Partidos aliados reúnem-se sem o PT para discutir relação com petistas

12/05/2005 - 20h25

Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Na próxima terça-feira (17), partidos da base governista vão promover uma reunião, sem a participação de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT), para discutir a relação dos aliados com a legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos articuladores da reunião, o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES), disse que o objetivo do encontro é fazer uma avaliação do comportamento do PT com os demais partidos. "Está claro que nós temos problemas, que os últimos dias demonstraram as dificuldades que temos aqui na Câmara", disse.

Segundo Casagrande, o nível de participação dos partidos aliados ao PT dentro do governo federal é "muito pequeno". O líder disse que os partidos querem "questionar algumas práticas do PT", já que são parceiros na administração federal. "Estamos querendo fazer uma reflexão da relação nossa com o PT. Não tem exclusão. É legítimo que nós queiramos nos reunir. Depois, dependendo da reflexão, a gente conversa com o PT", afirmou.

O encontro também será uma espécie de "desagravo" ao ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo. Renato Casagrande disse que a posição de alguns membros do PT com relação ao ministro Aldo Rebelo comprova a "dificuldade" nas relações dentro da base aliada. "O que nós questionamos com relação ao Aldo é o método como é feito. Propor mudanças de ministérios, debater politicamente a eficácia, a desenvoltura do ministério, isso tudo é legítimo. Agora, não podemos deixar de afirmar que o método de fragilizar o ministro publicamente é muito ruim e desleal", enfatizou.

A competência para nomear e demitir ministros, segundo Casagrande, é do presidente Lula. "Nenhum ministro tem estabilidade na administração pública. Ele não fez concurso para ser ministro. O presidente pode trocá-lo e colocar outra pessoa. É prerrogativa do presidente", concluiu o líder do PSB.