Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quase 260 mil estudantes de cursos superiores farão amanhã (11) a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Serão avaliados 3.454 cursos dentro de 16 áreas de conhecimento. Com o Enade, o Ministério da Educação (MEC) obtém dados sobre o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos, suas habilidades e competências. Quem não comparecer, não pode retirar o diploma de conclusão do curso superior.Além de alunos que estão terminando o curso, o exame é aplicado também aos ingressantes. A intenção é comparar os conhecimentos adquiridos durante o curso, explicou Dilvo Ristoff, diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do MEC. “Isso abre oportunidades para comparações do que efetivamente acontece ao estudante durante a trajetória do curso, o quanto ele aprendeu ou ainda precisa aprender. É possível ver o crescimento dele”, afirmou. A União Nacional dos Estudantes (UNE) organiza um boicote ao Enade. E orienta os estudantes a entregarem a prova em branco, já que se não comparecerem ficam impedidos de retirar o diploma. Em nota publicada no seu endereço eletrônico, a UNE justifica o boicote ao afirmar que “a prova acaba tendo grande peso na avaliação final das universidades, avaliando somente os estudantes e servindo apenas para a criação de um ranking entre as instituições”.A entidade critica ainda a obrigatoriedade da prova e afirma que o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) não está sendo implementado em sua totalidade. O Enade é parte integrante do Sinaes, que avalia as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes. Ristoff disse discordar do argumento da UNE de que o Sinaes atribui peso maior à prova e não é executado em sua totalidade: “Essa posição é equivocada. Estamos fazendo avaliação de cursos e de instituições, avaliações para a entrada no sistema de educação superior e também para a permanência. Estamos fazendo mais de 20 avaliações por dia, de instituições e cursos, por meio de visitas in loco”. A prática do boicote, acrescentou, prejudica a avaliação do curso. “A nota do curso será afetada e isso impedirá que os coordenadores e professores percebam onde estão as deficiências e os pontos fortes”, disse. A prova sera aplicada às 13h, horário de Brasília, em 612 municípios do país. Os endereços dos locais de provas estão na página eletrônica do Inep (www.inep.gov.br).