Presidente da Funai nega omissão no caso do assassinato de dois índios truká em Pernambuco

06/12/2005 - 20h30

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - O presidente interino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Roberto Lustosa, rebateu as denúncias do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em relação à morte de dois índios da comunidade Truká da Ilha de Assunção (PE) em junho. O relatório do conselho, apresentado hoje (6) na Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acusa a Funai de não ter tomado as providências necessárias para a punição dos culpados.

"O presidente da Funai passou pela festa e nem sequer manifestou solidariedade à comunidade. Ele teria a obrigação de retornar lá e feito um trabalho de priorização da questão e de investir recursos para que os criminosos fossem logo julgados", afirmou o vice-presidente do Cimi, Saulo Feitosa.

O presidente interino da Funai, Roberto Lustosa, disse que a acusação do Cimi é vazia, pois não aponta a falha da instituição: "Em que a Funai se omitiu? Isso não ficou claro nas denúncias". Segundo ele, Mércio Pereira Gomes, presidente da instituição, foi à ilha a convite do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, no evento que anunciava o asfaltamento e a construção de 140 casas para os indígenas.

Lustosa afirmou que assassinato de Adenilson Santos e seu filho, Jorge Santos, aconteceu cerca de três horas depois da retirada das autoridades. "O que é que a Funai poderia fazer naquela circunstância? A Funai não tem competência para investigar crimes, só denuncia os crimes e toma as medidas de prestar assistência aos familiares, e isso é feito pelos funcionários do posto da Funai localizado na Ilha", alegou.

De acordo com o procurador-geral da Funai, Luiz Fernando Villares, foi enviado um ofício à Polícia Federal e ao Ministério Público pedindo o acompanhamento do caso. Ele informou que a Funai também acompanha os inquéritos instaurados nas polícias Civil e Federal de Pernambuco e os trabalhos da Procuradoria do estado para a investigação do caso.