Economista prega protecionismo para desenvolvimento de países pobres

12/01/2009 - 22h53

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O economistasul-coreano Ha-Joon Chang, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, disse hoje(12) que o protecionismo de países em desenvolvimento éa forma mais eficaz dessas nações ganharem mercado eequilibrarem as forças em instâncias que determinam orumo da economia global. Para Ha-Joon Chang, o fechamento das fronteiras para os importados é uma dascausas do desenvolvimento de países como Estados Unidos eInglaterra. Segundo ele, é com o protecionismo que Brasil eoutras nações latino-americanas podem se desenvolver deforma sustentável.Chang participou hoje das primeiras palestras doPrograma Avançado Latino-Americano para o Repensamento doMacro-desenvolvimento da Econômico (Laporde, na sigla eminglês), que está sendo realizado na sede da FundaçãoGetúlio Vargas (FGV) de São Paulo. Durante o evento, o economista lançouedição traduzida de seu livro Maus Samaritanos: Omito do livre comércio e a historia secreta do capitalismo..Na obra, Chang resgata a história docapitalismo mundial e demonstra como países que romperam com ateoria do livre-comércio alcançaram maior êxitoeconômico. Os países orientais, como o Japão, sãoalguns dos exemplos citados por ele no livro.Segundo Chang, em 1958, o Japão resolveuinvestir na produção de automóveis paraexportação. Contudo, na época, os carrosjaponeses eram reconhecidos no restante do mundo pela sua máqualidade e estética ultrapassada.Mesmo com as dificuldades para ingressar nomercado internacional, o Japão persistiu investindo na suaindústria e apostou no consumo doméstico. Fechou asportas para os carros estrangeiros e, em 50 anos, tornou-sereferência para a indústria automobilística.“Instituições, como o BancoMundial, alertaram o governo japonês sobre a quebra daindústria do país. O Japão continuou investindo.Hoje, todo mundo quer produzir um carro como os produzidos no Japão”,disse.De acordo com o sul-coreano, países querecomendam a abertura do comércio de outras naçõeso fazem, justamente, por terem condições privilegiadaspara competir com a indústria local. “Os ricos pregam que odesenvolvimento é efeito do mercado. Mas não queremmostrar que o desenvolvimento deles foi causado pelo mercado, peloprotecionismo e pela regulação. São os maussamaritanos”, afirmou Chang.