Lula reconhece a importância do papel da imprensa na relação com o governo

20/12/2004 - 18h57

Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu hoje a importância do papel da imprensa brasileira e admitiu que, ao longo de 2004, a sua relação com os jornalistas enfrentou momentos difíceis. "As queixas são de vocês. Eu estou tranquilo em relação ao que tenha acontecido na nossa relação com a imprensa. É muito difícil você achar que pode acertar 100% nessa relação", disse Lula ao reinaugurar o Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto.

Segundo o presidente, os erros cometidos pelo governo com a imprensa devem ser superados em 2005. "Nós temos consciência, do meu principal assessor ao mais humilde, de que a imprensa joga um papel importante para consolidar o processo democrático do país, para informar as coisas que o governo faz e não faz. Eu acho que muitas vezes há exageros, tanto da parte da imprensa como da nossa", reconheceu.

Na opinião do presidente, o governante deve trabalhar ao invés de cobrar apenas boas notícias da imprensa. "Todo governante tem mania de chorar que as coisas não são publicadas da maneira que ele gostaria, mas eu acho que, no fringir dos ovos, entre mortos e feridos, vamos terminar um ano em que vocês estão alegres", ressaltou.

Lula comemorou os resultados alcançados pelo governo em 2004, e disse que o governo termina o ano "da melhor maneira" possível. "O povo brasileiro deu a volta por cima. E chegamos em uma situação confortável: crescimento bom, maior geração de empregos dos últimos doze anos, uma recuperação da massa salarial, um aumento do salário mínimo que pode dar aumento efetivo de 9,6%", afirmou.

Na avaliação de Lula, o ano de 2005 será "muito mais promissor" para o Brasil. "As condições estão colocadas, estão dadas, e vamos melhorar. O povo brasileiro tem motivo de estar otimista. Vencemos a primeira batalha. No momento em que estamos com a auto- estima elevada, o meu papel é dizer que nós podemos fazer mais, melhor e cada vez mais. O presidente da República não tem o direito de ficar pelos cantos reclamando da vida. Ele tem mais é que trabalhar e fazer o que tem que ser feito. E é isso que eu tenho feito", encerrou.