Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em toda a América Latina, a Radiobrás foi a primeira empresa pública a adotar software livre para a transmissão de áudio e vídeo ao vivo pela internet. Quem afirma é o chefe de divisão da tecnologia da informação e comunicação da empresa, Diogo Gonzaga.
Segundo ele, as mudanças começaram em maio deste ano e serão concluídas até o final de 2005. De um total de 18 servidores, apenas três ainda não migraram para o software livre. Diogo estima que a empresa tenha economizado entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão com a adoção do software livre. Somente em licenças, estima que tenham sido economizados R$ 200 mil.
Além da economia gerada, Gonzaga cita uma outra vantagem da migração dos softwares proprietários para os livres: a democratização da informação. "Quando você usa sistemas proprietários, geralmente não há uma interatividade e uma conectividade maior com os sistemas livres, então fica mais difícil democratizar a informação", afirma.
"A gente precisa primeiro democratizar a informação, para que esses usuários que acessam as nossas informações do clipping, da Agência Brasil, eles possam também ser contemplados com o software livre", diz ele.
Para o cidadão que utiliza as informações da Agência Brasil, Rádio Nacional AM e FM, Rádio Nacional da Amazônia, Rádio Nacional do Rio de Janeiro e TV Nacional, as mudanças também já surtiram efeitos. "Do ponto de vista técnico, o software livre dá muito menos problema. A gente viu isso na prática. Antes as nossas rádios sempre saiam fora do ar porque o sistema travava. Com essa mudança, o servidor nunca mais travou e aumentamos o número de conexões simultâneas de 10 para 100. Então hoje até 100 usuários podem conectar ao mesmo tempo as nossas rádios. Na TV NBR, antes eram possíveis cinco acessos e hoje são 50", afirma Gonzaga.