Ministério da Integração afirma que depoimento de Valério desatualizou lista de sacadores

10/08/2005 - 22h31

Brasília - O assessor de imprensa do Ministério da Integração Nacional Egídio Serpa afirma que o depoimento de Marcos Valério à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Compra de Votos desatualizou a lista de 31 pessoas que teriam sido autorizadas a fazer saques nas contas bancárias das agências do empresário mineiro, usada como base para a matéria "Valério apresenta nome de 31 sacadores das contas de suas empresas desde 2003", publicada ontem (9). A relação continha o nome de Márcio Lacerda, ex-secretário executivo do ministério.

Veja abaixo a nota assinada pelo assessor de imprensa.

01 - Como já o havia dito a sra. Simone Vasconcelos, na CPI dos Correios, na semana passada, e como o confirmou ontem (09/08) o sr. Marcos Valério, em seu depoimento à CPI do Mensalão, o sr. Márcio Lacerda não recebeu qualquer recurso financeiro - em espécie, em cheque ou em serviços - da empresa SMP&B. Portanto, sobre este tema, é descabida a inclusão acima referida.

02 - No dia 03 deste mês, o ministro Ciro Gomes emitiu Nota à Imprensa - encaminhada a todos os maiores jornais do País e cuja íntegra foi divulgada na mesma data pelos sites jornalísticos e agências de notícias, incluindo a Agência Brasil - na qual explica a verdade dos fatos que, equivocadamente, envolveram o sr. Márcio Lacerda. E a verdade sobre este tema é a seguinte: a empresa New Trade, responsável pelo marketing da derrotada candidatura de Ciro Gomes no primeiro turno da eleição presidencial de 2002, foi convidada pelo publicitário Duda Mendonça para integrar-se, no segundo turno, à campanha do PT nos estados;

3 - Em janeiro de 2003, o dono da New Trade, sr. Einhart Jacome, pediu ao sr. Márcio Lacerda que interferisse no sentido de que a direção do PT pagasse a conta pelos serviços que sua empresa prestara ao partido. O sr. Márcio Lacerda encaminhou o pedido ao tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pessoa sobre quem, naquela época, não pairava qualquer suspeição, o qual prometeu uma providência para solucionar a questão;

4 - O sr. Einhart Jacome já declarou - e os jornais Folha de S. Paulo, no dia 3/8, e O GLOBO e O Estado de S. Paulo, no dia 4/8, publicaram suas declarações - que *o* *pagamento reclamado foi feito por ordem bancária, diretamente da conta da agência SMP&B para a agência New Trade, que, por sua vez, emitiu a correspondente nota fiscal. Confirma-se, pois, o depoimento do sr. Marcos Valério, que afirmou ontem à CPI do Mensalão que o sr. Márcio Lacerda "foi só um contato".*

5 - O sr. Márcio Lacerda, logo no primeiro momento, decidiu, indignado, exonerar-se do cargo para, com tranquilidade, cuidar de sua defesa, repor a verdade dos fatos e livrar o Ministério da Integração Nacional do foco do agora comprovado equívoco. É assim que fazem os homens de bem, e o sr. Márcio Lacerda é um deles.

6 - Reitero, aqui, um trecho da Nota à Imprensa do dia 03/08, na qual o ministro Ciro Gomes afirma: "Uma pessoa inocente, injustamente acusada, deve afastar-se do cargo público e defender-se para, em seguida, demonstrada a improcedência das acusações, voltar desagravado. É o que espero que acontecerá com o sr. Márcio Lacerda".

Egídio Serpa
Assessor de Imprensa do
Ministro da Integração Nacional