Bianca Paiva
Da Agência Brasil
Brasília- O Ministério da Saúde lançou hoje (7) a campanha Pratique Saúde, que vai orientar a população no combate a doenças crônicas como hipertensão e diabetes. A campanha, que será veiculada em rádios, TVs, cartazes e revistas, tem como símbolo um coração falante, que dará dicas e informações de como prevenir e controlar essas doenças.
De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial e Diabete Mellitus, do Ministério da Saúde, Rosa Maria Sampaio, o objetivo da campanha é sensibilizar as pessoas a manterem hábitos de vida mais saudáveis.
"As doenças cardiovasculares decorrentes do diabetes e da hipertensão são as que mais matam no Brasil, tanto homens como mulheres. Por conta disso, as pessoas tem que se prevenir e saber como. Hábitos de vida têm que ser incorporados ao cotidiano, como alimentação saudável e uma vida não sedentária", disse Rosa Sampaio.
A hipertensão arterial é o tema da primeira fase da campanha, com o slogan "Sal aumenta a pressão. Ninguém merece trabalhar sob pressão". Segundo dados de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a doença atinge 35% da população acima de 40 anos, o que representa 17 milhões de hipertensos no país.
Na segunda fase do Pratique Saúde, o tema será "Diabetes - seu corpo fala: evite o açúcar e controle a glicemia". A obesidade e o sedentarismo também farão parte também da campanha de prevenção.
Rosa Sampaio destacou que o Ministério da Saúde tem a meta de reduzir em 2% ao ano o número de mortes causadas por doenças crônicas. A meta foi estabelecida Organização Mundial de Saúde (OMS). "A organização colocou essa meta, e os países que são membros devem procurar atingi-la, controlando adequadamente os níveis de atenção básica, disponibilizando medicamentos, informação, tratamento adequado e qualidade no atendimento, para que de fato o diabetes e a hipertensão passem a ser muito bem controladas", afirmou.
Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, disse que no encontro de hoje com deputados petistas, no Palácio do Planalto, o presidente Lula prestou solidariedade aos parlamentares que podem sofrer processo de cassação. Conforme esclareceu o ministro, foi um gesto de solidariedade pessoal, "e não um gesto de endosso" às supostas irregularidades cometidos por eles.
"É natural que o presidente preste àqueles que estão ameaçados de perder o mandato solidariedade no sentido de que, mesmo quando alguns erram e vão ser condenados, nem por isso devem perder o respeito, a solidariedade nossa", disse Jaques Wagner.
Apesar do gesto do presidente, esse assunto, segundo o ministro, não foi o motivo da reunião, que serviu, prioritariamente, para aproximar e melhorar o relacionamento da bancada petista com o governo.
Durante encontro, o presidente também pediu que os parlamentares mantenham a unidade da bancada e intensifiquem a ofensiva pública no sentido de votar projetos de interesses da sociedade, informou Jaques Wagner.
Indagado se os parlamentares passíveis de cassação deveriam renunciar, o ministro das Relações Institucionais respondeu: "Eu considero que renúncia é um ato unilateral e individual".
Jaques Wagner também fez críticas à forma como os trabalhos na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, no Senado, estão sendo conduzidos. "O que se está fazendo na CPI dos Bingos está no mesmo campo do exagero, na tentativa de aniquilar o partido. Eu queria que alguém me explicasse o que o caso Santo André tem a ver com a CPI dos Bingos, que deveria estar investigando bingo", afirmou.
Ao conversar com os jornalistas após a reunião com os parlamentares, o ministro também falou sobre o fim da greve de fome do bispo de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, que ficou 11 dias sem comer, em protesto contra o projeto de integração do rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. "Eu fui a Cabrobó cumprir a minha missão, já que as pessoas estavam aflitas e torciam para que esse episódio pudesse terminar", explicou o ministro. Ele garantiu que o compromisso do governo firmado com o religioso, no sentido de prolongar os debates em torno da transposição, será mantido.
Brasília, 7/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O projeto de integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional não vai acabar com o problema da falta d’água no Nordeste brasileiro. O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, explicou hoje que 470 comunidades, vilas e assentamentos vão ser beneficiados, o que representa apenas 45% da população do semi-árido nordestino. "Não vai acabar com a seca", reconheceu o ministro.
De acordo com Ciro Gomes, o projeto não é, por exemplo, "uma resposta ao problema real das populações difusas". Ele explicou que 25% da população nordestina vivem no campo, em casas distantes. E que essas 12 milhões de pessoas não terão acesso ao projeto.
Para minimizar a situação, o governo federal promete construir um milhão de cisternas. Mas admite que elas também não serão a solução definitiva. O volume de água guardado por ano em uma cisterna representa um total muito pequeno. "Não permite nem criar uma cabra. A classe média gasta isso em um mês apenas no banho", comparou o ministro.
Ciro Gomes ressaltou, no entanto, que "a geografia do semi-árido é um dos principais indicadores de fome no Brasil". De acordo com o ministro, a Organização das Nações Unidas recomenda um mínimo de 1.500 metros cúbicos de água ao ano por habitante. E no Nordeste Setentrional, a média é de 450 metros cúbicos – no Agreste pernambucano, cai a 300 metros cúbicos. "Não há o mínimo de água", disse.
O ministro informou que na bacia do Rio São Francisco o volume de água é de 4.500 metros cúbicos. E ressaltou: "Há água. É preciso fazer com que ela chegue".
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio – A 3ª Conferência da Association for The Study of World African Diaspora (ASWAD), que começou quarta-feira (5) e terminou hoje (7), reuniu, no Rio de Janeiro, estudiosos, intelectuais e pesquisadores de temas ligados aos afro-descendentes. Foi a primeira vez que o evento aconteceu no Brasil.
Para Júlio César Tavares, coordenador do evento, "o balanço é muito positivo, porque foi possível provocar a auto-estima da população afro-descendente, especialmente das universidades, para que a área de conhecimento sobre o tema seja ampliada."
Tavares avalia que a amplitude dos temas discutidos, desde a microeconomia da diáspora africana até as manifestações culturais como literatura e expressões musicais, garantiu o sucesso do encontro. "Um evento como esse tem papel fundamental para confirmar que a educação é o único caminho que temos à nossa frente", disse.
A conferência contou com cerca de 600 participantes e recebeu representantes de 191 universidades de vários países.
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio – A presença do estilo musical jamaicano no Maranhão ajudou a resgatar o orgulho de ser negro sob uma nova perspectiva: a da identificação caribenha. Essa conclusão faz parte de um estudo desenvolvido pelo pesquisador Carlos Benedito Rodrigues, da Universidade Federal do Maranhão. Ele participou hoje (7) da palestra sobre a importância da música na diáspora, durante a 3ª Conferência da Association for The Study of World African Diaspora (ASWAD), no Rio de Janeiro.
Para o pesquisador, o estado brasileiro – que é dono de uma marcante manifestação cultural, como o bumba meu boi e o tambor de crioula –, ganhou uma nova construção de sua identidade a partir da influência do estilo musical reggae, importado da Jamaica. "A população negra, que é maioria no estado do Maranhão, passou a se identificar com uma nova região. Muitos se dizem ‘negros jamaicanos’ e não africanos", afirmou.
Rodrigues acredita que a manifestação cultural tradicional do Maranhão retrata as situações do cotidiano e tratam de problemáticas atuais ligadas à sociedade, à política, entre outras questões sociais. Para ele, "o reggae possibilita uma nova forma de lazer, de festa, que traz uma nova maneira de enxergar a vida à população".
Segundo o pesquisador, o reggae e a cultura jamaicana estimularam um resgate do orgulho e da valorização de negros "que sempre viveram nas periferias". Para ele, a identidade africana remete a um passado marcado pela escravidão e pelo sofrimento. "A nova perspectiva de identidade jamaicana através da música negra traz uma visão de alegria e liberdade", informou o pesquisador.
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio – "O movimento (cultural) hip hop no Brasil ainda mantém a tradição de resistência e luta em prol, principalmente, da juventude das periferias", afirma o pesquisador Allyson Fernandes Garcia, da Universidade Federal de Goiás. "Daqui a pouco vamos ter que ensinar os norte-americanos a refazer Hip Hop."
Ele participou hoje (7) da palestra sobre a importância da música na diáspora, durante a 3ª Conferência da Association for The Study of World African Diaspora (ASWAD), no Rio de Janeiro.
"As raízes do hip hop remetem à luta contra a exclusão e a discriminação da população das periferias, que são de maioria negra. Nos Estados Unidos, ele tem sofrido violentas transformações para se adaptar às exigências do mercado fonográfico, deixando de dar voz à população marginalizada", disse ele, afirmando, ainda, que o discurso que tem se tornado dominante nos EUA é o da estética da violência. Por isso, lamentou ainda a perda do sentido original da cultura, que celebrava o encontro das artes da rua.
Segundo ele, o hip hop tem papel fundamental na construção da auto-estima dos afro-descendentes, que ainda são apontados pela sociedade como sujeitos "subalternos", historicamente desvalorizados.
"Em todo o Brasil, é possível ver, hoje, jovens ligados ao hip hop se assumindo como negros e tendo orgulho disso. O movimento ajuda a fazer essa parcela da população entender que ela não é inferior, e que é possível crescer na vida através de vários caminhos, entre eles a música", contou ele.
Lílian de Macedo e Iara Balduíno
Repórteres da Radiobrás
Brasília - Balanço divulgado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informa que 4,07% das 18 mil agências bancárias do país não funcionaram hoje (7). Já a Confederação Nacional dos Bancários (CNB) não informou o total de agências fechadas, mas calcula em 116 mil o número de trabalhadores da categoria parados. Isso representa quase 36% do total de bancários filiados à entidade.
A maioria dos grevistas pertence ao quadro de funcionários dos bancos públicos, segundo a Confederação. Em Brasília, por exemplo, 85% dos bancários que participam da greve são da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Brasília e Florianópolis aderiram ao movimento ontem (6) à noite e o primeiro dia de paralisação foi tumultuado. A Polícia Militar prendeu hoje diversos manifestantes, principalmente nas agências do Bradesco. Em nota, a assessoria de imprensa do banco disse que são legais todos os meios utilizados para garantir o direito dos clientes e funcionários.
Ainda não há previsão para o fim da greve, já que persiste um impasse: os bancários querem um aumento de 11,77% e maior participação nos lucros. Eles pedem, também, garantia de emprego e 14º salário. Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs um reajuste salarial de 4%, abono de R$ 1.000 e participação nos lucros equivalente a 80% do salário de cada trabalhador.
São Paulo, 7/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O juiz Marcelo Freire Gonçalves do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) concedeu liminar ao sindicato dos Bancários de São Paulo assegurando o direito de greve à categoria. A informação é da assessoria de imprensa do tribunal.
A decisão do juiz contraria liminares anteriores de Interdito Proibitório concedidas aos bancos por diversas varas da Justiça do Trabalho. A ação de interdito prevê penalidades aos grevistas, caso haja tentativa de tumultuar as agências bancárias, e ordena aos bancários que liberem o acesso aos estabelecimentos.
"Considerando que até a presente data não existe qualquer indício ou prova da iminência de atos de ameaça de esbulho ou de turbação da posse; que o direito à greve não pode ser tolhido (...) e, ainda, a existência de outros direitos fundamentais em jogo e tão relevantes quanto o direito de greve, (...) concedo a liminar requerida para que o impetrante e seus substituídos possam exercitar seu direito de greve", diz a decisão judicial.
Ainda hoje, os bancários deverão se reunir em assembléia para avaliar o movimento. A categoria pede 11,77% de reajuste salarial e rejeitou a proposta de 4% oferecida pelos bancos na última rodada de negociação, ocorrida em 20 de setembro.
Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A principal meta do Projeto de Revitalização do Rio São Francisco é aumentar o saneamento básico. Cerca de 85% dos R$ 68,5 milhões previstos para investimentos este ano serão para saneamento. Hoje, 250 cidades ribeirinhas jogam o esgoto diretamente no São Francisco.
A revitalização do rio é apontada como um dos principais pontos de crítica ao projeto de integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. Os dois Projetos vão correr paralelamente.
As informações foram dadas, hoje (7), pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Segundo ele, do total previsto para este ano, R$ 47,4 milhões já estão sendo investidos. Entre as ações está o saneamento das cidades de Cabrobó e Petrolina (Pernambuco) Bom Jesus da Lapa e Juazeiro (Bahia), Penedo (Alagoas) e Pirapora (Minas Gerais).
Ações para revitalização e as conseqüências da transposição do rio para as populações ribeirinhas foram motivos do protesto do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que ficou 11 dias em greve de fome em uma igreja em Cabrobó.
Além das ações para o tratamento de esgotos sanitários, o Projeto de Revitalização vai investir na construção de 500 cisternas, construção de baragens, melhoria da calha navegável , controle da irrigação e no reflorestamento. De acordo com Ciro Gomes, “85% das matas foram destruídas” o que causa erosão e/ou a segmentação de bancos de areia.
A educação ambiental é considerada um ponto essencial do Projeto já que, segundo o ministro, é a causa de problemas ambientais juntamente com a barragem construída, no percurso do Rio, para gerar energia elétrica.
A Revitalização é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente com a participação do Ministério da Integração e da Sociedade Sanfranciscana.
Rio, 7/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - A nova proposta de investimentos para a área de saúde dos municípios da Baixada Fluminense, no valor de R$ 220 milhões em 2006, foi apresentada hoje (7) durante reunião dos secretários de Saúde e prefeitos da região com o secretário da Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, José Gomes Temporão.
Caso esse valor seja aprovado, segundo Temporão, a verba seria mais de 25 vezes superior aos R$ 8 milhões destinados à Baixada até o final deste ano – o maior investimento do governo federal na região desde a década de 80.
A aprovação dos R$ 220 milhões é possível, mas talvez para o período de dois anos, na avaliação do secretário. Temporão disse que o ministério pretende elevar os investimentos na Baixada, numa tentativa de resolver a chamada "crise da saúde no Rio", que culminou com a intervenção federal em seis hospitais da cidade.
"A nossa compreensão da crise da saúde do Rio passa por um contexto metropolitano. Para ela ser resolvida, é preciso investirmos mais na atenção básica nos demais municípios, especialmente os da Baixada Fluminense", disse.
Os principais investimentos na região, de acordo com Temporão, serão concentrados nas áreas de atenção básica e retaguarda de unidades pré-hospitalares, correspondendo a clínicas de atendimento de urgência e consultas mais simples. Em obras e equipamentos, o maior valor deverá ficar para a retomada da construção do Hospital de Queimados, parada há cerca de 15 anos. O investimento deverá ser de R$ 50 milhões.