Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Roberto Busato entregou hoje uma proposta para a imediata convocação do Conselho da República, "como medida de alta valia em face do quadro político atual". Busato encaminhou o pedido formal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Conselho da República é uma instituição do Estado, que foi criada justamente para assessorar o presidente em momentos de crise. O momento de crise está aí, e o próprio presidente Lula reconhece que há uma grave crise institucional no país", afirmou ele por meio de nota divulgada à imprensa. Ele reforçou que o Conselho da República é o órgão competente para prestar assessoramento ao presidente da República "sempre que sobrevenham questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas", como define o artigo 90 da Constituição Federal.
Ao propor que o presidente Lula convoque o Conselho da República para auxiliá-lo na solução da presente crise, Busato transcreve na nota a declaração de Lula ao dar posse aos integrantes daquele órgão, em 28 de abril de 2004: "Quando os conselheiros perceberem que têm um problema relevante para discutir no país, e se o presidente não tomar a iniciativa de chamá-los, que chamem a atenção do presidente para convocar o Conselho".
O Conselho da República é um órgão previsto na Constituição Federal, convocado exclusivamente pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e, entre suas funções, está a de "pronunciar-se sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas".
Com informações da Ordem dos Advogados do Brasil
Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, disse na manhã de hoje (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia dos empréstimos feitos pelo empresário Marcos Valério ao Partido dos Trabalhadores. "Eu tenho a dizer o que ouvi do presidente. O presidente não tomou empréstimo no PT, não reconhece empréstimo do PT e não pagou empréstimo do PT", afirmou.
Wagner lembrou que Lula era presidente de honra do PT e não tinha conhecimento de questões internas de burocracia e de tesouraria do partido.Sobre a declaração do empresário Marcos Valério feita ontem na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a compra de votos de que José Dirceu sabia das operações, Wagner disse que é preciso aguardar o resultado das investigações. "São palavras de um contra palavras de outro", afirmou.
O ministro participou da abertura da Conferência Internacional sobre Desafios e Perspectivas do Fortalecimento das Instituições Políticas Brasileiras, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal ouve esta manhã Antonio Lamas, irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL), Jacinto Lamas. Ele chegou por volta de 11 horas, acompanhado por um advogado. De acordo com a lista apresentada pelo empresário Marcos Valério, na semana passada, os irmãos Jacinto e Antonio teriam sacados R$ 10,8 milhões do Banco Rural em 2003 e 2004.
Em seu depoimento à Polícia Federal na semana passada, Jacinto Lamas admitiu ter feito os saques a pedido do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. De acordo com Lamas, o dinheiro seria entregue na residência de Costa Neto e serviria para pagar dívidas de companha. Valdenmar Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal no dia 1º deste mês.
Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de 70 dias parados, o comando da greve dos servidores da Previdência Social, Saúde, Trabalho e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) indica que a mobilização deve continuar. O diretor da Secretaria de Administração e Finanças da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) Moacir Lopes diz que a "postura intransigente" e "de confronto" do governo de não querer negociar com todas as categorias têm sido a causa do prolongamento da greve.
"Ontem, em uma discussão preliminar com o secretário do Ministério do Planejamento, não houve avanço. Os debates foram suspensos e vamos ver se temos condições de retomar hoje as negociações", afirmou. Segundo Lopes, a cada hora em que se começa a avançar para uma negociação, "o governo muda o foco". O comando da greve vai se reunir ainda hoje, em Brasília, com representantes de 15 estados onde a greve está mais forte, para definir os próximos passos.
De acordo com Lopes, as principais reivindicações da categoria são: um plano de carreira; dinheiro fixo para gratificação e com incorporação na carreira; a realização de um concurso público e, em quarto lugar, que o governo regulamente a jornada de trabalho de acordo com a situação dos contratados dos concursos públicos, no qual existem casos de trabalhadores recebendo menos de um salário mínimo como salário inicial.
Com relação à reivindicação do reajuste salarial de 18%, Moacir Lopes lembrou que o governo diz que não tem como dar esse percentual porque teria que repassá-lo igualmente à todas categorias. "Se o aumento de 18% é um empecilho, vamos tentar mediar, mas nem na mediação que a gente faz eles aceitam e criam outros fatores", observou.
Lopes explicou também que em junho, quando a greve estava forte no INSS e o comando topou negociar com o governo, foi dito que um acordo só seria fechado se a negociação fosse feita junto com a Seguridade Social. Ele assinala, no entanto, que essa proposta não avançou, porque o governo propôs o parcelamento de uma dívida do Plano de Cargos e Salários em 12 parcelas (6 anos) e a categoria não aceitou. "Agora ele (governo) coloca na mesa que não quer negociar Seguridade Social mas só o INSS."
Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "O atual momento de crise propicia o momento de mudança", afirmou hoje (10) o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner. Ele participou, agora há pouco, da abertura da Conferência Internacional sobre Desafios e Perspectivas do Fortalecimento das Instituições Políticas Brasileiras, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados.
"Somos daqueles que acreditamos que todos os problemas e crises por que passamos são também uma janela de oportunidade para a mudança", afirmou Wagner. Para ele, que representou o governo no evento, a solução da atual "tormenta" por que passa o país "não pode se limitar à apuração" de responsabilidades. "É o momento de dar respostas sistêmicas", afirmou, em referência ao projeto de reforma política que tramita atualmente no Congresso.
Sobre o projeto de reforma política, o ministro considera que seja assunto dos parlamentares e partidos, no qual o Executivo não deve interferir. Ele comentou que o projeto atual "não é necessariamente bom, ótimo ou ideal". Disse que o texto atual é fruto de negociações entre os partidos no Congresso e "nesse sentido, ele é o possível".
O ministro fez um apelo ao deputado Severino Cavalcanti, presidente da Câmara, para que o projeto seja incluído na chamada "agenda de normalidade" do Congresso, referindo-se a compromisso assumido por Severino de que as apurações de denúncias de corrupção seguiriam em paralelo com votações importantes para o país, sem paralisar os trabalhos parlamentares.
Wagner lembrou que, recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ministro Márcio Thomaz Bastos um estudo sobre a reforma política disse que as "reflexões" resultantes dessa análise coordenada por Bastos serão entregues ao Congresso em caráter de "contribuição".
O ministro afirmou ainda que os atuais patamares de gastos em campanhas eleitorais no Brasil estão "contaminando" a democracia do país, transformando o que deveria ser uma "disputa de idéias" em uma "disputa de cofres".
O evento que acontece hoje e amanhã no Nereu Ramos é organizado por diversas entidades nacionais e internacionais: o Instituto Republicano Internacional (IRI), a Fundação Internacional para Assistência Eleitoral (IFES), o Centro de Estudos das Américas da Universidade Candido Mendes (CEAs/UCAM), o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, a Fundação Konrad Adenauer (KAS), a FAES - Fundación para el Análisis y los Estúdios Sociales, com apoio da Câmara dos Deputados, do Foro Interamericano de Partidos Políticos da Organização dos Estados Americanos (FIAPP), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Parlamento Latino-Americano – Grupo Brasileiro (PARLATINO), a Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), o Programa Interlegis e a United States Agency - International Developlement (USAID).
Agência Brasil
Brasília - Brazil's beef exports in 2005 should surpass US$ 3 billion, according to the president of the Brazilian Confederation of Agriculture's (CNA) Permanent National Beef Cattle Forum, Antenor Nogueira. This estimate is based on the sector's results between January and July, when they country's revenues from beef exports totaled US$ 1.752 billion, 33% more than the US$ 1.313 earned over the same period last year.
Export volume amounted to 1.299 million tons, 35% more than the 965 thousand tons exported during the first seven months of 2004. These data indicate to Nogueira that Brazil will maintain its position as world leader in beef exports for the third year in a row. Beef exports earned US$ 2.457 billion last year.
Over the 12-month period from August, 2004, to July, 2005, revenues from Brazilian beef exports totaled US$ 2.896 billion, 41% more than the US$ 2.057 billion registered between August, 2003, and July, 2004. In terms of volume, the overall total came to 2.188 million tons, 42% more than the 1.539 million tons exported between August, 2003, and July, 2004.
Brazil currently exports beef to more than 140 countries. The chief markets for fresh beef between January and July of this year were Russia (US$ 296 million), Egypt (US$ 159 million), and the United Kingdom (US$ 120 million). The biggest buyers of processed Brazilian beef in the first seven months of 2005 were the United States (US$ 85 million), the United Kingdom (US$ 75 million), and Venezuela (US$ 25 million).
Translation: David Silberstein
Agencia Brasil
Brasilia - Brasil debe superar los US$3.000 millones en exportaciones de carne bovina en 2005, según el presidente del Foro Nacional Permanente de Ganadería de Corte de la Confederación de Agricultura y Ganadería de Brasil (CNA), Antenor Nogal. La estimativa se basa en los resultados que el sector acumuló de enero a julio de este año, cuando el país obtuvo US$1.752 millones en renta con las exportaciones de carne bovina; un 33% más que el total de US$1.313 millones en el igual periodo del año pasado.
La cantidad exportada alcanzó 1,299 millón de toneladas, un 35% más que las 965 mil toneladas de los primeros siete meses del año pasado. Para Nogal, las cifras indican que Brasil será el principal exportador mundial de carne bovina por el tercer año consecutivo. El año pasado, las exportaciones de carne bovina rindieron US$2.457 millones.
En el acumulado de agosto de 2004 a julio de 2005, las exportaciones brasileñas de carne bovina alcanzaron US$2.896 millones, un 41% más que los US$2.057 millones registrados de agosto de 2003 a julio de 2004. En volumen, las exportaciones acumuladas en el mismo periodo sumaron 2,188 millones de toneladas; cantidad el 42% superior al total de 1,539 millón de toneladas registrado entre agosto de 2003 y julio de 2004.
Actualmente, Brasil exporta carne bovina para más de 140 países. Los principales destinos de la carne in natura, entre enero y julio, fueron Rusia (US$296 millones); Egipto (US$159 millones) y Reino Unido (US$120 millones). Mientras los mayores compradores de carne industrializada brasileña en este período fueron Estados Unidos (US$85 millones); Reino Unido (US$75 millones) y Venezuela (US$25 millones).
Traducción: Andréa Alves
Aécio Amado
Reporter Agência Brasil
Rio - Weak performance in the agricultural sector caused a slowdown in agribusiness growth in the first half. Whereas the Brazilian industrial sector as a whole had growth of 5.0%, the government statistical bureau (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (IBGE) reports that agribusiness growth was only 0.3%. A breakdown in the report shows that cattle farming was up 2.5%, but crop farming was down 0.7%.
A note from the IBGE says the reasons for weaker growth were "lower international prices for commodities, rising production costs, less access to credit and the weak dollar, along with adverse weather in the central-southern part of Brazil this year that reduced the size of grain harvests."
Translator: Allen Bennett
Aécio Amado
Reportero - Agencia Brasil
Rio de Janeiro - El débil desempeño de la agricultura condujo la agroindustria a un crecimiento menor en relación con el promedio de la industria brasileña (5,0%), en el primer semestre de 2005. De acuerdo con los datos del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE) divulgados este miércoles, la agroindustria creció sólo un 0,3%. El crecimiento de la ganadería en el primer semestre fue del 2,5%, mientras la agricultura presentó resultado negativo del 0,7%.
El IBGE evalúa que "el resultado de la agroindustria en el primer semestre es consecuencia de una coyuntura desfavorable, sobre todo para los sectores vinculados a la agricultura, ya afectados por la reducción de los precios internacionales de algunas ‘commodities agrícolas’, el aumento del coste de producción, crédito más selectivo y más caro, y el cambio elevado".
Según el IBGE, la ausencia de lluvia en el Centro-Sur del país provocó baja en la cosecha de algunos granos, lo que contribuyó también para el débil desempeño de la agricultura.
Traducción: Andréa Alves
Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil
Rio - O fraco desempenho da agricultura levou a agroindústria a ter crescimento menor em relação à média da indústria brasileira (5,0%), no fechamento do primeiro semestre de 2005. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados hoje, a agroindústria cresceu apenas 0,3%. O crescimento da pecuária no primeiro semestre foi de 2,5%, enquanto a agricultura apresentou resultado negativo de 0,7%.
A nota divulgada pelo IBGE informa que "o resultado da agroindústria no primeiro semestre é conseqüência de uma conjuntura desfavorável, principalmente para os setores vinculados à agricultura, os quais foram afetados pela redução dos preços internacionais de algumas ‘commodities agrícolas’; aumento do custo de produção, crédito mais seletivo e mais caro; e câmbio valorizado".
Segundo o IBGE a ausência de chuva no centro-sul do país provocou a redução de safra de alguns grãos, contribuindo também para o fraco desempenho da agricultura.