Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Muito discurso e nadade obstrução. De acordo com o vice-líder do PSDB,Álvaro Dias (PR), esta deverá ser a estratégiada oposição, na próxima semana, para marcar oseu protesto pelo afastamento dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) eJarbas Vasconcelos (PMDB-PE) da Comissão de Constituiçãoe Justiça (CCJ) sem comprometer, no entanto, o interesse maiorde dar andamento ao processo de discussão e votaçãoda proposta de emenda constitucional que acaba com o voto secretopara processos de cassação de mandato parlamentar.A pauta de votaçãodo Senado está trancada por uma medida provisória queautoriza a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 6,3bilhões para a aplicação em diversos projetosfederais. Além disso, estão pendentes votaçõesde seis mensagens presidenciais com indicações paracargos diplomáticos e em órgãos federais."Aoposição tem muito interesse em garantir o voto abertoe, para isso, temos que acelerar as votações",afirmou Álvaro Dias. Qualquer manobra de obstruçãocomprometeria as cinco sessões para discussão daproposta de emenda à Constituição (PEC) sobre ovoto aberto que termina na quinta-feira (11). Concluído oprazo para a discussão, a matéria estaria pronta paravotação, em primeiro turno, a partir do dia 16 deoutubro.O líder do DEM,José Agripino Maia (RN), confirma a opinião do senadortucano. "A nossa prioridade é votar a PEC do voto aberto.Vamos conversar com Jarbas e Simon para encaminhar uma posiçãoconjunta (a respeito do afastamento da CCJ)", afirmouAgripino.Na terça-feira (9), o presidente do Conselhode Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deve anunciar o nomedo senador que vai relatar o terceiro processo contra o presidente doSenado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nesta representação,o DEM e PSDB pedem ao conselho que investigue denúncias de queo senador alagoano teria adquirido, em Alagoas, veículos decomunicação utilizando nome de terceiros (laranjas).O senador Almeida Lima(PMDB-SE) será o relator de outra representaçãocontra Renan: a do P-SOL, que pede investigações dedenúncia de que Renan Calheiros coordenaria um esquema dearrecadação de recursos junto a ministérioscomandados pelo PMDB. Almeida Lima e Paulo Duque (RJ) foram osindicados pelo líder do partido, Valdir Raupp (RO), parasubstituir Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos na CCJ.