Corregedoria da Alerj pede cassação de deputado acusado de corrupção

09/06/2008 - 23h40

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O corregedor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro(Alerj), deputado Luiz Paulo (PSDB), entregou hoje (9) à Presidência da casarelatório pedindo a cassação do deputado Álvaro Lins (PMDB), acusado peloMinistério Público Federal (MPF) de corrupção envolvendo jogo ilegal. SegundoLuiz Paulo, não restam dúvidas de que houve quebra de decoro parlamentar.“Houve, por parte do deputado Álvaro Lins, a quebra dodecoro parlamentar. A nossa proposição é que ele seja submetido ao Conselho deÉtica para a perda do mandato. O relatório no qual nos respaldamos é uminquérito da Polícia Federal (PF) e a denúncia do MPF, que são peçascontundentes e gritantes. Existe o indiciamento do deputado por dois crimes:lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. São crimes permanentes, que ligam opassado ao presente e a vida pretérita dele tem a ver com o mandato atual.”O relatório da Corregedoria será apreciada amanhã (10) pelaMesa Diretora da Alerj, que decidirá se deve remeter o caso para ao Conselho deÉtica, presidida pelo deputado Paulo Mello (PMDB), que acredita ser possívelvotar a cassação de Lins ainda este semestre, antes do recesso parlamentar.“É possível, é um processo rápido, porque as provas já fazemparte da representação do corregedor e o Plenário pode ter condições deapreciar a matéria até o dia 30 deste mês.”Segundo Mello, a tendência é o Plenário decidir pela cassação: “Eu acredito que a casa está muito firme emdar uma resposta que vá ao encontro dos anseios da sociedade. Isso significa aaprovação da sugestão do corregedor”.O deputado Álvaro Lins é acusado de quatro crimes: lavagemde dinheiro, formação de quadrilha armada, corrupção passiva e facilitação decontrabando. Ele chegou a ser preso no dia 29 de maio, durante a OperaçãoSegurança Pública S/A, da PF, mas foi solto 24 horas depois, por decisão daAlerj.O parlamentar foi procurado em seu gabinete paracomentar o relatório da corregedoria, mas os seus assessores informaram que elenão estava na Alerj e que não era possível encontrá-lo por telefone.