Risco para rádios pequenas só será medido após testes, defende superintendente

07/10/2007 - 15h42

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O superintendente de Serviços de Comunicaçãode Massa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ara Apkar Minassian,afirma que o objetivo dos testes com sistema de rádio digital é “dar condiçõesiguais a todos como foi feito com a TV digital. Se houver interferências sobre umarádio de pequena potência ou sobre uma rádio comunitária, a emissora não vai ser prejudicada, teremos que achar umasolução técnica”.A espectativa da Anatel é, em quinze dias,divulgar a metodologia criada para a realização dos testes, que serão feitospor até três rádios.As rádios comunitárias temem ser prejudicadascom a transição do sinal analógico para o digital. Pela legislação brasileira,a potência máxima permitida a uma rádio comunitária é 25 Wattz. Há dois meses,o representante da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária(Abraço), Joaquim Carlos Carvalho, afirmou àAgência Brasil que, no Iboc (sistema de rádio digital norte-americano), 25Wattz equivale a potência dos ruídos. Na prática, “só se ouviria ruído. Estarãofora do mercado todas as rádios comunitárias, educativas e as rádios comerciaispequenas. Só vão ficar as grandes emissoras”, disse o representante na ocasião.Para o superintendente da Anatel, é cedo paradefinições. “Está todo mundo especulando. É muito mais fácil aguardar oresultado dos testes, independente de quem está realizando, para lá na frente agente avaliar qual é a potência mínima, até onde dá para ir, qual a potênciamáxima.Isso vai ser avaliado independentemente de qualseja o tamanho da emissora”, garante.Segundo Ara Minassian, neste momento,“existem opiniões diversificadas de que o sistema não vai funcionar para A, B ouC. O objetivo dos testes é justamente avaliar todas as condições. E, depoisdisso, o Executivo vai poder avaliar de forma integrada”.O superintendente afirma também que todos osproblemas estarão especificados no relatório final. “A potência mínima é detanto, portanto, na hora de partir para digital tem que verificar como vai atender todas as emissoras. O custo de umdigital é tanto, quem consegue suportar esse custo. Tudo isso vai ter que seravaliado”.Para ele, “no momento, não dá para medir riscos oudanos que o país possa ter. Enquanto não tivermos o resultado desses testes,não adianta falar em riscos”, conclui.