Diego Freire
Da Agência Brasil
Brasília – A conversão de uma parte da dívida externa no Brasil para o desenvolvimento na área da educação foi tema, hoje (16), do seminário internacional Transferência Condicionada de Renda e Conversão da Dívida Externa, realizada em Brasília.
"O mais importante aqui não é a conversão da dívida externa, mas sim colocar a educação como parte incontornável da agenda econômica de desenvolvimento do Brasil", defendeu Fernando Haddad, ministro da Educação. Além de Haddad, participou o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.
Haddad destaca ainda que "já existem outros projetos em negociação de parcerias com o governo espanhol em torno da educação especial, das escolas de fronteira e escolas de assentamento".
Em 2004 o Brasil destinou 141 bilhões de reais para o pagamento dos juros das dívidas externas. Atualmente a Argentina é o único país da América Latina que adotou a medida de conversão, no qual foram revertidos 60 milhões de euros da dívida com a Espanha.
Segundo o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Ricardo Henriques, no debate está sendo também discutido os programas de transferências de renda condicionados a educação. "No caso do Brasil a Bolsa Família é exemplar para pensarmos em uma ligação de educação e toda política social."
Para o secretário a conversão da dívida dos países pobres para a área da educação ajuda na conscientização da sociedade. "Com a anistia de parte das dívidas para a aplicação na educação, cria na sociedade uma noção que é princípio organizador da relação de países ricos e pobres que a educação tem que ser prioridade", afirma.
Participaram do encontro, o ministro da Educação, Fernando Haddad junto com representantes das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura- Unesco e técnicos do Equador, Espanha e Argentina para discutirem e trocarem experiências de programas de transferência de renda para o desenvolvimento social e inclusão educacional.