Luz para Todos deve atender 1,3 milhão de pessoas em menos de um ano

16/08/2005 - 8h37

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em menos de um ano de funcionamento, o programa Luz para Todos deve atender aproximadamente 1,3 milhão de pessoas no meio rural - em torno de 375 mil famílias - segundo levantamento divulgado pelo Ministério de Minas e Energia. De acordo com o diretor nacional do programa, Aurélio Pavão de Farias, atualmente a média é de 40 mil novas ligações de energia elétrica por mês.

Lançado no final de 2003, o programa começou a funcionar efetivamente no segundo semestre de 2004 e desde então o governo federal conseguiu acabar com a exclusão elétrica em cerca de 1,5 mil municípios de todo o país. Por ter os maiores índices de exclusão elétrica, a região mais atendida é a Nordeste, onde cerca de 100 mil famílias já foram beneficiadas. Em seguida, vêm o Norte, o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul.

De acordo com Farias, a meta é beneficiar, até 2008, 10 milhões de brasileiros no meio rural, com prioridade para os assentamentos remanescentes de quilombolas e indígenas e para os municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A instalação da energia é gratuita para as famílias de baixa renda, que recebem um kit com duas tomadas e três pontos de luz.

Do total de famílias atendidas até agora, 250 mil já têm eletricidade em casa e o restante deve ter acesso à energia em breve, segundo Farias, uma vez que as obras já estão em andamento. "Eu diria que esse país é um verdadeiro canteiro de obras, pelo programa Luz para Todos".

O diretor lembrou que, além de acabar com a exclusão elétrica, o programa abre a possibilidade de incluir as famílias beneficiadas na economia do país. "A energia elétrica é um vetor de desenvolvimento. Ela leva a possibilidade de desenvolver essas localidades beneficiadas, através de pequenos centros de produção, como uma casa de farinha, uma pequena produção de doces ou de leite e o resfriamento de alimentos. Temos vários casos em que a energia elétrica já possibilitou a geração de renda e desenvolvimento local".

O programa é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Eletrobrás, realizado em parceria com os governos estaduais, as concessionárias de energia elétrica e as cooperativas de eletrificação rural.

A previsão inicial de gastos totais do projeto era de R$ 7,4 bilhões, dos quais R$ 5,3 bilhões viriam do governo federal e o restante viria de governos estaduais e de empresas privadas do setor elétrico. A previsão foi revista e aumentada para R$ 9,5 bilhões, sendo que R$ 6,8 bilhões serão do governo federal.

"Na medida em que o programa avança, para atender as pessoas em regiões mais distantes custa um pouco mais caro", explicou o diretor do programa. Segundo ele, desse total, cerca de R$ 6,8 bilhões são do governo federal e o restante virá da contribuição das concessionárias e dos estados.

Aurélio Farias disse que para erradicar a exclusão elétrica em todo país, incluindo as áreas urbanas, é preciso fazer com que a energia chegue a 12 milhões de pessoas. "Mas o programa Luz para Todos, que coloca recursos a fundo perdido, é para o meio rural, de forma que o meio urbano também deverá ser universalizado, mas com recursos das concessionárias, aí não entram recursos do governo federal", explicou.