Estudo revela fragilidade financeira de planos de saúde e ministro anuncia discussão sobre socorro

03/05/2005 - 19h57

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Não é boa a situação financeira da maior parte das empresas de plano de saúde ou odontológico no país, segundo o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado hoje pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O ministro da Saúde, Humberto Costa, reconheceu as dificuldades do setor e afirmou hoje que o governo estuda auxílio financeiro para as empresas, concedendo crédito para reestruturação de empresas.

Num índice de zero a um, a média do setor médico-hospitalar no aspecto econômico-financeiro é de 0,4. Já a do setor odontológico é de 0,3. Foram analisadas 2.225 empresas, que atendem a 38 milhões de beneficiários. A análise foi feita com base em dados de 2003.

"Sabemos que alguns segmentos se encontram em dificuldade e há o interesse de que estejam financeiramente sadios", afirmou hoje o ministro da Saúde, Humberto Costa. "Estão sendo discutidas alternativas, mas nenhuma que implique privilégio. Serão condições que eventualmente possam existir de empréstimo, para fusão, para reestruturação, mas é um assunto em debate", ressalvou.

Para o ministro, a abertura de linhas de crédito para o setor pode acelerar o processo de fusão de empresas e concentração do mercado, porque "existem no mercado empresas com dificuldades de cumprir todas as exigências da lei, inclusive da oferta das coberturas". "Esse mercado ainda tem uma tendência de se concentrar, mas não haverá prejuízo a competição e escolha do consumidor. Será uma fase de acomodação do mercado", explicou o ministro.

Na avaliação do presidente da ANS, Fausto Santos, apesar de a média geral ser baixa, não são todas as empresas que estão em uma situação ruim. "Temos uma parte do mercado que está muito bem, uma parte que não conseguiu se adequar a legislação e ao processo de regulação e uma parte que precisa que sejam adotadas medidas para que possa sair da situação em que se encontra", explica. O nome das empresas não foi divulgado pela pesquisa.

Para Fausto Santos, do ponto de vista econômico-financeiro, "temos empresas de médio para grande porte que estão em uma situação melhor, enquanto as empresas pequenas, principalmente abaixo de dez mil beneficiários estão com uma situação mais complicada". "Isso mostra que precisamos ter uma preocupação maior com esse porte de operadoras".

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é uma agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde e tem por finalidade promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular as operadoras setoriais - inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores - e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país. A agência foi criada pela Lei 9.961/2000.