Secretária de João Paulo Cunha nega que tenha feito saque em conta de Marcos Valério

06/12/2005 - 20h34

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A secretária do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), Silvana Japiassú, disse hoje (06) que jamais recebeu qualquer dinheiro em seu nome no Banco Rural. Silvana foi chamada a depor como testemunha no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados pelo relator do processo contra o deputado João Paulo, Cezar Schirmer (PMDB-RS).

Silvana explicou que esteve no Banco Rural apenas duas vezes, a pedido do deputado João Paulo para efetuar o pagamento de contas. Ela negou que o empresário Marcos Valério de Souza tivesse qualquer prioridade no agendamento de encontros com o deputado. Disse que Valério teria tentado, por várias vezes, marcar um horário com João Paulo, mas não foi recebido por causa da agenda "apertada" do deputado, que na época, presidia a Câmara.

Em abril de 2003, Marcos presenteou Silvana Japiassú com duas passagens de ida e volta para o Rio de Janeiro. A secretária afirmou que essa foi a primeira vez que recebeu um presente desse tipo e que já estava planejando a viagem. De acordo com ela, o presente foi uma surpresa, já que ela não desconfiava que Marcos Valério soubesse do seu desejo de viajar.

Silvana negou, no entanto, que o empresário tenha tirado qualquer proveito por causa do presente "Já havia recebido presentes e bombons de parlamentares que por conta de uma viagem se lembravam, mas de alguém me presentear para conseguir alguma coisa, nunca." A secretária, que viajou com a filha, disse que pagou o valor correspondente às passagens a Marcos Valério, estimado por ela em cerca de R$ 3.800.

Silvana disse ainda que o deputado João Paulo Cunha jamais se valeu da presidência da Casa para praticar tráfico de influência. "Se alguma pessoa tentasse se valer da proximidade com ele para propor algo que a favorecesse ele colocava para fora da sala", afirmou.