Entenda porque apenas dois sistemas de rádio digital são testados

07/10/2007 - 16h14

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Durante o período de transição do sistemaanalógico para o digital, que deve durar dez anos, cada rádio vai ocupar odobro de espaço, o que já utiliza hoje para transmissão analógica e outro paraa transmissão digital. Como há muitas rádios, “não há freqüências disponíveis”,diz o superintendente de Serviços deComunicação de Massa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), AraApkar Minassian. Ou seja, não há espaço sobrando. A situação exige um sistema que “use a mesma freqüência do analógico para atransmissão digital. Com isso, ficamos restritos a dois sistemas”, afirma osuperintendente. Os dois sistemas testados pelo Brasil são o norte-americano In Band– On Chanel (Iboc) e o europeu Digital Radio Mondiale (DRM). As rádios em ondasmédias (AM) são contempladas pelos dois sistemas. No entanto, o norte-americano nãofaz transmissões em ondas curtas (OC) e, o europeu, por sua vez, não contemplaa FM.As OCs são necessárias porque só elas alcançam regiões remotas do país, comoa Amazônia. As rádios OC chegam também a outros países da América. Podem serouvidas por brasileiros fora do país e também serve de comunicação entre asnações em casos extremos, como uma guerra.Os demais sistemas existentes usam osatélite, hipótese descartada pelo Brasil. “Imagina ter que equipar os rádiosdos veículos ou os rádios de bolso para receberem sinal por satélite. Isso mudaa vida do brasileiro e, durante o período de transição tenho que garantir queas pessoas não mudem de equipamento”, adianta osuperintendente. Segundo ele, outra vantagem para o ouvinte é que, no sistemaeuropeu, as rádios ficariam na mesma freqüência que ocupam hoje. Como não há um único sistema que atenda atodas as necessidades brasileiras, o Ministério das Comunicações vem afirmandoque a solução pode ser a adoção dos dois sistemas. Inicialmente, a intenção eraindicar o melhor modelo ainda este mês. Mas, devido à falta de conclusões dostestes, o ministro Hélio Costa anunciou que esperaria. O ministério foiprocurado, mas Hélio Costa não se manifestou devido a problemas de agenda.Para a decisão final sobre qual sistema oBrasil vai escolher, entram ainda fatores econômicos e estratégicos. O ministério,com base nos testes, apresentará um relatório final com a indicação de qualsistema é o mais apropriado para o país. O relatório será enviado à Casa Civile é o presidente da República quem anuncia a decisão final.Um conselho consultivo foi criado para auxiliar oMinistério das Comunicações. O grupo é formado por representantes da União, do setorde radiodifusão, da indústria, dos usuários, do meio acadêmico e também dosanunciantes.