Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, disse que no encontro de hoje com deputados petistas, no Palácio do Planalto, o presidente Lula prestou solidariedade aos parlamentares que podem sofrer processo de cassação. Conforme esclareceu o ministro, foi um gesto de solidariedade pessoal, "e não um gesto de endosso" às supostas irregularidades cometidos por eles.
"É natural que o presidente preste àqueles que estão ameaçados de perder o mandato solidariedade no sentido de que, mesmo quando alguns erram e vão ser condenados, nem por isso devem perder o respeito, a solidariedade nossa", disse Jaques Wagner.
Apesar do gesto do presidente, esse assunto, segundo o ministro, não foi o motivo da reunião, que serviu, prioritariamente, para aproximar e melhorar o relacionamento da bancada petista com o governo.
Durante encontro, o presidente também pediu que os parlamentares mantenham a unidade da bancada e intensifiquem a ofensiva pública no sentido de votar projetos de interesses da sociedade, informou Jaques Wagner.
Indagado se os parlamentares passíveis de cassação deveriam renunciar, o ministro das Relações Institucionais respondeu: "Eu considero que renúncia é um ato unilateral e individual".
Jaques Wagner também fez críticas à forma como os trabalhos na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, no Senado, estão sendo conduzidos. "O que se está fazendo na CPI dos Bingos está no mesmo campo do exagero, na tentativa de aniquilar o partido. Eu queria que alguém me explicasse o que o caso Santo André tem a ver com a CPI dos Bingos, que deveria estar investigando bingo", afirmou.
Ao conversar com os jornalistas após a reunião com os parlamentares, o ministro também falou sobre o fim da greve de fome do bispo de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, que ficou 11 dias sem comer, em protesto contra o projeto de integração do rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. "Eu fui a Cabrobó cumprir a minha missão, já que as pessoas estavam aflitas e torciam para que esse episódio pudesse terminar", explicou o ministro. Ele garantiu que o compromisso do governo firmado com o religioso, no sentido de prolongar os debates em torno da transposição, será mantido.