DEM se reúne na quarta para discutir expulsão do vice-governador do Rio Grande do Sul

09/06/2008 - 23h52

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do DEMno Senado, José Agripino Maia (RN), disse hoje (9) que éinevitável a abertura de processo disciplinar contra ovice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó. A ExecutivaNacional do partido reúne-se na quarta-feira (11) para avaliara atitude de Feijó de gravar uma conversa com o entãochefe da Casa Civil do governo do estado, Cézar Busatto (PPS).Durante o diálogo, Busatto – demitido no últimosábado (7) pela governadora Yeda Crusius – faz relevaçõescomprometedoras, que indicam o uso de órgãos públicospara financiar partidos.A conversa entre ovice-governador gaúcho e o Busatto foi gravada no final demaio. Na semana passada, Feijó entregou um cópia dodiálogo para integrantes da Comissão Parlamentar deInquérito instaurada pela Assembléia Legislativa do RSpara investigar o desvio de recursos no Detran do estado, estimado emR$ 40 milhões. No diálogo, Busattto dá aentender que o PP usaria o Detran para financiar suas atividades e oPMDB agiria da mesma forma no Banrisul. Busatto tambémmenciona possíveis ilegalidades no Daer."Ovice-governador, ao fazer a denúncia, agiu certo, mas ao usargravações não legais agiu de forma incorreta",afirmou Agripino Maia. Perguntado se concorda com a expulsãode Feijó do partido, o líder no Senado disse que vaiesperar o parecer do senador que será escolhido para apurar ocaso para, só depois, se manifestar. No entanto, acrescentou:"Eu não faria o que ele fez".O pedido de expulsãodo vice-governador dos quadros do DEM será apresentado àExecutiva Nacional pelo senador Heráclito Fortes (PI) um dosvice-presidentes do partido. "É uma questão decoerência. Se combatemos atos semelhantes praticados pelaPolícia Federal e pela Abin (Agência Brasileira deInteligência), como é que vou concordar com isso? Euquero ser coerente. Se a gente combate, combate por inteiro.Simbologia de meio-pau só quando morre alguém, foradisso não tem jeito", afirma Heráclito.Adivulgação da gravação agravou ainda maisa crise que o governo Yeda enfrenta desde o início dasdenúncias de irregularidades no Detran gaúcho. Desábado até hoje, Yeda já demitiu cinco pessoasligadas ao seu governo: Busatto – que pediu exoneraçãopouco depois da revelação do conteúdo daconversa com Feijó -; Delson Martini; ex-secretário-geralde governo, Marcelo Cavalcante; chefe da representaçãodo RS em Brasília; José Luiz da Rocha Paiva, diretor deobras do Daer, e o coronel Nilson Bueno, comandante da BrigadaMilitar.Com exceçãode Bueno – acusado de uso irregular de diárias -, os demaisestão relacionados de alguma forma com a fraude no Detran.Martini é citado, como mostram escutadas feitas pela PF, emconversas entre outros suspeitos de envolvimento no caso de Detran.Cavalcante teria recebido uma carta de um lobista e integrante dacampanha de Yeda, na qual há um relato sobre a fraude noDetran. Já Busatto caiu por causa da gravação,que também derrubou Rocha Paiva.