Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O reitor daUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE), Amaro Lins, informou que aPolícia Federal aguarda a melhor ocasião para executara ação de desocupação do prédio dareitoria, ocupado há 16 dias por cerca de cem estudantes dediversos cursos da instituição. Desde o dia 1º, auniversidade conta com uma liminar favorável à reintegraçãode posse do prédio. “Cabe agora à PolíciaFederal encontrar uma forma de executar o mandado para desocupação.Em paralelo, tenho procurado conversar com os estudantes que ocupam areitoria, em busca de uma solução para que nãoseja necessário o uso da força. Mas, infelizmente, elesestão intransigentes e não houve avanços.Tentamos evoluir na pauta de reivindicações que elespropuseram, mas também não houve progresso”, explicouo reitor.Segundo Amaro Lins, omovimento começou de forma ordeira, em protesto contra aadesão da UFPE ao Programa de Apoio aos Planos deReestruturação e Expansão das UniversidadesFederais (Reuni), do Ministério da Educação, queprevê o aumento do número de vagas na instituiçãoe de cursos de graduação. Mas foi radicalizado com ofechamento da reitoria e também desde que foi impedido ofuncionamento das pró-reitorias, no dia 31 de outubro.O reitor destacou que aocupação causa prejuízos no âmbitoadministrativo-financeiro, uma vez que impede a realizaçãode convênios e o pagamento de vantagens aos servidores ebolsistas – como auxílio saúde, insalubridade, horasextras e adicional noturno. Ainda devido à falta de acesso adocumentos que ficam guardados em salas da reitoria, não estãosendo cumpridos prazos de pagamento a fornecedores, de contribuiçõespatronais como FGTS e INSS, e de dívidas com empresasterceirizadas, que prestam serviço de conservaçãoe limpeza do campus.Sobre o Reuni, Linsinformou que as cláusulas foram debatidas pela comunidadeacadêmica, aprovadas em todos os conselhos departamentais dos12 centros da instituição e aprovadas pelo ConselhoUniversitário.O grupo de ocupantes daReitoria anunciou que na segunda-feira (12) pretende entrar com açãono Ministério Público Federal, pleiteando a revogaçãoda decisão do Conselho Universitário sobre a adesãoao Reuni.