Exportações de orgânicos podem somar mais que o dobro do valor apurado

04/03/2007 - 15h20

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As exportações brasileiras de orgânicos podem representarmais do que o dobro do valor apurado pelo governo. A informação é dosecretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini. Osprimeiros dados, divulgados na semana passada, apontam embarques de US$ 5,5milhões de agosto de 2006 a janeiro de 2007.Desde julho, o exportador pode preencher um campo paraclassificação especial desses produtos dentro do Sistema Integrado de ComércioExterior (Siscomex), a partir de uma resolução da câmara. Mugnaini destaca que ofornecimento das informações não é obrigatório e que, assim, não há precisãonos dados. “Não sei qual o valor total das exportações, quem sabe é de US$ 10milhões ou US$ 12 milhões”, comenta, em entrevista à Agência Brasil. “Masno período de um ano teremos a primeira série de 12 meses, e isso é importante.""Nós não tínhamos nenhuma estatística. Passamos a teruma certa noção de onde está plantado e onde está sendo exportado", resumeo secretário da Camex, órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior.Os dados serão utilizados, por exemplo, pela Agência dePromoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para embasar ações de comerciaisno exterior. Também podem ser úteis para o desenvolvimento de políticas peloMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Outra vantagem do sistema é inibir fraudes no que se refereà certificação dos produtos – por exigência internacional, todo produtoorgânico deve passar por um controle que envolve o processo inteiro deprodução. Tudo o que é certificado é informado ao governo pelas empresasfiscalizadoras. As informações passarão a ser cruzadas com os dados referentes àsvendas ao exterior.“Se uma empresa vendeu mil toneladas de açúcar mas só foicertificada em 500, está começando a haver fraude", explica Mugnaini."Interessa o assunto ao governo porque você não pode estar no mercadosendo acusado de fraudes. É ruim para o país, ruim para o setor, ruim para oprodutor." Segundo Mugnaini, em breve o governo começará amonitorar, também, as importações. "Primeiro vamos fazer o teste, por umano, para as exportações", informa.