Lula critica FMI e Bird por não interferirem em países desenvolvidos durante crise

12/01/2009 - 14h32

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Emseu primeiro dia de trabalho depois de voltar das férias, opresidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (12) instituições como o Fundo MonetárioInternacional e o Banco Mundial, por não interferirem nospaíses desenvolvidos, como fazem quando a crise se dános países em desenvolvimento.

“Pareceque aquelas instituições, que sabiam tudo quando acrise era aqui, não sabem nada quando a crise é lá.Ou, pelo menos, não têm condições de dar,com a arrogância [com] que faziam aqui, os palpites quetinham que ser dados”, afirmou o presidente, emdiscurso na abertura da 36ª Couromoda, em São Paulo.

O presidente voltou a afirmar que o Brasil éum dos países mais preparados para enfrentar a crise atual e,a exemplo do que disse hoje, em seu programa semanal de rádioCafé com o Presidente, reafirmou que o primeirotrimestre deste ano será um período decisivo. “Senão tomarmos a iniciativa de fazer as coisas acontecerem nesteprimeiro trimestre, aí, sim, corremos o risco de fazer com quea crise chegue aqui mais forte do que deveria chegar”.

Lulaobservou que não fazia um pronunciamento há 15 dias edisse que queria ter com os empresários uma conversa otimistasobre os efeitos da crise financeira internacional. Segundo ele, queseu otimismo vem da certeza de que os países ricos sãoos maiores interessados em que a crise não perdure.

Paraele, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tem um“pepino muito grande” para resolver e, por isso, junto com osdirigentes dos demais países envolvidos na crise, nãodeverá permitir que os problemas econômicos perdurem pormuito tempo“Com a conseqüência de desemprego,que vai acontecer exatamente nesses países, corremos o riscode uma convulsão social que o mundo desenvolvido nãoesperava que acontecesse no Século 21”, afirmou opresidente.