Impacto da atividade humana na Antártida ainda é pontual, mostra pesquisa

03/03/2007 - 16h19

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O impacto provocado pelasatividades humanas no ambiente marinho da Antártida, principalmente da Baía doAlmirantado, ainda é pontual. Esse é um dos resultados da pesquisa quecomeçou 2000 e ainda não está concluída.

Segundo Helena PasseriLavrado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das pessoasenvolvidas no projeto, isso é um bom sinal. “Significa que as precauções que aestação brasileira tem tomado para que a presença humana não interfira no ambienteantártico tem funcionado razoavelmente bem”.

A pesquisadora explica que a estação adotou váriasiniciativas a fim de evitar ou reduzir qualquer tipo de eliminação de resíduo.

“Lá tem uma mini estação de tratamento de esgoto. Então,ele não é lançado direto no mar, sofre um tratamento. Os cascos das embarcaçõessão duplos. Significa que se uma parede ou um casco interno sofrer algum tipode avaria ainda se tem um estepe e vice-versa”.

Ela diz que também há preocupação com o lixo produzido naAntártida. Segundo ela, é feita a coleta seletiva e a maior parte retorna parao Brasil. “Não se deixa resíduos sólidos no ambiente antártico. Existe até umaatividade que todos os pesquisadores fazem ao final de cada período depermanência na região, que é uma espécie de dia da limpeza, em que se sai aoredor da estação para verificar se não sobrou nenhum tipo de lixo”.

Helena Passeri já participou de três operações naAntártida. A primeira ocorreu no início desse estudo, no final de 2002, e aúltima em janeiro de 2006, quando esteve lá para encerrar a primeira etapa doprojeto.

Este ano o Brasil participa pela primeira vez do Ano PolarInternacional (API), programa internacional voltado para a realização depesquisas científicas no Ártico e na Antártida. “É a primeira vez que a gentevai participar efetivamente, porque há 50 anos o país não tinha essaparticipação expressiva na pesquisa Antártica [como a região também éconhecida]. Acho que com isso a gente vai dar um salto de qualidade”.

Durante dois anos, o Brasil vai desenvolver 28 estudos emmais de 30 universidades públicas e privadas. Para tanto, contará com R$ 9,2milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia.