Renan Calheiros diz que seu partido não vai reivindicar cargos na reforma ministerial

16/03/2005 - 14h03

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse hoje que seu partido não vai reivindicar cargos na reforma ministerial, mas espera que haja um equilíbrio entre os partidos que compõem a base de sustentação do governo. "A reforma tem de indicar no sentido da coalizão do governo; da manutenção da sustentação, da governabilidade; qualquer coisa nesse sentido atende ao PMDB", frisou o senador.

Calheiros ressaltou que cabe ao presidente Lula a definição de nomes e a escolha do momento mais apropriado para fazer as mudanças, mas defendeu a presença do Partido Progressista (PP) na nova composição ministerial, sobretudo agora que o partido elegeu o deputado Severino Cavalcanti para presidir a Câmara dos Deputados.

O senador participou da abertura do 1º Seminário Internacional sobre regulamentação da Posse e do Uso de Armas Pequenas por Civis, que reúne representantes de governos de vários países, além de organizações não-governamentais, do Instituto Sou da Paz e Movimento Viva Rio. Ele falou da importância da aprovação do projeto que propõe a realização de um referendo popular para que os brasileiros decidam sobre o fim da comercialização de armas de fogo no país. Para o senador o país enfrenta uma "epidemia" de crimes por armas de fogo.

Segundo Calheiros, existem mais de 20 milhões de armas ilegais no país e o Brasil é o campeão de assassinatos por arma de fogo, respondendo por 13% dos crimes registrados no mundo, apesar de ter uma população inferior a 3% da população mundial. O senador lembrou que o referendo popular, que pela proposta será realizado no dia 2 de outubro deste ano, está previsto no Estatuto do Desarmamento, e ainda precisa de regulamentação.

Calheiros disse ainda que já conversou sobre o assunto com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso, que foi o relator do plebiscito realizado em 1993 sobre sistema de governo. Para o senador essa coincidência significa que o presidente do TSE deve ajudar para que a regulamentação do referendo seja feita o mais rápido possível. Ele também vai tratar do tema com o presidente da Câmara dos Deputados , deputado Severino Cavalcanti, para que ele ajude a acelerar a tramitação do projeto.