Resolução da ONU contra armas químicas atrapalha desenvolvimento de supercomputador, diz secretário

04/03/2007 - 19h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso, acha que o governo brasileiro deveria rever seu apoio à Resolução 1.540 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Segundo ele, a resolução, que trata de evitar a produção de armas nucleares, químicas e biológicas, impede o Brasil de fabricar supercomputadores.Para ele, a matéria teria sido adicionada  à resolução da ONU que proibiu a comercialização  na área nuclear e de agentes químicos que pudessem ser usados para fins bélicos. Ele defendeu, no entanto, que “a tecnologia não pode ter esse tipo de controle” porque isso “tira a independência  dos países emergentes de construir os seus avanços tecnológicos fundamentais para inclusão nas chamadas potências do primeiro mundo”.Cardoso explicou que a medida afeta a fabricação de computadores de todos os portes, uma vez que, dependendo da capacidade  do equipamento, o país fica submetido a essa resolução da ONU. O secretário destacou que a decisão foi tomada por pressão dos Estados Unidos  e de todos os países que detêm esse domínio.  Por essa razão, Cardoso entende que "o Brasil não pode continuar a apoiar uma resolução dessa natureza".Nos próximos dias 15 e 16 deste mês, em Brasília, será realizado o encontro dos secretários estaduais de Ciência e Tecnologia. Alexandre Cardoso revelou que durante a reunião será  apresentada a proposta  de levar o assunto ao Ministério das Relações Exteriores para que o Brasil possa abrir  o debate sobre a Resolução 1.540 da ONU.Ele assegurou que o movimento é apoiado pela comunidade científica nacional. “Ninguém que pensa em ciência e tecnologia pode concordar que um país como o nosso tem que passar pelo crivo de outras potências na questão do avanço da própria Ciência e Tecnologia”.O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto Gadelha, não quis se pronunciar sobre a idéia antes de falar pessoalmente com Alexandre Cardoso. Por intermédio da assessoria de imprensa, ele informou, entretanto,  que a posição do Ministério não é contrária à construção de supercomputadores pelo Brasil.