Setor têxtil pede tratamento similar ao do segmento de software na nova política industrial

09/06/2008 - 19h47

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As entidadesrepresentativas do setor têxtil e de confecçõesestão elaborando um projeto estratégico para ospróximos 15 anos. Segundo o diretor-superintendente daAssociação Brasileira da Indústria Têxtile de Confecções, Fernando Pimentel, a nova políticaindustrial, lançada pelo governo este ano, inclui as medidasnecessárias para que o setor vença seus desafios até2023.

Para ele, a principal medida éa linha de crédito Revitaliza, do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que permiteempréstimos com taxas mais baixas de juros para as empresasdos setores de pedras ornamentais, beneficiamento de madeira e couro,calçados, têxtil, jóias, confecçãoe móveis de madeira, desde que com faturamento até R$300 milhões.

De acordo com Pimentel, tambémbeneficiam o setor medidas como o financiamento de máquinas eequipamentos em dez anos e os investimentos com spread (taxade remuneração) zero no BNDES. Ele criticou, contudo, o fato de a nova políticanão incluir, como ocorreu na indústria de software,a desoneração da folha. Isso “é algoabsolutamente importante para a nossa indústria.” Pimentel disse que o fato positivo é que opaís está desenvolvendo políticas públicascom alcance de longo prazo, embora reconhecendo que, se nãotiver ações de curto prazo, não haverásucesso no longo prazo. O diretor-superintendente da AssociaçãoBrasileira da Indústria Têxtil e de Confecçõesdefendeu também “tratamento de choque” para questõescomo os desequilíbrios concorrenciais em relaçãoa competidores estrangeiros, como a China. “A reforma tributáriaé um item fundamental para a competitividade do Brasil e, emespecial, de indústrias intensivas em mão-de-obra.”