Rio concentra na zona sul as ações de conscientização sobre hepatite B

10/11/2007 - 15h10

Flávia Martin
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As atividades do Dia Nacional de Conscientização da Hepatite B ocorreram hoje (10) na Lagoa, na zona sul da cidade, e, apesar do vento e do mau tempo, os especialistas estavam dispostos a alertar a população para os perigos da doença, que atinge 2 milhões de brasileiros e não é diagnosticada por 95% das pessoas que contraíram o vírus. Apesar de não ter cura, a hepatite B é uma doença que pode ser evitada de muitas maneiras. Como o vírus é transmitido através do sangue e de outros líquidos orgânicos, a principal forma de contágio ainda é através de relações sexuais desprotegidas. Segundo o coordenador de hepatites virais da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chiepte, muitas pessoas nem sabem que estão contaminadas, pois os sintomas da hepatite B não são muito evidentes."A pessoa pode ficar com a pele, os olhos e a língua um pouco amarelos. E também apresentar alguma alteração na cor das fezes, mas para ter certeza do diagnóstico da doença, só por meio do exame de sangue. A nossa maior preocupação é o número enorme de pessoas portadoras do vírus que o estão transmitindo sem saber que são portadoras", disse o especialista.O presidente do Grupo Otimismo, Carlos Varaldo, disse que o tratamento para o controle da hepatite B custa cerca de R$ 600 por mês, valor inacessível para grande parte da população brasileira. Varaldo se sensibilizou pela causa ao contrair a doença em 1995, e hoje sua organização de apoio já conta com cerca de 25 mil filiados para ajudar os doentes a conseguirem que o tratamento seja fornecido pelo governo."Colocamos à disposição dos portadores da doença advogados ou a Defensoria Pública, com a qual temos um acordo, para que eles consigam ter o tratamento e os medicamentos. Os melhores medicamentos para tratar a hepatite B não são fornecidos pelo SUS [Sistema Único de Saúde] a não ser mediante uma ação judicial", concluiu Varaldo. A vacina está disponível nos postos de saúde.O coordenador de hepatites virais da Secretaria lembrou que se trata de  "doença com um vírus traiçoeiro, de transmissão relativamente fácil, mas que pode ser erradicada a médio prazo por conta da vacinação". A vacina, acrescentou, também está disponível nos postos para os profissionais de saúde, bombeiros, presidiários, carcereiros e portadores do HIV, sem limite de idade.