Comando da greve do INSS indica que deve continuar mobilização

10/08/2005 - 12h38

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de 70 dias parados, o comando da greve dos servidores da Previdência Social, Saúde, Trabalho e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) indica que a mobilização deve continuar. O diretor da Secretaria de Administração e Finanças da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) Moacir Lopes diz que a "postura intransigente" e "de confronto" do governo de não querer negociar com todas as categorias têm sido a causa do prolongamento da greve.

"Ontem, em uma discussão preliminar com o secretário do Ministério do Planejamento, não houve avanço. Os debates foram suspensos e vamos ver se temos condições de retomar hoje as negociações", afirmou. Segundo Lopes, a cada hora em que se começa a avançar para uma negociação, "o governo muda o foco". O comando da greve vai se reunir ainda hoje, em Brasília, com representantes de 15 estados onde a greve está mais forte, para definir os próximos passos.

De acordo com Lopes, as principais reivindicações da categoria são: um plano de carreira; dinheiro fixo para gratificação e com incorporação na carreira; a realização de um concurso público e, em quarto lugar, que o governo regulamente a jornada de trabalho de acordo com a situação dos contratados dos concursos públicos, no qual existem casos de trabalhadores recebendo menos de um salário mínimo como salário inicial.

Com relação à reivindicação do reajuste salarial de 18%, Moacir Lopes lembrou que o governo diz que não tem como dar esse percentual porque teria que repassá-lo igualmente à todas categorias. "Se o aumento de 18% é um empecilho, vamos tentar mediar, mas nem na mediação que a gente faz eles aceitam e criam outros fatores", observou.

Lopes explicou também que em junho, quando a greve estava forte no INSS e o comando topou negociar com o governo, foi dito que um acordo só seria fechado se a negociação fosse feita junto com a Seguridade Social. Ele assinala, no entanto, que essa proposta não avançou, porque o governo propôs o parcelamento de uma dívida do Plano de Cargos e Salários em 12 parcelas (6 anos) e a categoria não aceitou. "Agora ele (governo) coloca na mesa que não quer negociar Seguridade Social mas só o INSS."