Pesquisa avalia impacto ambiental da presença brasileira na Antártida

03/03/2007 - 17h12

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Avaliar como a presença brasileira na Antártida pode estarimpactando o ambiente da região é um dos objetivos do Grupo de EstudosAmbientais em Bentos, que faz parte da rede 2 do Programa Antártico Brasileiro(Proantar).

Em 2002, o Ministério do Meio Ambiente em parceria com oConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e oProantar criou as redes 1e 2 para estudar a interferência do homem no planetae, mais especificamente, no ambiente antártico. A rede 1 trata de mudançasclimáticas globais e a rede 2, é voltada para uma pesquisa mais local.

Helena Passeri Lavrado, da Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ), é uma das pesquisadoras do projeto e explica que a idéia éfazer um monitoramento ambiental da Baía do Almirantado, na Baía Rei Jorge,onde está localizada a estação brasileira Comandante Ferraz.

“O nosso projeto tem comoobjetivo principal avaliar se produtos da atividade humana - como o lançamentode esgoto doméstico da estação brasileira, ou mesmo, algum possível acidentepor óleo, que às vezes pode acontecer com as embarcações - podem estar causandoou não algum tipo de impacto para a biota [conjunto de seres vivos de umecossistema] marinha’, explicou a pesquisadora em entrevista à AgênciaBrasil.

Helena Passeri diz que escolheu os chamados organismosbentônicos, ou seja, animais invertebrados (estrelas-do-mar, esponjas,moluscos,crustáceos) para avaliar os impactos ambientais porque eles costumam ter umavida sedentária e por isso servem como bons indicadores da qualidade ambiental.”Eles não se deslocam a grandes distâncias, não têmcapacidade de migrar a grandes distâncias por essa razão eles vão ser os quemais vão sofrer os efeitos danosos de algum tipo de efluente doméstico”.