Debate sobre proibição de venda de armas atrai consumidores em shopping de Brasília

16/08/2005 - 22h24

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - O referendo sobre a proibição da venda de armas de fogo e munição no Brasil foi tema de debate, hoje (16), no shopping Conjunto Nacional, com mediação da professora Beth Brandão, doutora em Comunicação. Os consumidores que compareceram ao shopping fizeram perguntas aos dois debatedores – Marcos Santos, doutor em Segurança Pública e representante da organização não-governamental Viva Brasil, e Alírio Neto, delegado da Polícia Civil e presidente do Comitê Pró-Desarmamento do Guará (cidade-satélite de Brasília). E responderam à pergunta a ser feita no referendo, marcado para o dia 23 de outubro, por meio de cédulas depositadas em uma urna no local.

Marcos Santos, afirmou que a proibição do comércio de armas priva o cidadão comum de se defender: "Nossa defesa está em torno do direito. O direito do cidadão de ter respeitado a possibilidade de adquirir uma arma, de ter a propriedade dela, ou de exercer o seu direito de legítima defesa com o meio adequado".

Ele questionou a eficiência da segurança pública e a capacidade de se defender com uma arma. "Como é que você vai se defender de três meliantes? Armado de pau e pedra? Se você tem uma arma de fogo, eles são três, você é um e bota eles para correr", disse.

Já o ex-deputado distrital Alírio Neto argumentou que a legítima defesa não implica posse de armas: "É um equívoco a pessoa achar que por possui uma arma de fogo tem mais direitos à legítima defesa. Não ter uma arma de fogo não significa não ter esse direito". Segundo Alírio Neto, é hora de tentar uma outra estratégia para acabar com a violência no Brasil, já que a liberação do comércio de armas e munição não funcionou até agora. "Se a arma de fogo fosse solução para o Brasil, nos últimos 20 anos nós não teríamos um aumento de 300% no número de homicídios", acrescentou.