Cientistas criam projeto na USP que educa e incentiva reciclagem de óleo de cozinha

04/03/2007 - 14h50

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os defensores da reciclagem acreditamque se houver estímulo para a fabricação de biodiesel a partir do óleo de cozinha usado, isso pode levar o óleo vegetal de volta ao sistema produtivo e até substitir o consumode óleo diesel (um derivado de petróleo).É exatamente isso que um grupo de cientistas da Universidadede São Paulo (USP) em Ribeirão Preto decidiu fazer. Preocupados com o problemado descarte do óleo de cozinha, pesquisadores do Laboratório de Desenvolvimentode Tecnologias Limpas do Departamento de Química da USP criaram um projeto queao mesmo tempo educa e recicla o óleo de cozinha.O projeto “Biodiesel em casa e nas escolas” atua em escolase restaurantes. O coordenador Daniel Armelim explica que os pesquisadoresdistribuem nas escolas públicas um material didático que explica os prejuízosque o óleo de cozinha pode causar à natureza e os convence a levar o óleoutilizado em casa para a escola. O grupo também recolhe o óleo comestívelutilizado em restaurantes da cidade de Ribeirão Preto.Nós desenvolvemos um material didático para asescolas, entregamos para os docentes e educamos as crianças através dessematerial, explicando e incentivando que eles levem o óleo usado da casa delespara a escola, ao invés de jogar fora e poluir o meio ambiente”, explicaArmelim. Todo o óleo recolhido é transformado em biodiesel nolaboratório de química da USP. O produto é misturado ao álcool etílico e usadocomo combustível num projeto que, segundo Daniel, é considerado o maiorprograma de testes veiculares com biodiesel etílico do mundo.“Conseguimos transformar o óleo vegetal em biodiesel com oetanol, o álcool da cana-de-açúcar. Então o nosso biodiesel é o único do mundo100% renovável”, comemora o pesquisado da USP. A idéia agora, segundo Armelim, é convencer as grandesmontadoras de automóveis a adotar o biodiesel etílico. “Desenvolvemos esseprograma de testes para provar para essas empresas que o biodiesel etílico étão bom ou até melhor que o metílico, que já existe na Europa e nos Estados Unidos”.