14/08/2005 - 9h07

Brasil Alfabetizado recebe até hoje projetos de ONGs e universidades

Brasília - O programa Brasil Alfabetizado recebe até hoje (14) os projetos de alfabetização das organizações não-governamentais (ONGs) e instituições de ensino superior interessadas em participar do programa este ano. Com recursos de R$ 220 milhões, a meta do Ministério da Educação (MEC) é atender 2,2 milhões de jovens e adultos.

Mais de mil prefeituras e 21 estados já enviaram declarações de compromisso para participar do programa, que conta com mais de 1,4 milhão de participantes. Agora é a vez de ONGs e universidades, para quem o MEC reservou 30% das 2,2 milhões de vagas disponíveis para o programa este ano. Com a meta de atender a todos os 5.563 municípios brasileiros, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, responsável pelo programa, estabeleceu uma meta para cada município, baseada nos dados do último Censo do IBGE, de 2000.

"A alfabetização é a porta de entrada no mundo dos estudos, mas depois dela há um longo caminho", afirma o secretário Ricardo Henriques. "A articulação entre o Brasil Alfabetizado e a EJA (alfabetização e educação de jovens e adultos) é essencial para sanarmos a dívida histórica que temos com milhões de brasileiros que não tiveram a oportunidade de freqüentar as escolas na infância e adolescência", completa.

A secretaria vai fazer a análise pedagógica dos planos de trabalho enviados e em caso de aprovação serão firmados os convênios. A partir da assinatura dos convênios, os parceiros terão 45 dias para enviar os cadastros de alfabetizandos e alfabetizadores que vão compor suas turmas.

A nova resolução estimula também o atendimento a pessoas com necessidades especiais de aprendizagem, indígenas, quilombolas, comunidades ribeirinhas, moradores do campo, bem como a população carcerária e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.

O Brasil Alfabetizado tem por objetivo ensinar jovens e adultos com idades acima de 15 anos a ler e escrever. Em 2003, foram atendidas 1.668.253 pessoas e em 2004, 1.717.229. De acordo com dados do Censo 2000 do IBGE, o Brasil tem 16 milhões de analfabetos.

As informações são do Ministério da Educação

13/08/2005 - 19h14

Entrevista traz Arraes relembrando a queda de Jango, a repressão, o exílio e a Sudene

Deigma Turazi
Em especial da Agência Brasil

Em abril de 2004, a Agência Brasil publicou um especial com uma série de reportagens e entrevistas sobre os 40 anos do golpe militar. Acompanhe o testemunho de Miguel Arraes.

Brasília - Miguel Arraes era governador de Pernambuco pelo Partido Social Trabalhista (PST) quando os militares derrubaram João Goulart. Logo após o Golpe de 1º de abril, foi preso e teve os direitos políticos cassados. Alegava-se que o governador apoiava as Ligas Camponesas e sua luta por reforma agrária. No Nordeste, por causa do movimento camponês, concentrou-se a repressão mais violenta dos militares, que a maior parte do país só conheceria melhor depois de 1968. Sem alternativas, perseguido pelo regime que se estabeleceu, restou a Arraes o exílio. Foram 14 anos na Argélia.

Aos 77 anos, esse cearense de Araripe ainda reserva fôlego para a política e os cachimbos, que fumou durante toda a entrevista. Deputado federal eleito em 2002, Arraes é também presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em seu currículo, carrega três mandatos como governador de Pernambuco. Pelos sertanejos, é carinhosamente chamado de "Arraia". É um dos deuses do panteão messiânico nordestino. Seu milagre? Ter levado eletricidade ao sertão.

Economista e advogado, formado no Recife - cidade que governou no final dos anos 50 - Arraes foi um dos protagonistas da campanha pelas Diretas Já, ocorrida em 1984 e que pretendia garantir a eleição direta para presidente da República. Esteve entre os protagonistas da resistência à ditadura. Assistiu ao princípio - e por ele foi prejudicado - e ao fim - pelo qual lutou, e venceu. Na seqüência, leia os principais trechos de seu depoimento à Agência Brasil.

Prisão relâmpago

"Eu estava em Pernambuco, era governador e fui preso no Palácio do Governo, que estava cercado. Prenderam-me no exercício do cargo de governador e não pude fazer nada. Não restava outra coisa a fazer, as resistências já tinham caído no país todo. Fui preso na tarde de 1° de abril, esperando que houvesse alguma manifestação de reação, que não aconteceu".

Sem surpresas

"Eu sabia que o golpe iria acontecer porque estive no comício de 13 de março de 64 na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. De lá fui para Juiz de Fora participar de uma concentração, e quase não consigo discursar, porque existiam 200 homens civis armados nas ruas. Eles eram comandados por um cidadão chamado Adão Rafael, que, acho, era deputado, sustentado pelo general Olympio Mourão. Depois fui para Belo Horizonte, conversei com Magalhães Pinto, que era governador de Minas, e segui para Brasília. No dia 17 ou 18 de março conversei com Jango e disse a ele que o golpe estava na rua. Então não fiquei surpreso".

Organizar a reação

"Retornei a Pernambuco disposto a me organizar para a reação contra o Golpe. Isso se fosse possível, se fosse o caso. Não consegui dar inicio, porque não havia mais ninguém resistindo. Ninguém resistiu e seria um suicídio e um banho de sangue em Pernambuco. Seria uma decisão isolada, solitária. Fiquei esperando essa reação até a madrugada do dia 1° de abril. Amanheci cercado pelo Exército e tive que tomar posições para evitar, que alguns loucos partissem para uma reação contra o golpe, que eles pudessem agir isoladamente, emocionalmente, o que não era aconselhável. E aguardei passivo para ser preso, para o que o destino me reservaria naquela situação".

Golpe permanente

"O golpe sempre existiu e foi mais ou menos permanente desde que Getulio Vargas reassumiu o poder. É preciso recordar que, quando ele se elegeu, em 50, em uma grande campanha - e aqui quero ressaltar que não sou getulista, nunca fui do PTB e sou uma pessoa que sempre lutou com uma certa independência no campo político -, essa história começou. A conspiração data da hora em que Getúlio se elegeu. Ele tomou posse porque as forças nacionalistas de esquerda dentro do Exército foram vitoriosas. Quando o general Newton Estilac (ministro da Guerra de Getúlio) se elegeu presidente do Clube Militar, ficou claro que a maioria da oficialidade defendia a posse de Getúlio".

Revolta com a repressão

"Quem luta politicamente não tem direito de ter mágoa, nem alegria, só pode pensar naquilo que deve fazer. Tenho revolta pelos excessos cometidos pela repressão do regime militar sobre outros companheiros, alguns que morreram, outros sofreram torturas, prisão, discriminação, perseguição. Enfim, acho que nós devemos sempre comentar para que isso também não volte a se repetir no Brasil".

Clandestinidade

"Fiquei pouco mais de um ano na prisão e fui libertado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal. Depois fui novamente preso e libertado pelos militares. Fui libertado no Rio de Janeiro. Era preso, me soltavam, era chamado para depor, nem incomodava mais meu advogado, que era o doutor Sobral Pinto. Ele tinha ilusões com a abertura, e eu não tinha ilusão nenhuma, mas não podia sair sem ele, sem que ele concordasse. Em determinada altura lhe disse que não dava mais: entrei na clandestinidade por um mês, mais ou menos, enquanto tentava conseguir uma embaixada. A que consegui foi a da Argélia, país onde fiquei exilado durante 14 anos".

Compromisso com a história

"Passei isso tudo, mas quero registrar que não tenho queixas a fazer, e que nem sou uma pessoa que tinha feito algo de extraordinário. Fiz menos que muitas pessoas nesse país. Fiz o que me competia e tinha que fazer".

Em defesa de Jango

"Veja, sou do Nordeste, sempre tinha feito política no Nordeste. Tinha sido deputado estadual duas vezes, fui prefeito do Recife e depois governador. Tinha muito poucos contatos políticos. Conhecia o Jango, conhecia outras pessoas aqui do Sul, mas não tinha uma relação pessoal, de convivência com as pessoas daqui. Mas me dei muito bem com Jango. Acho que ele é muito injustiçado. Ele era um homem que era o que era. Ele nunca disse que era estadista, nunca disse que iria fazer e acontecer neste país. Ele ficava naquilo que era e podia fazer. Era um homem paciente. Sabia ouvir. Dentro disso, acho que cumpriu um papel importante para o país. Naquela oportunidade, Jango, politicamente, tinha muito boas relações públicas. Isso se via perfeitamente".

Influência americana

"Todo mundo sabe que os americanos estavam presentes no Brasil. Eu era governador e tinha em Pernambuco um cônsul americano e 15 vice-cônsules, coisa que nunca aconteceu neste país. Além de assessores por todos os lados. Chegou ao ponto que mandaram para lá, no governo de John Kennedy, um embaixador extraordinário para ver a situação do estado. Aqui eles estavam presentes mais do que em outros lugares da América do Sul. Todo mundo sabe que os americanos tinham despachado uma força-tarefa para cá. Mas acho que o golpe não tinha inteiramente razões para existir, porque o próprio Jango preparou a sucessão dele com muita antecedência. Foram lançados dois candidatos para a Presidência da República, que eram Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. Políticos confiáveis, digamos assim. Representantes da esquerda e de outros setores da sociedade queriam outras saídas do ponto de vista político, mas agiram sozinhos, isoladamente, porque também queriam mudar o país".

Comunismo não. Idéias justas

"Pernambuco não tinha nada de mais. Havia uma mobilização popular muito forte, o que é natural, e estávamos promovendo o Acordo do Campo, que nós fizemos. Queríamos romper, pelo menos, com aquilo que era socialmente insuportável. Os trabalhadores da cana ganhavam um terço do salário mínimo. Não dava para concordar com uma coisa daquelas. Tinham que ganhar pelo menos um salário mínimo, que era o que eles mereciam. Isso não tem nada de comunismo, de socialismo. Tratava-se de justiça concreta".

Semelhança com o Vietnã

"Internamente, não havia nenhuma motivação para o Golpe. Acho que há certas interpretações sobre o Golpe Militar no Brasil: uma delas é de que havia um movimento de massa muito forte no mundo inteiro. Esse movimento de massa, reivindicatório, era muito avançado no Vietnã, onde já tinham as forças de Ho Chi Min se instalando. As forças americanas pretendiam desalojá-los de lá. Esse movimento geral de massa fez com que isso aqui tenha parecido um golpe preventivo, para não se abrir uma outra frente em outro continente, e num país da dimensão do nosso. Então, esse golpe preventivo foi dado poucos meses antes do avanço americano dentro do Vietnã. Eles só se lançaram efetivamente lá, quando o golpe se consolidou aqui. Não posso afirmar que uma coisa esteja ligada a outra, mas os fatos são esses. Há quem interprete dessa forma".

Militarização do mundo

"Vê-se que a partir do golpe no Brasil houve o da Indonésia, em 65, onde morreram 500 mil pessoas fuziladas. Sucederam-se depois os golpes no Extremo Oriente e na América Latina, a ponto de, a certa altura, a América Latina estar coberta por regimes militares, um dos quais o de Pinochet, no Chile. Outro na Argentina. Este, um golpe extremamente violento. A militarização do mundo se deu então naquela hora. Esse panorama só começou a se alterar perto dos anos 70, quando o Vietnã, os vietnamitas começaram a avançar na sua luta, a levar vantagens contra a brutal maquina de guerra que invadiu o território deles. As outras reações que apareciam em várias partes isoladamente, porque havia uma insatisfação generalizada. Houve então a decisão de desmilitarizar. Essa desmilitarização foi apontada num relatório feito por Nelson Rockfeller (prefeito de Nova Iorque), que andou por aqui a certa altura com 200 assessores, dois aviões. Esse relatório não foi muito difundido aqui. A imprensa noticiou apenas os fatos que podia publicar".

Metralhadora e televisão

"O mal trazido ao Brasil pela ditadura foi a falta de informação da população, a manipulação do ensino, aquilo que foi jogado na cabeça das pessoas. Além disso, o silêncio sobre as lutas do povo, que não eram ensinadas aos jovens. A geração que nasceu por volta do ano de 64 não entende a formação de quem se formou antes, daqueles que desde muito cedo foram ensinados conhecendo os problemas brasileiros, os problemas da nossa população. Acho que esse é o prejuízo principal, e acho que a arma principal que está sendo utilizada - disse isso há muito tempo - para substituir as metralhadoras dos militares é a câmera da televisão".

Ligas camponesas

"As Ligas Camponesas eram um movimento paralelo à sindicalização e à união que havia entre os trabalhadores rurais. Eles tinham começado esse movimento entre pequenos proprietários, foreiros, arrendatários de terra. Agora esse movimento comandado por Francisco Julião era mais visível do ponto de vista geral, inclusive porque ele era uma pessoa que tinha uma certa capacidade de transitar em muitos lugares, e fazer dessa bandeira - que é uma bandeira que todos nós concordávamos - conhecida nacionalmente. Mas, do ponto de vista do volume de gente engajada nas Ligas, não era muito expressivo. Não era não. Pegue a votação de Julião (eleito deputado federal). Ele não tinha muita votação, principalmente junto à classe média. Era uma pessoa considerada por todos nós. Fui seu colega na Assembléia Legislativa e atuei ao seu lado depois, nas questões rurais. Também dávamos apoio ao trabalho dele. Não o deixamos para trás".

Em nome dos trabalhadores

"O Acordo do Campo, o primeiro feito no país, entre donos de terra e trabalhadores, deu bastante trabalho, mas os próprios proprietários constataram que essa era a saída que tinha que haver, porque eu disse que os trabalhadores tinham conquistado o direito de sindicalização naquela época. Os sindicatos rurais estavam organizados, quando assumi o governo de Pernambuco. Foi aí que começaram essas negociações. O pessoal da cana-de-açúcar se organizou unificadamente, havia uma unidade muito grande entre eles, portanto era uma força poderosa, disposta a negociar. Então, era apenas uma questão de ajuste, porque estavam vendo que, se não negociassem, seria um desastre, porque ninguém ia botar a polícia para segurar 100 mil trabalhadores. Foi diante disso que eles (usineiros, produtores e revendedores de cana) negociaram. Fui mediador de tudo isso e esse acordo nem a ditadura conseguiu destruir. Ele ficou. Como era uma coisa autêntica, que vinha de uma realidade dura, concreta, eles não puderam mexer. Eles foram procurando cortar as beiradas do acordo, reduzir as vantagens, mas ele é referência até hoje na questão da cana-de-açúcar".

Energia

"O povo nordestino ainda carece de coisas mínimas, e nós estamos nos atrasando, distanciando muito do resto do país pela ausência de infra-estrutura, de condições de crescimento. Em 1963, eu estava no governo de Pernambuco, Celso Furtado era presidente da Sudene (Superintêndencia de Desenvolvimento do Nordeste) e lhe falei sobre a necessidade de aumentar a oferta de eletricidade no Estado com a chegada da rede da Chesf (Companhia Hidroelétrica do Vale do Rio São Francisco), que estava sendo inaugurada com atraso de meio século em relação ao futuro. Queria que a Chesf levasse energia aos povoados, às populações rurais. Foi enviado um projeto para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Foi o Celso que o viabilizou. E veio o golpe, e esse projeto foi aprovado e executado pelos governos militares de forma totalmente diferente daquela que tinha sido prevista. O que se pretendia era democratizar a energia. O que eles fizeram: colocaram energia nas grandes propriedades, e a rede elétrica passava por cima dos pequenos. Então, eram 29 mil propriedades grandes - a menor tinha 200 hectares. Minifúndios e pequenas propriedades não foram atendidos.

Quando volto ao governo, retomo aquele projeto de 1963. Ora, de 63 para 86 já fazia um bocado de tempo. Então havia uma preferência dos governos militares pelos grandes proprietários e não pela população. Devia haver preocupação com todo mundo, com os grandes, com os pequenos e com os médios. E nesses dois governos que fiz depois de voltar, eletrifiquei cerca de 80% das propriedades. Em qualquer lugar tinha energia. Coisas desse tipo são elementares. A população quando vota não está querendo saber se o candidato é do PFL ou de um partido de esquerda. Quer é infra-estrutura para viver com dignidade. É que sempre procurei demonstrar que se faz muito pouco, muito pouco mesmo em coisas que o povo já deveria ter desde o começo do século passado. Só sobrevivi politicamente no Nordeste por ser defensor dessas causas".

13/08/2005 - 19h05

Diputado niega cobro de dinero para hacer alianza PT-PL

Agencia Brasil

Brasilia – El presidente nacional del Partido Liberal (PL) y ex diputado federal, Valdemar Costa Neto, divulgó nota este sábado (13) en la cual afirma que no hubo cobro de dinero del Partido de los Trabajadores (PT) para hacer una alianza política en 2002, pero que hubo un acuerdo para cubrir las expensas de la campaña de la coligación PT-PL.

"Teníamos una campaña presidencial conjunta y expensas conjuntas. Lo que yo dije, y es verdad, es que el presidente Lula sabía del acuerdo, según el cual, el PT transferiría recursos para el PL para el pago de expensas de la alianza de 2002. Yo no podría imaginar que se pagarían esas deudas de campaña después de la toma de posesión y con dinero no contabilizado", dice la nota de Costa Neto.

Este viernes (12), la Secretaría de Prensa de la Presidencia de la República divulgó nota en la cual afirma que el presidente Luiz Inácio Lula da Silva y el vicepresidente José Alencar sólo participaron en "conversaciones políticas para la formación de la base partidaria de apoyo a la alianza que terminó por vencer las elecciones presidenciales de aquel año". En la nota, la presidencia descarta la participación de ambos en otras negociaciones: "Otros asuntos eran responsabilidad de los dirigentes de los partidos involucrados en la formación de la alianza victoriosa".

En entrevista a la revista "Época", el ex diputado federal afirmó que hizo, en junio de 2002, un acuerdo con el entonces presidente del PT, diputado José Dirceu, y el tesorero del partido, Delúbio Soares, para recibir US$4,21 millones (R$10 millones) para el financiamiento de la campaña. En la entrevista, él afirma que el presidente Lula y el vicepresidente José Alencar sabían de las negociaciones.

Costa Neto renunció a su mandato el primero de agosto tras asumir que recibió dinero del empresario Marcos Valério de Souza. Valério es acusado por el diputado federal Roberto Jefferson (Partido Laboral Brasileño) de ser el operador del plan de compra de votos de parlamentarios, conocido como "mensualazo". Costa Neto, en la entrevista, niega la existencia del "mensualazo" y dice que el dinero que recibió de Valério era referente a la deuda que el PT contrajo durante la campaña.

Traducción: Andréa Alves

13/08/2005 - 19h02

Morte de Arraes representa perda de um dos mais importantes aliados de Lula, diz Jaques Wagner

Brasília - O ministro Jaques Wagner, da Secretaria de Relações Institucionais, manifestou pesar pelo falecimento do presidente nacional do PSB, deputado Miguel Arraes (PE). Segundo a nota divulgada, o país e o governo perdem um dos mais importantes aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

''Miguel Arraes sempre foi um aliado de primeira hora do governo Lula. Seu exemplo de integridade e humildade sertaneja marcou sua vida pública e a história das lutas populares por um país melhor, pautada pela ética e a coerência na ação. Sua prática política sempre valorizou o diálogo, a humildade sertaneja e a integridade do homem público simples e digno. É uma referência nacional para os atuais e futuros políticos ", destacou o ministro.

Jaques Wagner telefonou hoje (13) ao ex-ministro e deputado Eduardo Campos (PSB-PE), neto de Arraes, para manifestar seu pesar e condolências extensivas aos demais familiares.

13/08/2005 - 18h48

Eduardo Campos afirma que Arraes teve "uma vida de coragem, coerência e lealdade às causas do povo"

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Dor e saudade: assim o deputado federal Eduardo Campos (PSB-PE) definiu o sentimento da família com a morte de Miguel Arraes, presidente nacional do partido e seu avô.

Campos afirmou, durante entrevista coletiva na tarde de hoje (13) no Hospital Esperança, que Arraes teve "uma vida de coragem, coerência e lealdade às causas do povo". O ex-ministro enfatizou que Arraes deixa um legado de luta pela cidadania, que "fica como exemplo para os homens de bem do Brasil".

"Perdemos um amigo, um companheiro e um líder", continuou Eduardo Campos. "Mas a atitude dele é tão digna que vai se perpetuar. Pessoas como Arraes não morrem, transcendem o tempo, assim como os poetas, que, mesmo depois de desparecerem, são capazes de emocionar, consolar e entusiasmar." Ele definiu o avô como "um homem que tinha um sentimento maior que o mundo".

O deputado informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega amanhã às 9h30 para acompanhar o velório e o enterro de Miguel Arraes, marcado para as 15 horas no Cemitério de Santo Amaro.

13/08/2005 - 18h27

Em nota, Costa Neto nega que PL tenha cobrado dinheiro para fazer aliança com o PT

Brasília - O presidente Nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, divulgou nota hoje (13) afirmando que não houve cobrança de dinheiro do PT para fazer aliança política em 2002, mas que foi fechado um acordo para cobrir despesas da campanha da chapa PT-PL.

"Tínhamos uma campanha presidencial conjunta e despesas conjuntas. O que eu disse, e é verdade, é que o presidente Lula sabia do acordo em que o PT repassaria recursos para o PL pagar despesas da aliança de 2002. O que eu não podia imaginar é que essas dívidas de campanha seriam pagas depois da posse, e com dinheiro de caixa 2", diz a nota de Costa Neto.

Ontem (12), a secretaria de Imprensa e Porta-Voz da presidência da República divulgou nota afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente José Alencar participaram apenas de "conversações políticas com vistas à formação da base partidária de apoio à chapa que terminou por vencer as eleições presidenciais daquele ano". Na nota, a presidência descarta o envolvimento de ambos em outras negociações: "Outros assuntos estiveram a cargo dos dirigentes dos partidos envolvidos na formação da aliança vitoriosa".

Em entrevista à revista Época, o ex-deputado federal e presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou que fechou em junho de 2002 um acordo com o então presidente do PT, deputado José Dirceu, e o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, para receber R$ 10 milhões.

Esse dinheiro, segundo Costa Neto, garantiria o apoio do PL na chapa que concorreu à presidência da República e seria usado para financiar campanhas do partido. Na entrevista, ele afirma que o presidente Lula e o vice-presidente José Alencar sabiam das negociações.

Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato no dia 1º após assumir que recebeu dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza. Valério é acusado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador de esquema de compra de votos de parlamentares, conhecido como "mensalão". Valdemar, na entrevista, nega a existência do "mensalão" e diz que o dinheiro que ele recebeu de Valério era referente à dívida contraída pelo PT durante a campanha.

13/08/2005 - 17h38

Momento político que o país atravessa torna ''ainda mais penosa'' a perda de Arraes, diz Severino

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), lamentou, em nota, o falecimento do deputado federal Miguel Arraes (PSB-PE). Severino disse estar comovido com a notícia da morte do presidente do PSB. "Embora quase sempre em campos opostos, nunca deixamos de lado o respeito mútuo, e graças a isso pudemos confrontar nossas idéias dentro do que há de mais nobre na Política", diz o texto.

Segundo a nota da presidência da Câmara, o momento político que o país atravessa torna "ainda mais penosa" a perda de Arraes. "Que neste momento possamos refletir sobre o papel exercido na política brasileira pelo ex-presidente do PSB. Que o legado de Arraes possa auxiliar a restabelecer valores importantes para a manutenção da democracia e da cidadania brasileira".

Severino ainda expressa na nota sua admiração pela "obstinação" e o "afinco" do deputado do PSB. "Homens como ele nos fazem entender que o importante na luta é a convicção de ideais e a busca incessante pelo cumprimento daquilo em que acreditamos", diz.

Miguel Arraes era presidente nacional do PSB. Apesar de cearense, fez sua carreira política em Pernambuco, estado que o elegeu várias vezes para deputado estadual, federal e governador.

Depois de ficar internado por 58 dias no Hospital Esperança, em Recife (PE), em tratamento de uma infecção pulmonar, Arraes faleceu na manhã deste sábado, aos 88 anos.

13/08/2005 - 17h34

Dirceu diz que Arraes é exemplo para os que lutam por justiça social

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O deputado federal (PT/SP) e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, divulgou nota à imprensa destacando o papel do deputado federal e presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Miguel Arraes (PE), na luta por justiça social e como um dos principais líderes políticos do país. Dirceu ressalta que Arraes dedicou sua vida ao povo brasileiro e, em especial, aos nordestinos.

"Lamento profundamente a morte de Miguel Arraes, um dos principais líderes políticos do país há quase 50 anos, com quem tinha uma relação afetiva muita próxima. Arraes foi e continuará sendo um exemplo para todos nós que lutamos por justiça social. Ele dedicou a vida toda ao Brasil e ao povo brasileiro, especialmente ao Nordeste do país, onde semeou idéias e ideais que ficarão registrados para sempre na história da luta contra a desigualdade", diz a nota.

Miguel Arraes, de 88 anos, morreu hoje (13), de choque séptico causado por infecção respiratória, agravada por insuficiência renal, no Hospital Esperança, em Recife (PE), após ficar internado por 58 dias para tratamento de infecção pulmonar.

13/08/2005 - 17h23

Concluída ação de retirada de trabalhadores na destilaria Gameleira

Brasília - Após 50 dias de operação, grupo especial de fiscalização móvel do ministério do Trabalho e Emprego concluiu a ação de retirada de 1.003 pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão na destilaria Gameleira, em Confresa (MT). A destilaria teve que pagar aos trabalhadores R$ 1,45 milhão em indenizações trabalhistas e providenciar o retorno deles aos seus estados de origem.

A maioria havia sido aliciada nos estados do Piauí, Maranhão, Pernambuco e Alagoas com promessas de bons salários. A fiscalização chegou ao local no dia 15 de junho e encontrou centenas de pessoas trabalhando em péssimas condições, com salários atrasados e endividados. Segundo Humberto Célio, coordenador do grupo, os trabalhadores estavam em situação "extremamente degradante", amontoados em alojamentos superlotados e em condições insalubres.

"Os trabalhadores foram aliciados com falsas promessas de bons salários, alojamentos e alimentação de qualidade. Também era prometido seguro-desemprego no final da safra. Chegando ao local, viram que a realidade era outra e o contrato não dava direito ao seguro. Diante da insatisfação, eles não tinham como sair do local porque somente teriam transporte de retorno aos estados de origem no final da safra, prevista para o mês de setembro", informou o auditor.

A destilaria Gameleira é de propriedade do empresário Eduardo Queiroz Monteiro. Esta é a quarta vez que é autuada pelo grupo móvel do ministério. Nesta última operação foram lavrados 48 autos de infração, com valor estimado em R$ 800 mil. Auditores do INSS também estiveram na empresa, que foi em R$ 758 mil por não recolhimento previdenciário.

Esta foi a maior operação do grupo móvel e contou com o apoio da Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho, por meio da Vara de São Félix do Araguaia (PA).

As informações são do Ministério do Trabalho e Emprego

13/08/2005 - 17h02

Antônio Carlos Magalhães diz que Brasil perdeu ''um dos líderes populares mais importantes''

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - No dizer do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), com a morte do ex-governador Miguel Arraes a nação perde "um dos líderes populares mais importantes". "Num momento difícil como esse que o Brasil atravessa, ele seria um bom conselheiro, sobretudo, pela sua experiência", disse ACM.

O senador destacou o momento que o teria unido ao companheiro pernambucano. "Eu convivo com Arraes desde 1963, quando nos unimos contra o Estado de sítio que presidente João Goulart queria decretar, porque ele entendia que depois que tirassem (o governador Carlos) Lacerda da Guanabara, o próximo a sair seria ele". Dessa forma, diz Antônio Carlos Magalhães, "nos unimos e fizemos com que Goulart tirasse a mensagem de estado de sítio do Congresso". Daí para cá, observa, "sempre mantivemos relacionamento, relacionamento esse retomado tão logo ele voltou do exílio".

Nas palavras de ACM, Arraes era uma figura "afável" e, sobretudo, "carismática". "É extremamente popular no seu Pernambuco, estado que ele governou por três vezes". Perguntado sobre se a defesa da soberania nacional seria uma das principais características do ex-governador Arraes, ACM disse que sim: "Ele sempre foi um nacionalista verdadeiro e autêntico".

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