Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Há quatro anos, JoséFrancisco das Neves, presidente da Valec (estatal ligadaao Ministério dos Transportes) se dedica à tarefa de coordenar oprojeto da ferrovia de alta velocidade Rio-São Paulo. O BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faráa avaliação do projeto. Segundo Neves, o banco deverácontratar uma empresa de auditoria internacional para fazer a análisetécnica e econômico-financeira do projeto jáconcluído pela Valec.Pelo projeto, o trem-bala ligaráas capitais fluminense e paulista a umavelocidade comercial de 280 km/h. O trecho de403 quilômetros entre a Central do Brasil, no Rio de Janeiro, ea Estação da Luz, em São Paulo, serácompletado em 1h25. O preço estimado dapassagem é de US$ 60 (R$ 105).O presidente da Valec avaliou que amodalidade de transporte não poderá ser adotada entreoutras capitais. “No mundo, o único trecho que a meu verainda existe com rentabilidade, ou seja, que se paga por si só,é Rio-São Paulo. O restante vai ter que ter dinheiropúblico”, opinou. Para os demais trechos, Neves afirmou queterão de ser feitos projetos por meio de parceriaspúblico-privadas (PPPs).A expectativa de Neves é queo projeto da ferrovia de alta velocidade entre Rio de Janeiro e SãoPaulo poderá ser pago no prazo de oito ou nove anos. No Japão,segundo ele, o trem-bala, inaugurado em 1964, teve o investimentototalmente pago em sete anos.A demanda estimada pelos italianospara o trem-bala brasileiro é de 32 milhões depassageiros por ano em 2015, informou Neves. Se a demanda forinferior, da ordem de 16 milhões de passagens anuais, oprojeto se pagará em 12 ou 13 anos, pelos cálculos dopresidente da Valec.A concessão será dadaao setor privado por 35 anos, mais sete anos para as obras. “O quea gente tem que fazer no governo agora é testar. Coloca nomercado e vamos ver. Não tem como dar errado”, concluiu.