Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Câmara dos Deputados adiou para esta quinta-feira (8) a decisão sobre se será ou não instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo. No início da noite de hoje, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), chegou a ler o ato da Mesa da Casa criando a CPI. Após a leitura, o líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), questionou a decisão e apresentou questão de ordem alegando que a CPI feria dispositivos regimentais e que não tinha fato determinado.Chinaglia indeferiu a questão de ordem, quando o líder petista tentou suspender a decisão da Mesa Diretora de criar a comissão. Luiz Sérgio também recorreu da decisão de Chinaglia à Comissão de Constituição e Justiça propondo efeito suspensivo ao ato de criação da CPI.Governo e oposição entraram em discussão acirrada em relação a criação da CPI. Os governistas que tentaram durante a semana conseguir retirar 106 assinaturas das 211 para criação da CPI, visando impedir sua criação, desistiram e passaram a usar instrumentos regimentais para impedir a criação da comissão. Os governistas temem que a comissão possa desvirtuar a linha de investigação para partir para ataques ao governo.O líder do PDT, deputado Miro Teixeira (RJ), propôs e o presidente da Câmara e os outros líderes concordaram em tentar um acordo para "clarear" a redação dada ao fato determinado para criação da CPI. Segundo Miro, o objetivo é deixar claro que a CPI seria para investigar as causas da crise no setor aéreo e indicar soluções para o problema. "Com isso, evitaria o caráter de confronto político que alguns líderes temem ser a intenção real de criação da CPI".Chinaglia e os líderes se reuniram à busca do acordo. Ele não foi alcançado. Com isso, governo e oposição deram uma trégua até amanhã, quando vão continuar buscando um acordo para o funcionamento da comissão. O deputado Chinaglia disse que a criação da comissão está em aberto. "Houve o ato da Mesa pela criação, mas em função das questões de ordem a criação da CPI está pendente. Amanhã, resolveremos", disse Chinaglia.