Visita de Bush ao Brasil fortalece etanol como substituto do petróleo, diz diretor da Fiesp

07/03/2007 - 18h13

Agência Lusa
Brasília - A visita do presidente norte-americano,George W. Bush, ao Brasil, a partir de amanhã (8), vai fortalecera utilização do etanol como substituto do petróleo, disse o diretor do Departamento deCompetitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado deSão Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho.O diretor da entidade, que reúne os mais influentes empresários doBrasil, disse que não deverá se formar uma espécie de "Opep doetanol", citando o exemplo da Organização dos Países Exportadores dePetróleo. "A produção de etanol ainda é relativamente pequena, por isso não seriapossível exportar o produto em larga escala, como acontece atualmentecom os países produtores de petróleo", comparou.No ano passado, o Brasil exportou apenas 10% da produção total deálcool, cerca de 1,7 bilhão de litros, segundo a União da AgroindústriaCanavieira de São Paulo (Unica), entidade representativa dosempresários do setor. Atualmente, o Brasil produz 17 bilhões de litros de álcool por ano, comuma área plantada de três milhões de hectares de cana-de-açúcar.Coelho considerou que será "muitopositivo" um acordo entre os dois maiores produtores de etanol,responsáveis por 75% da produção mundial. "O Brasil poderá se transformar no principal agente mundial deconsolidação do etanol e assumir liderança no futuro processo desubstituição do petróleo", afirmou o executivo.Roberto Rodrigues, que ocupou o cargo de ministro da Agriculturadurante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,destaca que a parceria entre os dois países vai abrir um novo mercadopara o Brasil. "Essa aproximação com os EUA permitirá ao Brasil exportar não apenas oetanol, mas sobretudo a tecnologia, a capacidade técnica envolvida noprocesso de produção", disse, ao classificar de "histórica" a visita deBush ao Brasil.Rodrigues também é membro do Conselho de Agricultura da Fiesp. Ele destacou que, nospróximos seis anos, o Brasil deverá construir, em média, uma fábrica deálcool por mês, o que representará investimentos de US$ 14,6 bilhões(cerca de R$ 30 bilhões). O Brasil tem atualmente 336 fábricas de álcool e de açúcar, número quedeverá chegar a 409 até o final de 2013, com produção anual de 130bilhões de litros e mais de um milhão de empregos.O biocombustível é usado em cerca de 40 países, mas ainda está longe deconquistar a Europa, que planeja uma presença de apenas 10% de etanolnos combustíveis até 2020.