Pesquisadora acredita que estudos na Antártida vão produzir retrato do ambiente polar

03/03/2007 - 16h40

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As duas redes criadas em 2002 para estudar ainterferência do homem no planeta e na Antártida vão produzir “um retrato real,em escalas diferentes, do ambiente polar e de como o homem está interferindonele”. A avaliação é de uma das integrantes da rede 2, Helena Passeri Lavrado,da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As redes 1 e 2 foram criadaspelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Programa AntárticoBrasileiro (Proantar).

Os pesquisadores da rede 1estudam as mudanças climáticas globais. Os da rede 2 estão mais voltados para apesquisa local. O objetivo, segundo Helena Passeri, é coletar informações paracompreender a qualidade ambiental de um ecossistema com condições tão extremas,como o antártico, e aplicá-las no Brasil.

“A rede 2 funciona como umaespécie de laboratório. Lá, as condições são extremas para tudo: de vida e depesquisa. Se a gente aprende a analisar um ambiente daquele sob aquelascondições, pode aplicar o conhecimento que adquiriu também nos nossos ambientestropicais aqui no Brasil’, explica a pesquisadora.

Segundo ela, mesmo tendoiniciado as pesquisas na Antártica há apenas 25 anos, o Brasil está focado emquestões atuais e tem realizado trabalhos de qualidade. “O Brasil hoje tem sidoelogiado. A criação dessas redes projetou o Brasil internacionalmente. [Opaís] tem sido elogiado por essas iniciativas de desenvolver pesquisasnessas duas grandes áreas; da interferência humana no aquecimento global e naAntártica [como o continente também é conhecido]”.

 A pesquisadora destaca que damesma forma que o conhecimento da rede 2 pode ser aplicado ao Brasil em termosde impacto ambiental, a rede 1, que trata de um aspecto global, também tem umarepercussão imediata no nosso país em termos de clima e de  tempo.

“Acho que os resultados dapesquisa brasileira nesse ambiente vão trazer muitos frutos. Não só para acomunidade científica internacional, mas para a população brasileira, para opaís em si”.