Rio Grande do Sul receberá apoio de técnicos para produzir biocombustíveis

07/03/2007 - 21h22

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Buscando solucionar a deficiência na produção de álcool no Rio Grande do Sul, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) assinaram nesta quarta-feira (07) um protocolo de cooperação técnica para a execução de um programa que estimule a produção de biocombustíveis no estado. A proposta é priorizar a produção de etanol, suprir a carência local e viabilizar a venda internacional. Presentes à cerimônia, os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Carlos Pinto, destacaram a importância do convênio. Da mesma forma, o presidente da Fiergs, Paulo Tigre, disse que o convênio é um passo concreto para inserir a economia gaúcha na produção mundial de biocombustíveis.Segundo a Embrapa, 98% do álcool consumido no estado é importado de outras regiões do país e, por isso, o litro do produto chega a custar 42% acima do preço pago pelos consumidores de São Paulo. Especialistas da empresa defendem que o projeto vai proporcionar uma alternativa econômica, social e tecnicamente viável para o setor primário gaúcho, aumentando a oferta de emprego e renda. O programa vai custar cerca de R$ 8,2 milhões que serão aplicados entre os anos de 2007 e 2009. Além disso, contempla outros três projetos complementares. O primeiro deles prevê a implantação de três pólos produtivos de cana-de-açúcar tão logo sejam realizados estudos de viabilidade técnica e econômica. Essas análises iniciais deverão levar em conta os aspectos ambientais, agronômicos e da industrialização da cana, buscando identificar as regiões mais propícias ao plantio.Um segundo projeto está relacionado ao desenvolvimento da própria cana-de-açúcar e de um sistema de gestão integrada para estabelecer os canaviais e o plantio de gramíneas.O terceiro projeto visa estruturar e implementar uma rede de informações que permita disponibilizar as informações sobre o setor para toda a sociedade, contribuindo assim para ampliar a competitividade da produção de biocombustíveis.Apesar do déficit de álcool, o ministro da Agricultura defende que o Rio Grande do Sul já pode dar início a produção de biocombustíveis. “No caso do biodiesel, os investimentos são relativamente menores e o estado dispõem de espécies vegetais adaptadas à produção, como, por exemplo, a soja. No caso do etanol, as condições brasileiras são favoráveis à obtenção do óleo, inclusive no Rio Grande do Sul”.   Dados da própria Embrapa ajudam a entender o porque da assinatura do protocolo. Apesar de pouco significativa, a produção canavieira no Rio Grande do Sul se destaca por estar associada, principalmente, a pequenas propriedades.De uma área plantada de 35 mil hectares, 25 mil são destinados para consumo próprio, fabricação de subprodutos ou obtenção de ração animal. Nos 10 mil hectares restantes, são produzidos cachaça, açúcar mascavo, melado e álcool.O ministro da Agricultura defendeu que o Programa Nacional de Biodiesel, do governo federal, prioriza os investimentos em áreas onde a agricultura familiar está mais presente. “O Brasil tem condições de abrigar a produção de larga escala de álcool, das grandes empresas, como tem condições de incorporar os trabalhadores rurais neste processo”.