and even so business will be very weak,” says Gonçalves.
He estimates normal sales in the state of Rio de Janerio at around R$200 million per day. So, there is a loss of R$100 million. “Only small shops that sell cheap stuff for soccer fans are doing well. They sell hats, t-shirts, flags and horns (vuvuzuelas, etc),” reports Gonçalves.
Meanwhile, the director of the Rio Commercial Association, Daniel Plá, says that if Brazil makes it to the World Cup final total losses for Rio businesses will reach R$1 billion. And about a third of that will never be recuperated, says Plá, as those are losses in restaurants and bars, and so-called “compulsive buying” by shoppers that ceases to exist during soccer games.

Allen Bennett – translator/editor The News in English
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29/06/2010 - 9h48

Conhecida como Cidade dos Loucos, Barbacena quer se reabilitar do passado

Vitor Abdala
Enviado Especial

Barbacena (MG) - O histórico prédio do Centro Hospitalar de Psiquiatria de Barbacena, em Minas Gerais, ergue-se solitário sobre uma colina. É uma presença imponente, localizada na periferia da cidade, que permanece ali, insistindo em lembrar a população local um sombrio passado que não é possível apagar.

É uma história que começou em 1903, quando a cidade foi escolhida para receber o primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais, mas continuou por décadas, quando milhares de pessoas foram internadas ali, fazendo com que o município passasse a ser conhecido como a Cidade dos Loucos.

As pessoas internadas sofriam de algum distúrbio mental ou, simplesmente, apresentavam um comportamento inaceitável para o padrão conservador da época, como homossexuais ou mães solteiras, que eram despejados em Barbacena, para serem isolados da sociedade.

Essas pessoas passaram grande parte da sua vida sem qualquer contato com o mundo, enjauladas como animais, submetidas a tratamentos desumanos, a condições sanitárias inadequadas e a todo tipo de tortura. Estima-se que 60 mil pessoas tenham morrido, vítimas das condições precárias da instituição, que chegou a ser comparada a um campo de concentração pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia, em 1979.

“À medida que o Brasil foi se urbanizando, passou a ter uma dificuldade de lidar com seus loucos. A solução que existia, até então, era a reclusão. Barbacena ficou muito marcada porque ganhou uma instituição que tinha a pretensão de fazer isso em larga escala”, conta Edson Brandão, que pesquisa a história da loucura na cidade.

“A princípio, isso funcionou de forma muito positiva, mas foi desandando ao longo do tempo e formando uma tragédia, porque, quanto mais gente chegava, menos condições o hospital tinha de dar a elas um tratamento digno”, diz Brandão, que nasceu em Barbacena.

A história começou a mudar na década de 80, quando teve início no Brasil a luta antimanicomial. O movimento, idealizado por trabalhadores da área de saúde mental, previa o fim dos hospícios e a integração das pessoas com problemas mentais à sociedade. Aos poucos, Barbacena viu o cenário se transformar.

O hospital psiquiátrico continua lá. Mas não funciona mais como um hospício. Hoje, a unidade prioriza o atendimento ambulatorial. Há também uma pequena emergência, chamada de Serviço de Internação de Agudos, com 30 leitos, para internações de curta duração e recuperação de usuários de drogas. “Tentamos evitar que a internação ultrapasse os 15 dias nesses leitos de agudos”, conta a diretora interina do hospital, Mônica Chartuni.

Ainda há pessoas internadas. São 215 pacientes de longa permanência, ou seja, que estão há anos no hospital. Mas a internação é diferente daquela do passado: a maior parte das pessoas vive em enfermarias que parecem casas, no terreno do hospital, e o atendimento é feito de forma humanizada. Além disso, a proposta é que, aos poucos, elas sejam deslocadas para residências terapêuticas, isto é, casas comuns, localizadas no meio da cidade, que comportam de duas a oito pessoas.

“O Centro Hospitalar de Psiquiatria de Barbacena tem uma história de 100 anos em que chegou a abrigar 5 mil pacientes. Hoje ainda tem alguns pacientes de longa permanência que estão aguardando vagas nas residências terapêuticas. Só esperamos a abertura de vagas nessas residências [para dar alta a eles]. Agora, por exemplo, estamos preparando seis senhoras de idade avançada porque vai abrir uma nova residência terapêutica”, afirma Mônica.

A mudança no paradigma de tratamento dos pacientes com problemas mentais nos últimos anos também levou a cidade a reavaliar a própria história e a relação com a loucura. Hoje, segundo Edson Brandão, Barbacena está disposta a refletir criticamente sobre a saúde mental.

“Uma parte da população aceita isso com muita naturalidade e até se orgulha porque temos uma história de superação para contar ao mundo. Não tivemos só o hospício com suas faces negativas, também tivemos, depois, todo o trabalho de grandes profissionais de saúde que conseguiram, em poucos anos, reverter essa situação. Hoje somos um exemplo de uma cidade que absorve essa população marginalizada de forma muito eficiente”, afirma Brandão.

Segundo ele, a loucura e as tragédias que ocorreram no antigo hospício são um pedaço da história de Barbacena. “Essa história tem que ser contada e recontada, com aquela velha máxima de que, se todos conhecerem, isso não será repetido”, diz o pesquisador.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

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