Presidente de Angola afirma que empresas brasileiras poderão ajudar na reconstrução do país

03/05/2005 - 16h21

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, disse que empresas brasileiras podem contribuir para a reconstrução de seu país que passou por quatro décadas de conflito civil. "A consolidação da paz e a circulação de pessoas e bens que ela permite, associada à estabilidade macro-econômica, cria condições para promovermos e incentivarmos as parcerias entre operadores privados angolanos e brasileiros que queiram participar do processo de reconstrução do país", afirmou José Eduardo, em discurso no Palácio do Planalto.

Os governos de Angola e Brasil assinaram hoje acordos de cooperação em diversas áreas, como mineração, cooperação jurídica e capacitação de servidores públicos. José Eduardo defendeu que os dois países só têm a ganhar com o fortalecimento dessa parceria. Segundo ele, a aproximação de Angola e Brasil também reforça a posição regional dos dois países. "É cada vez mais reconhecida a importância do setor petrolífero, dos transportes aéreos, do comércio e dos investimentos para o reforço da posição de ambos nos seus respectivos espaços regionais".

O presidente angolano disse ter pressa na concretização dos acordos assinados anteriormente, durante a visita de Lula a Angola, que prevêem investimentos na produção de medicamentos, na agricultura e na infra-estrutura de seu país. Ele afirmou ainda que a educação é a prioridade atual de seu governo para superar as dificuldades e os problemas agravados pelo conflito civil. "Devido a quatro décadas de conflito contínuo e de agressão a partir do exterior das nossas fronteiras, vimo-nos forçado a desviar para a defesa e segurança da nossa soberania importantes verbas que poderiam ter servido para dinamizar e desenvolver os setores sociais e o ensino em particular", justificou.

"De fato, a verdadeira justiça social só se atinge com a conquista da igualdade de oportunidades pela educação", destacou o presidente angolano. Segundo ele, o seu país tem procurado ampliar as relações na área de educação com outros países para assimilar experiências bem-sucedidas. "O Brasil pode desempenhar um papel decisivo nesse domínio, facilitado pelas afinidades históricas e culturais e pelo idioma comum".