Concluída ação de retirada de trabalhadores na destilaria Gameleira

13/08/2005 - 18h23

Brasília - Após 50 dias de operação, grupo especial de fiscalização móvel do ministério do Trabalho e Emprego concluiu a ação de retirada de 1.003 pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão na destilaria Gameleira, em Confresa (MT). A destilaria teve que pagar aos trabalhadores R$ 1,45 milhão em indenizações trabalhistas e providenciar o retorno deles aos seus estados de origem.

A maioria havia sido aliciada nos estados do Piauí, Maranhão, Pernambuco e Alagoas com promessas de bons salários. A fiscalização chegou ao local no dia 15 de junho e encontrou centenas de pessoas trabalhando em péssimas condições, com salários atrasados e endividados. Segundo Humberto Célio, coordenador do grupo, os trabalhadores estavam em situação "extremamente degradante", amontoados em alojamentos superlotados e em condições insalubres.

"Os trabalhadores foram aliciados com falsas promessas de bons salários, alojamentos e alimentação de qualidade. Também era prometido seguro-desemprego no final da safra. Chegando ao local, viram que a realidade era outra e o contrato não dava direito ao seguro. Diante da insatisfação, eles não tinham como sair do local porque somente teriam transporte de retorno aos estados de origem no final da safra, prevista para o mês de setembro", informou o auditor.

A destilaria Gameleira é de propriedade do empresário Eduardo Queiroz Monteiro. Esta é a quarta vez que é autuada pelo grupo móvel do ministério. Nesta última operação foram lavrados 48 autos de infração, com valor estimado em R$ 800 mil. Auditores do INSS também estiveram na empresa, que foi em R$ 758 mil por não recolhimento previdenciário.

Esta foi a maior operação do grupo móvel e contou com o apoio da Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho, por meio da Vara de São Félix do Araguaia (PA).

As informações são do Ministério do Trabalho e Emprego