Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O total das operações de crédito do sistema financeiro subiu para R$ 533,4 bilhões no mês de julho, o que equivale a 28,2% do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas produzidas no país. Junho teve uma relação de 27,8% e julho do ano passado, 25,3%.
O volume de empréstimos mostra aumentos de 1,5% em relação ao mês anterior e de 18,8% no acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com o relatório de julho sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado hoje (23) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Do total, R$ 311,5 bilhões se referem a recursos livres, dos quais R$ 139,4 bilhões são de empréstimos a pessoas físicas e R$ 172,1 bilhões em créditos empresariais. Em que pese o maior volume de recursos para empresas, deve-se observar que nos últimos meses a evolução de créditos tem crescido mais nos empréstimos pessoais.
Enquanto o volume de operações de crédito para empresas cresceu 1,2% no mês, o aumento dos empréstimos em crédito pessoal chegou a 3,4% e os financiamentos para aquisição de veículos cresceram 2,4%. A maior contribuição para essa evolução se refere ao crédito consignado em folha de pagamento, que cresceu 4,8% no mês, contribuindo para a expansão de 109,7% nos últimos 12 meses.
Dos R$ 533,4 bilhões movimentados em créditos, R$ 513,4 bilhões foram destinados ao setor privado. Os créditos para a indústria alcançaram R$ 131,8 bilhões, com evolução de 1,7%; o setor de serviços ficou com R$ 85,7 bilhões, com acréscimo de 2,5%; o comércio financiou R$ 58,8 bilhões, com aumento de 0,7%; o setor rural pegou R$ 56,1 bilhões, e cresceu mais 1,6%, enquanto os financiamentos habitacionais aumentaram 1% com saldo de R$ 27,2 bilhões.
De acordo com uma pesquisa do Instituto de Estudo para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), enquanto a reserva para o crédito no Brasil ainda é menor do que 30% do PIB, em outros países, principalmente na Europa, essa relação supera os 100%.
Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Edson Vidigal, afirmou que é preciso ter cautela para divulgar informações obtidas em depoimentos. "Temos de ficar muito atentos para que eventuais apurações não resvalem para a ofensa à dignidade, à honra das pessoas, ou à credibilidade das instituições", disse.
O comentário foi feito a propósito da divulgação do depoimento do advogado Rogério Buratti ao Ministério Publico de São Paulo. Na última sexta-feira (19), enquanto Buratti depunha, o promotor público Sebastião Sérgio da Silveira, passou informações para a imprensa sobre as declarações do advogado.
Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Superior Tribunal de Justiça, (STJ) ministro Edson Vidigal, pediu hoje o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, para a provação do ponto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que estabelece a criação de 50 varas federais em 2006.
O anteprojeto aprovado pelo plenário do STJ no dia 16 deste mês prevê a criação de 400 varas em oito anos. "A própria realidade nacional está mostrando que estamos precisando de mais juiz federal, de mais Polícia Federal e de mais Ministério Público Federal", disse Vidigal.
O ministro informou que também pediu o apoio do presidente do Senado para a Proposta de Emenda à Constituição 42/03, que trata do limite de idade para aposentadoria nas cortes superioes. Vidigal disse que pediu que não só os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mas também os do STJ sejam contemplados com a proposta, que aumenta para 75 anos o limite de idade para aposentadoria.
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As reuniões dos integrantes da missão brasileira que está em Londres para acompanhar as investigações da morte do brasileiro Jean Charles de Menezes tem o objetivo de conhecer melhor as circunstâncias que resultaram na morte do brasileiro e a legislação britânica aplicável ao caso. As informações, divulgadas em nota pela assessoria de imprensa da embaixada brasileira, também afirmam que a missão quer compreender os próximos passos da investigação e abrir um canal de comunicação com as autoridades envolvidas na apuração dos fatos.
A missão, composta pelo subprocurador-geral da República e corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves e pelo diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Márcio Pereira Garcia Pinto, chegou a Londres no dia 22 e retorna ao Brasil na próxima quinta ou sexta-feira.
Os participantes da missão se reuniram ontem (22) com integrantes da Polícia Metropolitana de Londres e hoje (23) com um primo de Jean Charles que mora na cidade. Amanhã (24) a missão se encontra com representantes da Comissão Independente sobre Queixas contra a Polícia, um órgão que investiga possíveis erros em ações policiais.
Jean Charles de Menezes foi morto pela polícia britânica no dia 22 de julho, porque segundo a polícia de Londres, foi confundido com um terrorista. Notícias divulgadas recentemente pela imprensa britânica mostram diferenças entre a versão oficial da polícia de Londres e a de testemunhas e dos relatórios revelados.
De acordo com essas informações, Jean Charles estaria vestindo jaqueta jeans e não uma jaqueta grossa, como alegou a polícia. O brasileiro também não teria pulado a catraca do metrô, mas teria passado andando.
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A missão brasileira que está em Londres para acompanhar as investigações sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes se reuniu hoje (23) com um primo de Jean Charles que mora em Londres e ontem (22) com integrantes da Polícia Metropolitana da cidade. Amanhã (24) a missão se encontra com representantes da Comissão Independente sobre Queixas contra a Polícia, um órgão que investiga possíveis erros em ações policiais.
"A idéia é que possamos entender o que levou à morte do brasileiro e entender melhor a legislação britânica", afirmou o diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Márcio Pereira Garcia Pinto. Ele e o subprocurador-geral da República e corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves, ambos integrantes da missão, falaram hoje à imprensa e reafirmaram seus objetivos.
Segundo Márcio Pereira, o objetivo é também entender o que passou na cabeça dos agentes britânicos e quais foram os primeiros passos que levaram ao assassinato do brasileiro. "Queremos investigar paralelamente para tirar nossas conclusões", completou Wagner Gonçalves.
A missão chegou a Londres no dia 22 e retorna ao Brasil na próxima quinta ou sexta-feira. Jean Charles de Menezes foi morto pela polícia britânica no dia 22 de julho, porque segundo a polícia de Londres, foi confundido com um terrorista. Notícias divulgadas recentemente pela imprensa britânica mostram diferenças entre a versão oficial da polícia de Londres e a de testemunhas e dos relatórios revelados.
De acordo com essas informações, Jean Charles estaria vestindo jaqueta jeans e não uma jaqueta grossa, como alegou a polícia. O brasileiro também não teria pulado a catraca do metrô, mas teria passado andando.
Daisy Nascimento
Reportera Agencia Brasil
Rio de Janeiro - El presidente del Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim, dijo este lunes durante almuerzo con empresarios en la Asociación Comercial de Rio de Janeiro que no basta reformar el sistema electoral para impedir irregularidades en las campañas, sino que debe haber una reducción en los costos que recaen sobre los candidatos.
Jobim dijo que muchas irregularidades ocurren a causa del sistema electoral brasileño, y que la solución del problema político no pasa exclusivamente con los partidos políticos, con la reducción de la capacidad de financiación de los partidos, sino por la reducción de los gastos, porque éstos siempre encuentran formas de financiación, es decir, permitir gastos amplios con una reducción de fuentes significa empujar al ciudadano a la ilegalidad, y que hay que tratar la campaña electoral y política desde la perspectiva de una gran reforma progresiva del sistema político nacional y del sistema de representación política.
El ministro recordó que en el actual sistema electoral los partidos políticos administran la elección de su candidato mayoritario, sea para la presidencia de la República, gobernador o senador, al mismo tiempo en que pasa al candidato la responsabilidad de buscar formas de tornarse conocido individualmente para lograr el número de votos necesarios para elegirse, y si cada uno de los candidatos es el productor de su campaña, el juego político es empujar hacia arriba toda la capacidad de costo.
Jobin criticó el proceso electoral brasileño, que obliga al elector a votar al candidato y no al partido, y añadió que las consecuencias negativas de ese modelo de elección deben servir de aprendizaje al país, observando que las crisis políticas deben verse como aprendizaje para el futuro.
Traducción : Jaime Valderrama
Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de garantir a mobilização que já construiu quase 100 mil cisternas em 11 estados, a Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA) está apresentando ao governo federal um programa para equipar os pequenos agricultores do Nordeste com fontes de água para produção. "Para não morrer imediatamente, beber água e cozinhar, o agricultor precisa de uma fonte de água potável. Mas, para sobreviver, a longo prazo, ele também precisa de uma fonte de água para garantir a produção. Por isso, criamos o programa", explica Lourival Almeida de Aguiar, um dos 11 coordenadores da ASA.
O programa, segundo Aguiar, é conhecido como "P 1 + 2", ou seja, "uma terra, duas águas – uma para beber, outra para produzir". A inspiração é chinesa. "No clima semi-árido do Norte da China, na Província de Gansu, as precipitações são irregulares e baixas (mais ou menos 300 mm/ano), a evaporação é alta (2000 mm/ano) e as águas subterrâneas são escassas. A agricultura nesta região depende principalmente da chuva como fonte de água. Nos últimos anos, o governo da província colocou em prática o projeto ‘Providenciando água para uso humano e para animais, desenvolvendo a economia agricultural e melhorando o meio ambiente através do uso de água de chuva’, denominado "Projeto 1-2-1"", explica texto disponível na pagina da internet da Ong ABCMAC (Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva).
"O governo auxiliou cada família a construir uma área de captação de água, dois tanques de armazenamento de água e uma terra para plantação de culturas comercializáveis. Até o final de 2002, 1.944.000 tanques de água foram construídas e com diferentes métodos de captação de água de chuva uma área de 305.000 hectares de sequeiro foi beneficiada, melhorando o uso eficiente da água de chuva e diminuindo a evaporação", completa o texto.
Aguiar conta que nos próximos dois anos o programa brasileiro estará em fase piloto em quatro estados, com apoio da agência alemã de cooperação Misereor, ligada à Igreja Católica. "Nessa primeira fase, queremos promover um intercâmbio de informações sobre soluções técnicas para captar e armazenar essa água". Entre essas soluções, Aguiar lembra as barragens subterrâneas (técnica que permite criar pequenos "lençóis freáticos" sob o leito de riachos temporários), os caxios (reservatórios de água de chuva cavados na rocha) e as mandalas (equipamentos para agricultura irrigada que diminuem o desperdício e a evaporação).
Outro projeto em estudo pela ASA, segundo Aguiar, é o de instalação de "bombas manuais" em cerca de 50 mil poços artesianos que, segundo ele, encontram-se atualmente sem aproveitamento pelo Nordeste. A "bomba popular", explica, é inspirada em um modelo holandês e possibilita até 1000 litros por hora de vazão. Até agora, o obstáculo era o custo do modelo importado, em torno de R$ 25 mil. Segundo ele, a ASA descobriu que uma empresa catarinense está habilitada a produzir o equipamento no Brasil por cerca de R$ 6 mil, o que deve viabilizar o projeto.
Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil deve comemorar até setembro a construção da centésima milésima cisterna do programa 1 Milhão de Cisternas, coordenado pela Articulação do Semi-Árido Brasileiro(ASA). A ASA é uma rede que diz contar atualmente com 750 organizações da sociedade civil. A iniciativa surgiu em 1999. Na construção das cisternas, que começou em julho de 2003, o Ministério do Desenvolvimento Social é o principal parceiro da rede (70 mil das 100 mil construídas até agora), mas, segundo a ASA, o programa já angariou apoios da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e de várias entidades internacionais, como a ONG católica internacional Oxfam.
A previsão de chegar às 100 mil cisternas até setembro é da ASA. Atualmente, já foram construídas mais de 99.400. A assessoria de imprensa da ASA diz que a rede ainda não sabe onde será inaugurada a cisterna de número 100.000, nem a data exata da comemoração.
As cisternas instaladas em municípios do semi-árido em 926 municípios de 11 estados (os nove do Nordeste, mais Minas Gerais e Espírito Santo) consistem na montagem de uma série de calhas para captação da água da chuva que cai sobre o telhado de uma residência, conduzindo-a a um reservatório de alvenaria com capacidade para 16 mil litros. "Se for bem cuidada a água, a família tem água para beber e cozinhar por seis meses, até chover de novo", explica Lourival Almeida de Aguiar, um dos coordenadores executivos da ASA.
Aguiar chama a atenção para as ações desenvolvidas pela ASA em torno da construção das cisternas: "A cisterna é quase um pretexto. Na verdade, é um projeto de mobilização social. O que a gente faz é empoderar a comunidade". Ele conta que, em cada município onde o programa é instalado, elege-se em assembléia aberta uma comissão municipal, que vai determinar que famílias receberão a cisterna.
Segundo Aguiar, a condição para a família receber o equipamento é participar de um curso de Gestão de Recursos Hídricos: "A família vai aprender a garantir que a água vá ser potável e dure todo o período de seca". Ele diz que também se oferece o curso de pedreiro na comunidade, transmitindo-se conhecimento necessário para a reprodução da cisterna.
O programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) também é conhecido como Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semi-Árido. A ASA espera que ele seja concluído até julho de 2008, com o custo total de US$ 424,3 milhões (cerca de R$ 1 bilhão). Segundo a rede, a construção de cada cisterna custa em média R$ 1,6 mil.
Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os desafios para o desenvolvimento rural sustentável no Brasil são um dos temas de seminário que reúne na Procuradoria-Geral da República representantes dos governos federal e estaduais, professores, pesquisadores, líderes sindicais e de cooperativas. Ao abrir o evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, afirmou que o grande desafio do país é conciliar a atividade econômica - capaz de garantir renda e qualidade de vida aos trabalhadores rurais - com a preservação do meio ambiente.
"A responsabilidade do governo é apoiar uma estratégia de desenvolvimento que garanta renda, qualidade de vida para o nosso povo do meio rural e, ao mesmo tempo, ter sustentabilidade. E sustentabilidade significa garantir qualidade de vida, renda com preservação ambiental", afirmou.
Segundo Rossetto, o objetivo do encontro é avaliar os programas, ações e políticas na área que estão sendo desenvolvidas em todo o país. "Nós temos também aqui a presença de pesquisadores internacionais, o que vai colaborar para que possamos avaliar nossas políticas e qualificar cada vez mais as nossas ações", acrescentou.
O seminário Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável prossegue até quinta-feira (25). O evento conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola. Promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a reunião é preparatória para a Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, prevista para ocorrer em março de 2006.
Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse hoje (23) que a comissão pretende saber do ex-secretário nacional de Comunicação do PT, Marcelo Sereno, se ele arrecadou recursos das casas de bingo do Rio de Janeiro quando foi tesoureiro da campanha de Benedita da Silva ao governo do Rio. Marcelo Sereno também foi assessor especial da Casa Civil.
"Segundo Burati (ex-assessor de Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto) essa quantia foi de R$ 1 milhão no Rio", disse o relator. Na semana passada, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, o advogado Rogério Buratti, teria dito que as casas de bingo de São Paulo e do Rio deram dinheiro para a campanha eleitoral do PT.
O relator disse também que Sereno deverá esclarecer quais eram suas atribuições na Casa Civil e se indicou pessoas para ocupar cargos nos fundos de pensão. Sobre o depoimento de Rogério Buratti, marcado para amanhã, o senador disse que espera que traga fatos e provas. "Já que da outra vez ele não acrescentou muita coisa, agora ele terá que falar a respeito do dinheiro arrecadado das casas de bingo e sobre o contrato da Caixa Econômica com a multinacional Gtech", disse.